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O que será que 2023 reserva para cada signo do zodíaco?

O tarô responde sobre o que podemos esperar para cada signo neste ano novo pela colunista Ana Cristina Paixão para o Correio B+

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Áries (21/03 a 20/04): A PAPISA

Uma das características mais marcantes do ariano é estar sempre pronto para agir.

Então, você pode imaginar o quanto será difícil para os nativos deste signo ficarem passivas diante de algumas situações.

E este será justamente o desafio para 2023.

Vai ser um ano de aprendizado sobre controle de impulsos. Será necessário guardar, aguardar, manter segredo de projetos e coisas que ainda estão em estado gestacional até que, de fato, se concretizem.

Não fale tudo o que pensa.

Mantenha as suas opiniões para si. Procure ser mais estratégico. Esta carta pede um certo recolhimento. Boa para estudo, guardar dinheiro, trabalhos de pesquisa e concursos.

Você vai procurar usar mais a sua intuição e sensibilidade para a busca de respostas.

É a carta da sabedoria e do mistério. Pesquise, reflita, pense antes de agir.

Touro (21/04 a 20/05): A IMPERATRIZ

2023 será um ano de expansão e prosperidade para os nativos de Touro.

Novos projetos frutificarão, seu carisma pessoal e relações interpessoais estarão em alta.

Momento de criatividade e de abundância de recursos e ideias.

Vai ser um ano em que você terá maior autocontrole, autoconfiança e ficará com a sua autoestima mais elevada. Se fôssemos traduzir por uma palavra seria: realização.

Assuma a sua liderança e faça acontecer! Você está em um período de crescimento, no qual tudo o que você sonhou está se concretizando.

Dê vida aos seus projetos! A carta da Imperatriz traz terreno fértil para mudança, dinamismo, ambição e progresso. Use plenamente seus dons e talentos. Você vai reinar absoluto.

Gêmeos (21/05 a 20/06): A ESTRELA

Para os nativos de Gêmeos, 2023 será um ano de inspiração, criatividade e renovação.

Com a carta da Estrela- uma das mais positivas no tarô- o seu brilho pessoal vai fazer com que você se destaque e até assuma uma liderança no seu grupo de trabalho, amigos e família através dos seus insights criativos.

Todas as etapas difíceis e desafiadoras vividas até agora, ficaram para trás e os seus sonhos têm chance de serem realizados com êxito e sucesso.

Portanto, é hora de voltar a ter fé no futuro.

Você se sentirá mais confiante em si mesmo. A Estrela te conduz rumo à realização dos seus desejos.

É uma luz na escuridão. Tudo vai dar certo. Acredite na sua boa estrela! Você vai ter sorte e proteção. A sua felicidade já está a caminho.

                        A Carta da Estrela - Divulgação

Câncer (21/06 a 22/07): OS ENAMORADOS

2023 vai ser um ano de decisões importantes para os cancerianos.

A carta dos Enamorados está relacionada também a amor, união, reconciliações, acordos e entendimentos.

Lembre-se que toda escolha implica numa renúncia.

Então, nem sempre vai ser fácil.

Procure escutar a voz do seu coração.

Expresse seus sentimentos sem receio, buscando sempre prezar pela harmonia, seja com a família, parcerias ou amigos.

O significado que a maioria das pessoas espera com esta carta é que conhecerão um novo amor ou terão alguma experiência romântica.

Embora este seja um significado potencial, o arcano se refere mais especificamente ao amor universal. Portanto, ame e seja amado. Deixe o amor cósmico e a luz brilharem!

Leão (23/07 a 22/08): A TORRE

Os leoninos poderão viver transformações profundas em 2023. A carta da Torre mostra que é hora de mudar o que precisa ser modificado e não deixar pedra sobre pedra.

A maioria das pessoas fica um pouco assustada quando vê este arcano, mas não deveria.

Quando coisas desmoronam ou mudam drasticamente é apenas porque foram construídas sobre alicerces fracos.

Às vezes é preciso recomeçar do zero para poder reconstruir e edificar novamente em cima de uma estrutura mais forte.

Confie que, se as coisas não saem do seu jeito, é por um bom motivo. Esta carta dá a oportunidade de mudar e crescer. Quebre com o passado. (Re)construa o seu futuro.
 

Virgem (23/08 a 22/09): O CEIFADOR

As previsões do tarô para o signo de Virgem em 2023 indicam que será um ano propício para fazer cortes e promover algumas transformações.

Para isso, muito provavelmente, será preciso revisar processos internos e padrões de comportamento.

Normalmente o Ceifador é uma carta muito mal compreendida.

Sim, a morte representada por este arcano marca um fim.

Esta carta está falando sobre o estágio final de algo que não serve mais para você e que precisa ser ceifado e cortado pela raiz de uma vez por todas.

O Ceifador é um símbolo de transformação completa.

Esta carta também representa a morte simbólica de algum aspecto do seu ego.

Não tema as mudanças que estão surgindo em sua vida. Abrace o desconhecido e experimente os mistérios da autotransformação.

Libra (23/09 a 22/10): O PAPA

2023 será um ano repleto de aprendizados para os librianos.

Com a carta do Papa você pode sentir a necessidade de honrar tradições.

Como assim?! Você vai preferir seguir estruturas sociais mais convencionais e conservadoras: fazer um curso ou uma pós-graduação, ter emprego fixo com carteira assinada, carreira sólida numa empresa, relacionamento sério e por aí vai. 

Este arcano geralmente fala sobre associação a grupos. 

Você pode desfrutar de uma profunda sensação de conforto por estar cercada por pessoas que têm maneira de pensar e valores iguais aos seus. 

Além de ter identificação com os outros, pode ser que no seu círculo social você seja visto como alguém que detém conhecimentos e que dá bons conselhos. “Se não sabes, aprende; se já sabes, ensina.” (Confúcio)

                                          A Carta do Papa - Divulgação

Escorpião (23/10 a 21/11): O LOUCO

A carta do Louco encoraja os escorpianos a deixar a preocupação e o receio de lado e dar um salto de fé sem saber necessariamente o que pode acontecer. 2023 será, portanto, um ano para você arriscar mais. “Quem não arrisca, não petisca, não é mesmo? Você pode se aventurar num novo relacionamento, num novo trabalho, numa nova carreira, numa nova cidade... Algo inusitado. Chega de seguir as regras e ficar preso! Liberte-se! Nem sempre é fácil desprender-se, mas esteja aberto a novas ideias e possibilidades. Você vai estar apostando em você sem medo de ser feliz! Confie na sua intuição para a abertura de novos caminhos. “Quero a certeza dos loucos que brilham. Pois se o louco persistir na sua loucura, acabará sábio”. (Raul Seixas)

Sagitário (22/11 a 21/12): A RODA DA FORTUNA

A carta da Roda da Fortuna traz mudanças súbitas para os sagitarianos em 2023.

Mas não se preocupe! O Universo está trabalhando a seu favor.

A roda giratória deste arcano traz renovação. Tudo muda. Tudo se renova.

Planos, amizades, amores, formas de pensar.

Mas, apesar de girar, o centro da roda continua o mesmo.

Você vai se manter no eixo, mesmo não tendo controle absoluto do que está por vir.

Pode ser uma virada na sua vida, quem sabe? A sua sorte está lançada. Aposte em você! Lembre-se: “Deus não joga dados com o Universo”.

Nada acontece por acaso. Portanto, espere o inesperado. Quanto mais imprevisível, mais interessante. Deixe as coisas acontecerem. Confie no destino.

Capricórnio (21/12 a 19/01): A FORÇA

Se depender do tarô, para os nativos de Capricórnio, tá tudo dominado em 2023.

De fato, com a carta da Força, você terá autoconfiança, ânimo, coragem e tudo o que precisa para vencer os desafios.  Nada vai te intimidar.

Você terá grande energia vital e vai estar, inclusive, se sentindo mais magnético.

Aproveite e agarre as oportunidades com garra e força de vontade.

A vitória virá, mas, como tudo na vida, não será fácil.

É preciso manter o controle e a determinação diante dos obstáculos. Procure sustentar seu equilíbrio mental.

Persevere.

Você está no domínio e será um ano de muito poder de realização, onde você trabalhará não com a força bruta e, sim, com o seu poder de comunicação. Afinal de contas, “a persuasão é mais eficaz do que a força”.

                   A Carta da Força - Divulgação

Aquário (21/01 a 19/02): A TEMPERANÇA

A carta da Temperança mostra que 2023 vai ser um ano de muita paz para os nativos de Aquário.

Ela também representa alquimia, que é a arte de transformar algo ruim e difícil em coisa boa.

Aproveite e dê uma olhada em onde sua vida parece fora de sintonia.

Se você está cometendo exageros como, por exemplo, comendo demais, bebendo, gastando ou passando muito tempo com pensamentos negativos, este arcano é um lembrete de que é hora de recuperar o equilíbrio.

Bom momento para colocar a sua lista de resoluções de ano novo em prática.

A Temperança também ajuda você a se lembrar de manter a calma, mesmo diante de situações ou pessoas negativas ou estressantes. Evite entrar em controvérsias. “Bem aventurados os mansos porque eles herdarão a terra”.

Peixes (20/02 a 20/03): O SOL

A carta do Sol, considerada por muitos a melhor carta do tarô, traz um bom presságio para os nativos de Peixes em 2023.

Aliás, este arcano torna realidade os desejos que constam na famosa música de Réveillon: “Muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender.” No próximo ano, além de prosperidade, as coisas vão ficar ainda mais claras e positivas.

Tá bom ou quer mais? Bem, vou continuar. No campo material, progresso e realização dos seus projetos. No afetivo, amor e alegria. No profissional, prestígio, brilho e reconhecimento.

Cuidado apenas com o excesso de exposição porque sol demais pode provocar queimaduras.

Para isso, além de moderação nas redes sociais, pratique a recomendação do famoso manifesto eternizado na voz de Pedro Bial: “Use filtro solar”.

A Carta do Sol - Divulgação

DE GRAÇA E NA RUA

2º Campo Grande Jazz Festival

15/12/2025 11h30

Felipe Silveira e Daniel Dalcantara

Felipe Silveira e Daniel Dalcantara Montagem / Divulgação

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Após uma primeira edição histórica em 2024, com apresentações em terminais de ônibus e no Armazém Cultural, onde, inclusive, a Urbem conheceu Ryan Keberle, o Campo Grande Jazz Festival deste ano se volta exclusivamente para espaços a céu da capital sul-mato-grossense com grande circulação de pessoas.

É a edição “rua” do festival, que acontece de quarta-feira a domingo, levando o jazz para o cotidiano da população campo-grandense.

A programação vai contar com uma série de cinco jam sessions, sendo três em terminais de ônibus, uma na Rua 14 de Julho (esquina com a Avenida Afonso Pena) e uma na Avenida Calógeras, próximo à Plataforma Cultural.

Sob a condução do produtor musical Adriel Santos, intercâmbios criativos unirão músicos experientes da cena local e nacional, explorando a espontaneidade do jazz tradicional e proporcionando encontros musicais de grande importância para o cenário musical sul-mato-grossense.

Felipe Silveira e Daniel DalcantaraFoto: Divulgação

“O festival busca promover a inclusão cultural, contribuir para o bem-estar social e fortalecer o sentimento de pertencimento e identidade cultural da comunidade de Campo Grande. O jazz misturado ao tecido urbano é uma aposta estética e um jeito de levar a experiência musical para onde as pessoas estão”, afirma o músico e coordenador do evento.

Nos terminais de ônibus, o festival propõe intervenções musicais descontraídas e cheias de vigor, desconstruindo a rotina e oferecendo uma experiência inesperada a trabalhadores, estudantes e todos que passam por ali.

Felipe Silveira e Daniel DalcantaraDaniel Dalcantara (SP) - Foto: Divulgação

A música emerge em meio ao fluxo, democratizando-se para um público diversificado que, muitas vezes, não tem a oportunidade de frequentar eventos culturais com ingresso pago.

“Essa estratégia de levar o Campo Grande Jazz Festival para os espaços urbanos reflete um compromisso firme com a democratização do acesso à cultura e a ressignificação dos espaços públicos”, reforça Adriel Santos.

>> Serviço

Programação

Quarta-feira – às 17h30min,
no Terminal Bandeirantes, com Bianca Bacha, Gabriel Basso, Ana Ferreira, Adriel Santos e Junior Matos.

Quinta-feira – às 17h30min,
no Terminal General Osório, com Juninho MPB, Junior Juba, Matheus Yule e Leo Cavallini.

Sexta-feira – às 17h30min,
no Terminal Morenão, com Adriel Santos, Gabriel Basso e Giovani Oliveira.

Sábado – às 17h30min,
na Praça Ary Coelho (R. 14 de Julho com Av. Afonso Pena), com Felipe Silveira (SP), Daniel D’Alcantara (SP) e artistas da cena local do jazz.

Domingo – às 17h30min,
na Av. Calógeras (em frente à Plataforma Cultural), com
Felipe Silveira (SP), Daniel D’Alcantara (SP) e artistas da cena local do jazz.

ENTREVISTA COM BIANCA

"A fauna pantaneira é a base musical das nove composições de 'Pantanal Jam'"

Cantora Bianca Bacha, da Urbem, fala como a paisagem natural de Miranda afetou o processo de criação e gravação do segundo álbum da banda, sobre a diferença entre o canto com letra e as vocalizações que são a sua marca e anuncia projetos nos EUA e Espanha

15/12/2025 11h00

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste ano

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste ano Divulgação / Alexis Prappas

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ENTREVISTA COM BIANCA

Recuperando para o leitor: como se deu a oportunidade do encontro e da parceria com o Ryan para o projeto do álbum “Pantanal Jam”?

Conhecemos Ryan Keberle no Campo Grande Jazz Festival [em março de 2024] e com ele tivemos uma troca musical instantânea. Tocamos juntos em um show no Sesc [Teatro Prosa] em setembro de 2024 e, a partir de lá, tivemos a certeza de que ainda faríamos muita música juntos.

No Pantanal, onde Ryan esteve pela primeira vez durante as gravações, ficou nítido que ele conseguiu transpassar para o repertório o encantamento que ele estava vivendo em meio a toda aquela natureza.

É o segundo disco, nove anos depois de “Living Room”. O que “Pantanal Jam” representa para a Urbem?

Este projeto é o nosso território sonoro: onde a música que criamos se entrelaça à natureza que nos guia em forma de jam. Na música, uma jam significa um encontro musical sem aviso prévio, as coisas vão acontecer ali na hora, portanto, o inesperado é bem-vindo e, com ele, você improvisa.

Qual seria o conceito geral do álbum?

O conceito do álbum nasce da escuta profunda da fauna pantaneira. Os cantos dos pássaros, o esturro da onça e os sons das águas e dos ventos não são efeitos nem pano de fundo: são a base musical das nove composições. A natureza atua como um músico a mais na banda de jazz, dialogando conosco em frases de pergunta e resposta.

Sandro Moreno registrou esses sons in loco, mergulhando no Pantanal para captá-los com precisão. Depois, analisou esse vasto material para identificar melodias, ritmos e motivos que se tornariam a essência das composições.

E, para fechar o ciclo, o álbum também foi gravado no coração do Pantanal. Com geradores a gasolina e um estúdio móvel, nós, a Urbem e o trombonista Ryan Keberle, levamos a música para o ambiente que a inspirou. E ali criamos, novamente in loco, em plena natureza selvagem.

Que tipo de referências buscaram para os arranjos, as sonoridades e as texturas?

Toda a referência e textura do álbum “Pantanal Jam” nascem dos próprios sons do Pantanal. A imersão no território e a escuta atenta transformaram cantos de pássaros, esturros, movimentos da água e vozes da mata em matéria-prima musical.

Cada faixa traduz essa convivência direta com a fauna e seus ritmos naturais, convertendo sons de bichos em música. Viva, orgânica e profundamente enraizada na paisagem pantaneira.

Isso está bastante perceptível. Os sons e toda a atmosfera do Pantanal atravessam o mood e talvez a própria concepção dos temas. Pode comentar um pouco mais sobre essa presença de elementos da natureza – e dessa natureza tão singular de MS – na criação de vocês?

A fauna, a luz, o silêncio amplo, os ventos, os cantos e até os vazios típicos da paisagem pantaneira influenciam diretamente a forma como criamos. É como se o ambiente nos orientasse musicalmente: às vezes guiando uma melodia, às vezes sugerindo um pulso, às vezes impondo uma pausa.

Esse encontro com a natureza não é decorativo, é estrutural. Ela atravessa tudo, o gesto musical, o espírito do disco e a maneira como a banda se relaciona com o som.

No “Pantanal Jam”, a paisagem não é cenário: é presença, é voz, é parceria criativa. É música.

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste anoFoto: Divulgação / Alexis Prappas

Onde exatamente estiveram e gravaram? E quando foi?

As gravações foram feitas na Fazenda Caiman, em junho deste ano, num cenário que não poderia ser mais inspirador. Foram escolhidas pela produtora três locações diferentes, e para cada uma delas, três músicas.

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste anoFoto: Divulgação / Alexis Prappas

Com uma equipe ultraprofissional que trouxe segurança e leveza para uma gravação ao vivo numa condição completamente inusitada.

E quanto ao repertório? Como chegaram às nove canções do disco?

Entre as composições, temos duas músicas do Paulo Calasans [“Swingue Verdejante” e “Suspiro da Terra”], um dos maiores produtores, arranjadores e instrumentistas do País, além de duas canções do Ryan Keberle junto com Sandro Moreno [“Paisagem Invertida” e “Entre Folhas”] e cinco composições nossas [“Espiral”, “Pluma”, “Voo Curvo”, “Barro” e “Canção do Ninho”].

Penso que o Pantanal é experimentado de um jeito bem particular por cada pessoa. Como é para você? Como aquele ambiente lhe toca e eventualmente interfere no seu jeito de cantar?

Tudo ali era extremamente inspirador. Dormir e acordar naquele lugar por alguns dias já me fazia até respirar de jeito diferente, com menos pressão e mais imersão.

Isso com certeza influenciou no jeito de cantar. Porém, o mais impressionante era saber que estava gravando um disco com toda aquela fauna ao redor, um jacaré no lago ao lado e uma onça a alguns quilômetros.

Embora domine há duas décadas o canto com letra e muitas vezes cante dessa forma em apresentações ao vivo, na Urbem, você investe sempre nos vocalizes e scats.

Todas as músicas do álbum “Pantanal Jam” usam a voz como instrumento, ou seja, não há letras nas músicas. Além de ser uma característica jazzística, esse estilo de canto se aproxima mais do cantar dos pássaros, a busca por seus fonemas e emissões.

Cada música exige uma altura e um escolher apropriado de sílabas que encaixem com a afinação e a expressão.

Adoro o canto com letras. Ali você tem palavras, interpreta, coloca ênfases. É até uma emissão de voz diferente. Só que comecei a me encantar com o mundo do jazz e toda essa coisa do canto que não usa palavras, o vocalize. E comecei a ouvir cantoras que cantam assim.

Tatiana Parra [cantora, compositora e professora paulistana] canta assim, nossa, de um jeito maravilhoso. A [portuguesa] Sara Serpa também. Tem também as divas mais antigas que faziam mais questão de improviso, o scat singing.

O canto sem palavra é muito desafiador porque ele é mais cru, mostra mais imperfeições de respiração, de emissão, de escolha de sílabas. E é muito improvisado. Porque a cada dia você pode usar uma sílaba diferente, pode caracterizar de uma outra forma.

Num dia vou fazer “u”, no outro dia posso fazer “a”, no outro posso fazer “e”. E você tem que descobrir ali, numa forma você com o seu corpo. E além de ter o desafio de você demonstrar o interpretar com emoção sem ter palavras.

Então é muito jazz [risos]. E acho muito bonito. Sempre vai ser um desafio. Sou com o meu corpo, com as palavras que eu escolho, que nem sempre são pensadas.

Claro que tem uma questão técnica de que o “i” você vai mais para um agudo, no “u” também; nos graves, você vai para outras escolhas, as consoantes também interferem. Gosto muito de passear pelas duas áreas. Tanto a área da interpretação com letra quanto a área dos vocalizes e texturas.

E Nova York? Pode contar um pouco sobre a recente temporada de vocês por lá?

O “Pantanal Jam” foi lançado em novembro deste ano com um show memorável em Nova York, durante a feira internacional de turismo Visit Brazil Gallery [na Detour Gallery], e a recepção foi extraordinária.

Pessoas do mundo inteiro, agentes de turismo, diretores da National Geographic, fotógrafos de natureza e profissionais de diversas áreas assistiram ao show com atenção absoluta.

Desde a primeira música, compreenderam nossa proposta e permaneceram maravilhados até o fim. Foi um momento histórico para Mato Grosso do Sul e para a arte sul-mato-grossense.

Esse resultado só foi possível graças ao apoio total da Fundtur e do seu diretor-presidente, Bruno Wendling, que acreditou no projeto desde o início e se comprometeu a nos apoiar tanto nas etapas de captação no Pantanal quanto no lançamento em Nova York. Além disso, segue impulsionando a campanha contínua de apresentar o “Pantanal Jam” ao mundo.

E faz sentido: ouvir o Pantanal desperta o desejo de visitá-lo, conhecê-lo e preservá-lo. O projeto reúne arte, natureza, conservação, turismo e toda a beleza única do nosso bioma, uma combinação que emociona e conecta o público global ao coração do Pantanal.

Além do álbum que já está lançado em todas as plataformas, temos uma série de vídeos das nove músicas e um minidocumentário.

Quando teremos shows da Urbem? Quais os próximos passos e projetos da banda?

A Urbem se sente profundamente entusiasmada em seguir os passos de Manoel de Barros, da família Espíndola, de Guilherme Rondon, Paulo Simões, Grupo Acaba, Geraldo Roca e tantos artistas que sempre beberam dessa fonte primária que é o Pantanal, transformando-a em arte para o mundo.

Recentemente, pesquisadores de Harvard e professores da UFMS colheram sons do Pantanal [pelo projeto Pantanal Sounds, que conta, entre outros, com nomes como o do violoncelista e professor William Teixeira], e esse movimento nos inspirou a ir a campo gravar os sons pantaneiros e a fazer composições dentro da nossa linguagem jazzística, incorporando esses registros naturais ao nosso modo de compor e evidenciando em música as belezas pantaneiras.

Temos planos de retornar aos Estados Unidos em breve e estamos em diálogo com a Embaixada do Brasil em Barcelona, onde palestraremos em março.

Além disso, a Urbem participará do Campo Grande Jazz Festival de Rua, no dia 21 de dezembro [neste domingo], em uma jam session com músicos locais e de São Paulo.

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