Há quem viaje motivado para ver de perto belezas naturais, há quem viaje por questões culturais e de costumes, há quem viaje para estar diante de opções de consumo diferentes das que se têm perto de casa, e há quem viaje para descobrir novos sabores da culinária de uma região.
São poucos os países que num espaço geográfico compacto reúnem todos esses atributos, e a Itália, seguramente, é um desses destinos. Um “giro” por alguns dos mais famosos destinos do país, com território em formato de “bota”, pode significar praias paradisíacas com paisagens de perder o fôlego, o encontro com o que de mais refinado e belo o homem produziu nos últimos séculos e o charme leve e simples (não menos sofisticado) que torna sua gastronomia e os hábitos de seu povo um dos mais celebrados do planeta.
É por esses motivos, por ser “tudo” o que se procura em uma só, que a Itália é um dos destinos turísticos mais visitados do mundo. Seja uma viagem para fins religiosos (há incontáveis templos católicos no país), históricos (o território foi nada menos que a sede do Império Romano), culturais (o país, sobretudo, a cidade de Florença, é o berço do Renascimento), naturais (balneários de Cinque Terre e Costa Amalfitana), gastronômicos (o destino é um festival de massas, azeites, vinhos e sorvetes) ou românticos (Veneza, historicamente importante e a cidade medieval onde os carros não circulam, é um paraíso único do encontro), a Itália é o destino que certamente vai satisfazer um ou mais de seus anseios.
Imersão e sensibilidade
Antes de chegar à Itália e para aproveitar bem o destino, é bom ter em mente a seguinte dica: a distância entre o simples e o sofisticado é mais curta que pressupõe a nossa vã impressão sobre o mundo. Apesar de a indústria do consumo separar o luxuoso do convencional de uma forma muito ríspida, usando o preço dos produtos como fronteira, na Itália é possível perceber a relação tênue – e unificada – entre a sofisticação e a simplicidade. E a explicação, em que pese a repetição de palavras, é simples: a forma de encarar as coisas do mundo, desde a preparação de uma massa, ou mesmo ao se escolher uma peça de roupa, é feita por todos de uma maneira muito prática, mas com muito bom gosto.
Não à toa, é possível entender que o país é o berço de marcas que estão no topo de seus respectivos segmentos, como Prada e Dolce & Gabanna na moda; Ferrari e Lamborghini nos automóveis; ou mesmo Ray-Ban, entre os óculos. Isso que não passamos nem perto da gastronomia, mundialmente celebrada. A boa notícia é que lá se tem acesso a bens muito bem-acabados e refinados (porém, não dessas marcas) pagando-se pouco.
O turista notará que o bom gosto italiano se mostra no esmero, no acabamento de tudo que é feito e é uma das marcas do italiano. É aí que entramos nas informações sobre o destino.
Religião
Como dissemos anteriormente, para os religiosos, há cidades como Roma, Assis e Siena, em que se pode ter acesso a alguns dos templos mais importantes do catolicismo, como as basílicas de São Pedro, de São Francisco de Assis e de Santa Catarina. Nessa última igreja, em Siena, é possível ver – intacta – a cabeça da santa venerada pelos italianos. A igreja diz tratar-se de um milagre. Em Assis, a atmosfera é da simplicidade tão pregada por Santa Clara e por São Francisco de Assis, do qual a trajetória e o papel na igreja tornou a cidade conhecida em todo o mundo.
Falando em Francisco, quem estiver na metrópole (há milhares de anos) Roma terá a oportunidade de ver o papa, todas as quartas e sextas na cidade do Vaticano.
Cultura e História
Roma, cidade que já foi considerada a capital do mundo, o berço do império que controlou o mundo ocidental por aproximadamente mil anos, vai muito além do turismo religioso. Basta circular nas ruínas da cidade para verificar isso. Caminhar pelas ruínas do Coliseu, do Monte Palatino e dos foros de Júlio César, Augusto e Trajano é certamente viajar no tempo.
Mas também existe uma Roma moderna, onde se tem acesso a tudo o que a Itália oferece de bom. Descobrir restaurantes fora do circuito turístico, sentar-se na escadaria da Praça Espanha ou atravessar o Rio Tibre para curtir bons bares de jazz no Trastevere é algo a se fazer na cidade.
Mas, quando se trata de cultura, importantes cidades como Nápoles, Florença e Veneza não podem ficar de fora. Elas têm um papel importante na construção do pensamento humano moderno. Por isso, visitar as galerias Academia e Ufizzi, em Florença, é exercício praticamente obrigatório para entender parte do pensamento racional que temos hoje. Michelangelo e Leonardo da Vinci, diga-se de passagem, são de Florença.
Sobre Nápoles: culinária e a impressionante Pompeia. Sobre Veneza, o desafio: não se encantar com a imponente Praça da Catedral de São Marcos. Ao redor, tudo o que existe é mágico. Sobre arte e bom gosto, citados anteriormente, vale um passeio de barco à Ilha de Murano, conhecida pelos vidros e cristais ornamentais e úteis.
Natureza
Para quem quer combinar um certo bucolismo de pequenos vilarejos com o azul brilhante do Mar Mediterrâneo, a dica é ir aos vilarejos de Cinque Terre, colônia de pescadores da Ligúria descoberta nesta década pelos turistas e que tornou-se parque nacional. E a visita ao parque é um dos melhores presentes aos olhos (os outros sentidos, como o paladar, também vão adorar) que se pode dar.
O turista pode ficar hospedado em uma das cinco vilas: Monterosso, Vernazza, Corniglia, Manarola ou Riomaggiore. Para quem for ficar nestas cidades, não tente chegar lá de carro, o acesso é bem restrito. Prefira ficar na portuária La Spezia e vá de trem (rapidamente) às cinco vilas.
Além dos banhos de mar, e das muitas fotos (e muitos degraus de escada), uma taça de vinho branco de Cinque Terre em frente ao vilarejo de Manarola é foto de cartão-postal.

Helio Mandetta e Maria Olga Mandetta
Thai de Melo


