Após 6 anos no CQC, Oscar Filho se despede da atração, que segundo ele mesmo foi um "divisor de águas" em sua carreira.
Ninguém gosta de despedidas, mas o humorista usou seu blog para declarar seu carinho pelo tempo que passou no "Proteste Já".
"Gratidão. É essa a palavra que melhor descreve meu sentimento pelo CQC. Sexta-feira passada eu, oficialmente, fui mandado embora", escreveu. Após a saída de Marcelo Tas, Oscar é o segundo a se manifestar sobre o assunto.
"O Proteste Já, quadro que eu defendi por 4 anos, foi a minha contribuição pessoal pra tentar fazer o meu país, pelo menos, um pouco mais justo e menos desigual. Lutei, argumentei, briguei, conversei, senti, raciocinei, debati. Pelo programa e por mim", relembrou.
No entanto, ele também reconheceu no texto que essa rotina de caçar problemas é bem casantiva, tanto fisicamente quanto emocionalmente.
"Houve momentos em que a câmera não pode registrar o que se sente nas entrelinhas dos acontecimentos: funcionários burocratas, autoridades desumanas, seguranças autoritários, políticos dissimulados, profissionais oportunistas, assessores inescrupulusos".
Portanto, o momento agora é de recarregar a bateria para possíveis novos projetos. "É uma enorme quantidade de energia que se esvai de se chegar em casa e apenas ter a vontade de deitar na cama e se deixar ser levado pelo sono. Ultimamente, minha energia pra trabalhar neste quadro não andava equilibrada. Portanto, não foi de todo mal ser dispensado pelo programa".
Oscar ainda refletiu sobre suas conquistas com a fama do CQC, como seu show de comédia e mais tarde um livro. "Passei um final de semana pensando profundamente em como seria viver sem fazer parte do programa que mudou a minha vida. Que me ajudou a divulgar um trabalho que eu tanto amo fazer: Meu show de stand-up, o 'Putz Grill…' que levou mais de 1 milhão de espectadores nesses 7 anos ao teatro e que foi até premiado".
Além disso, o programa também deu a chance dele ter contato com muitos artistas que considera importantes. "Conhecer pessoas como o Tom Cruise, ator que eu imitava no palco; Fernando Meireles, diretor que eu assisto no cinema; João Carlos Martins, o maestro cuja história pessoal e profissional eu admiro, José Saramago, escritor que eu li embevecido".
E conhecer histórias e lugares inesquecíveis. "Me proporcionou sentir emoções à flor da pele, me fazendo ir à Ilha de Marajó conhecer crianças que viajam até 5 horas de barco para estudar, crianças do Piauí que estudam em escolas de chão batido, mães de Caxias no norte do país que perderam filhos recém-nascidos", numerou, se referendo a alguns episódios do "Proteste Já".
Conformado, Oscar confessou que o riso fez tudo valer à pena: "Faz parte! O Custe o Que Custar foi um grandessíssimo divisor de águas pra mim. Não teria como ser diferente. O saldo é positivo. Ri mais do que chorei. Ri muito. Ri de perder o fôlego inúmeras vezes em que saíamos na van do Apolo e o bullying corria solto, comigo e com todo mundo".
"Então, agradeço ao Diego Barredo, o primeiro diretor do programa. Um cara que viu meu vídeo de stand-up enquanto ainda fazia o casting lá na Argentina pela internet e me chamou pra fazer testes pro programa. Pra toda a equipe, aos que foram, aos que ainda estão e aos que continuarão. Ao Gonzalo Marcó, que me proporcionou grande parte das matérias que eu fiz nesse período todo, aos repórteres que se foram e que ficaram, aos fãs que gostam de mim e me seguem (agradeço, apesar de questionar esse mal gosto de vocês)", concluiu.

As pinturas de Isabê também estarão na Casa-Quintal 109 de Manoel de Barros, museu na antiga residência do poeta, no Jardim dos Estados - Foto: Divulgação


Filme lança hoje - Foto: Divulgação


