Correio B

DIÁLOGO

Pessoa muito conhecida anda mordaz sobre problemas que afetam a cidade...Leia na coluna de hoje

Confira a coluna Diálogo deste sábado (19) e domingo (20)

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Rubenio Marcelo - Poeta de MS

"Que uma palavra não seja salva se for mal dita... Que uma só palavra não seja dita se não for digna”.

FELPUDA

Pessoa muito conhecida anda mordaz sobre problemas que afetam a cidade e, costumeiramente, aponta o dedo na direção de tudo que pode, para desancar o que considera uma aberração. O que mais chama a atenção é que, quando teve oportunidade de fazer, não teria se mexido para tentar resolver a situação.

Durante dois anos, ocupou cargo cujos problemas, hoje apontados por ele, estariam sob a sua responsabilidade para solucionar. Talvez tenha perdido tempo cuidando de sua précandidatura, que acabou em um retumbante fracasso. E assim caminha a humanidade...

Recomendando

A Câmara Municipal de Campo Grande recebeu recomendação do Ministério Público de MS para que revogue contrato de assessoria jurídica, no valor de R$ 300 mil, sob supostas irregularidades na contratação por inexigibilidade de licitação, levantando questões de probidade administrativa. Este documento foi celebrado com um escritório de advocacia para prestação de serviços, com vigência de 12 meses e início em 24 de março deste ano.

Grave

Entre um cafezinho e outro com amigos, cidadão comentou que, ao longo dos seus anos de vida, nunca tinha visto tantos escândalos como agora. Irônico, afirmou que a situação é tão grave parecendo que, a cada dia, cria-se uma nova falcatrua para ver se a população esquece a anterior. E complementou: “A continuar assim, vai faltar escândalos”. Nada mais foi dito, nem perguntado.

Saldo

Projeto de lei que obriga os bancos a informarem à família, nos casos de falecimento do titular, sobre a existência de saldo em contas inativas por mais de 12 meses foi aprovado pela Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados. Hoje, o total supera R$ 10,3 bilhões, considerando pessoas e empresas. A notificação deverá ser feita mensalmente a partir do 13º mês de inatividade da conta. O descumprimento será considerado vício na prestação de serviços, gerando multa diária.

Golpe

Alerta está sendo feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre tentativas de golpe. Entidades são abordadas por supostos representantes da Companhia ou de parlamentares, com falsas promessas de doações de cestas de alimentos, pescado e kits de irrigação, condicionadas ao pagamento antecipado.

Celebrando

A estimadíssima Celínia Maiolino comemorou mais um ano de vida, reunindo familiares e amigos na Estância Havaí para caprichado almoço. Foi no dia 5. Os cliques são de Márcio Andrade.

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Aniversariantes

SÁBADO (19)

  • Dr. Mário Eugênio Peron,
  • Simone Silva,
  • Rosimeire Carlos Teixeira,
  • Sandra Mendonça Paulino,
  • Cláudio Ostetto Oliveira,
  • Ester Lucas Pereira,
  • José Paulino Duarte,
  • Daniel Martins Costa,
  • Luiz Alexandre Uehara,
  • Dr. Antônio Lastoria,
  • Glauter Ferreira,
  • Alirio de Moura Barbosa,
  • Fátima Aparecida Luizari Stabile,
  • Augusto Guilherme Schunck,
  • Luciano Carlos Silveira,
  • Vera Lucia Ferreira dos Santos,
  • Thatielle Souza da Silva,
  • Kenji Kurashige,
  • Stenio Ferreira Gonçalves,
  • Dra. Vera Aparecida Cardoso Bogalho Frost Vieira,
  • Marcelino Pereira dos Santos,
  • Dr. Haydn Fernandes Pacheco,
  • Bruno Alex Carvalho de Resende,
  • Domingos César Vieira Filho,
  • Cristina de Menezes,
  • Elias Gazal Dib,
  • Eliane Bignarti,
  • Luziana Cristina de Matos Rodrigues,
  • Célia Regina Rodrigues Ribeiro,
  • Ermeto Lazaretti,
  • Godofredo Ferreira de Almeida,
  • Dolores Guimarães,
  • Maysa Segovia Anastácio,
  • Eliel dos Santos Morais,
  • Ana Lúcia Santos Pereira,
  • Tathyana Kalline Lucas Resende,
  • Oswaldo Cardoso,
  • Leila Guimarães,
  • Manoel Gonçalves da Silva,
  • Eloi Martins Ribeiro,
  • Olinda Pereira Andrade,
  • Jenny Ferreira Soares,
  • Manoel Quintana Rydlewski,
  • Albertina Pereira de Souza,
  • Márcio Fortini,
  • Ana Marli Ajala da Rocha,
  • Anacleto de Araujo Chaves,
  • Ecicles Ferreira,
  • Paulo Felipe dos Santos,
  • Luciana Brandão Floriano,
  • Vânia Miranda Rodrigues da Cunha,
  • Sandra Mara de Carvalho Buchara,
  • Mayara Aiko Mori,
  • Rejane Tavares Soares,
  • Marlene Ferreira,
  • Arly Campos Costa,
  • Vicente Azuaga,
  • Ademar Gessi Nunes,
  • Ramona Aparecida Martins Machado,
  • Pedro Geraldo Marques,
  • Hamilton Fernando Machado de Mattos,
  • Samuel Assayag Hanan,
  • André Luiz Becker dos Santos,
  • Wagner Almeida Turini,
  • Roberta Kelly Figueiredo da Silva,
  • Hugo Walter Nicolai Weinmann,
  • James Cesar Yule de Oliveira,
  • Dauvanio Maniçoba Martins,
  • Yutaca Yamazaki,
  • Clari Maria Stevaux,
  • Lauro Takeshi Miyasato,
  • Fernanda Nunes Marteli,
  • Zoroastro Stockler de Assis,
  • Nivio Barranqueiro,
  • Ana Carolina Souza
  • de Almeida Colman.

DOMINGO (20)

  • Mônica Ouriveis Razuk,
  • Tamyris Gonçalves,
  • Denis Cleiber Miyashiro Castilho,
  • Shenia Maria Renaud,
  • Antonio Janduy Nogueira Bessa,
  • Ermeto Lazaretti,
  • José Alfredo Almeidinha Nahas,
  • Helio Domingos,
  • Julio Antonio da Silva,
  • Paulo Firmino Rosa,
  • Jackson Schorn,
  • Súzan Stephanie Lima Benites,
  • FumikoTamazato Tsuha,
  • Sandra de Sousa Carvalho,
  • Raquel de Lima,
  • Dr. Alexandre Casali Neto,
  • Amélia da Mata Souza,
  • Edson Aparecido Bezerra,
  • Ivanil Gomes de Souza,
  • Afonso José da Silva,
  • Zulmira Menacho,
  • Inacio Pereira de Oliveira,
  • Regina Paula de Campos
  • Haendchen Rocha,
  • Gilda Santa Cruz,
  • Diego Souza,
  • Vera Maria Recalde,
  • Nelci Maria Locatelli,
  • Vânia Almeida Minervini Barbosa,
  • Luciana Passos,
  • Odacil da Silva Canepa,
  • Marielze de Oliveira Landgraff,
  • Luciano Munarini,
  • Carlos Heinz Claudy,
  • Cleber Oliveira,
  • João Mauricio Pereira da Silva,
  • Luiz Carlos da Silva Queiroz,
  • Omir da Silva,
  • Guilherme Recalde,
  • Renan Cintra Gomes,
  • Gilberto Porto de Figueiredo,
  • Helena Fonseca Michel Stefanello,
  • Clarice Gonçalves Fabiani,
  • Leda Regina Taborda Angeli,
  • Raul de Queiroz Filho,
  • Maria Alves de Lima Bandeira de Melo,
  • Edenilson Carraro,
  • Michele Naira Salomão,
  • Severina Rodrigues Jacometo,
  • Maria do Socorro Pereira da Costa,
  • Rafael Rezek Ferreira,
  • Luiz Carlos Dutra Junior,
  • Nilza Maria Almeida,
  • José de Camargo Borba,
  • Mirtes Melo Corrêa,
  • João Elias Batista da Costa,
  • Silvio Martin,
  • Roberto Djalma Barros,
  • Glória Boni Cogo,
  • Jânio Heder Secco,
  • Nixon Alves,
  • Renato Alves Guimarães,
  • Paulo Roberto Anache,
  • Vicentina da Motta,
  • Laurindo Faria Petelinkar,
  • Joélcio Carneiro Moraes,
  • Wagner Almeida Muller,
  • Antonio Claudir Leite,
  • Romildo Capelloza Junior,
  • Rafael Massuo Inowe,
  • Rosali Rodrigues Saab Cabral,
  • Ademir Antonio Cruvinel,
  • Wilson Elias Lermen,
  • Célia Xavier de Brito Dominoni,
  • Francisco Antonio Volpe,
  • Raquel Araujo Rupp

ENTREVISTA COM BIANCA

"A fauna pantaneira é a base musical das nove composições de 'Pantanal Jam'"

Cantora Bianca Bacha, da Urbem, fala como a paisagem natural de Miranda afetou o processo de criação e gravação do segundo álbum da banda, sobre a diferença entre o canto com letra e as vocalizações que são a sua marca e anuncia projetos nos EUA e Espanha

15/12/2025 11h00

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste ano

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste ano Divulgação / Alexis Prappas

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ENTREVISTA COM BIANCA

Recuperando para o leitor: como se deu a oportunidade do encontro e da parceria com o Ryan para o projeto do álbum “Pantanal Jam”?

Conhecemos Ryan Keberle no Campo Grande Jazz Festival [em março de 2024] e com ele tivemos uma troca musical instantânea. Tocamos juntos em um show no Sesc [Teatro Prosa] em setembro de 2024 e, a partir de lá, tivemos a certeza de que ainda faríamos muita música juntos.

No Pantanal, onde Ryan esteve pela primeira vez durante as gravações, ficou nítido que ele conseguiu transpassar para o repertório o encantamento que ele estava vivendo em meio a toda aquela natureza.

É o segundo disco, nove anos depois de “Living Room”. O que “Pantanal Jam” representa para a Urbem?

Este projeto é o nosso território sonoro: onde a música que criamos se entrelaça à natureza que nos guia em forma de jam. Na música, uma jam significa um encontro musical sem aviso prévio, as coisas vão acontecer ali na hora, portanto, o inesperado é bem-vindo e, com ele, você improvisa.

Qual seria o conceito geral do álbum?

O conceito do álbum nasce da escuta profunda da fauna pantaneira. Os cantos dos pássaros, o esturro da onça e os sons das águas e dos ventos não são efeitos nem pano de fundo: são a base musical das nove composições. A natureza atua como um músico a mais na banda de jazz, dialogando conosco em frases de pergunta e resposta.

Sandro Moreno registrou esses sons in loco, mergulhando no Pantanal para captá-los com precisão. Depois, analisou esse vasto material para identificar melodias, ritmos e motivos que se tornariam a essência das composições.

E, para fechar o ciclo, o álbum também foi gravado no coração do Pantanal. Com geradores a gasolina e um estúdio móvel, nós, a Urbem e o trombonista Ryan Keberle, levamos a música para o ambiente que a inspirou. E ali criamos, novamente in loco, em plena natureza selvagem.

Que tipo de referências buscaram para os arranjos, as sonoridades e as texturas?

Toda a referência e textura do álbum “Pantanal Jam” nascem dos próprios sons do Pantanal. A imersão no território e a escuta atenta transformaram cantos de pássaros, esturros, movimentos da água e vozes da mata em matéria-prima musical.

Cada faixa traduz essa convivência direta com a fauna e seus ritmos naturais, convertendo sons de bichos em música. Viva, orgânica e profundamente enraizada na paisagem pantaneira.

Isso está bastante perceptível. Os sons e toda a atmosfera do Pantanal atravessam o mood e talvez a própria concepção dos temas. Pode comentar um pouco mais sobre essa presença de elementos da natureza – e dessa natureza tão singular de MS – na criação de vocês?

A fauna, a luz, o silêncio amplo, os ventos, os cantos e até os vazios típicos da paisagem pantaneira influenciam diretamente a forma como criamos. É como se o ambiente nos orientasse musicalmente: às vezes guiando uma melodia, às vezes sugerindo um pulso, às vezes impondo uma pausa.

Esse encontro com a natureza não é decorativo, é estrutural. Ela atravessa tudo, o gesto musical, o espírito do disco e a maneira como a banda se relaciona com o som.

No “Pantanal Jam”, a paisagem não é cenário: é presença, é voz, é parceria criativa. É música.

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste anoFoto: Divulgação / Alexis Prappas

Onde exatamente estiveram e gravaram? E quando foi?

As gravações foram feitas na Fazenda Caiman, em junho deste ano, num cenário que não poderia ser mais inspirador. Foram escolhidas pela produtora três locações diferentes, e para cada uma delas, três músicas.

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste anoFoto: Divulgação / Alexis Prappas

Com uma equipe ultraprofissional que trouxe segurança e leveza para uma gravação ao vivo numa condição completamente inusitada.

E quanto ao repertório? Como chegaram às nove canções do disco?

Entre as composições, temos duas músicas do Paulo Calasans [“Swingue Verdejante” e “Suspiro da Terra”], um dos maiores produtores, arranjadores e instrumentistas do País, além de duas canções do Ryan Keberle junto com Sandro Moreno [“Paisagem Invertida” e “Entre Folhas”] e cinco composições nossas [“Espiral”, “Pluma”, “Voo Curvo”, “Barro” e “Canção do Ninho”].

Penso que o Pantanal é experimentado de um jeito bem particular por cada pessoa. Como é para você? Como aquele ambiente lhe toca e eventualmente interfere no seu jeito de cantar?

Tudo ali era extremamente inspirador. Dormir e acordar naquele lugar por alguns dias já me fazia até respirar de jeito diferente, com menos pressão e mais imersão.

Isso com certeza influenciou no jeito de cantar. Porém, o mais impressionante era saber que estava gravando um disco com toda aquela fauna ao redor, um jacaré no lago ao lado e uma onça a alguns quilômetros.

Embora domine há duas décadas o canto com letra e muitas vezes cante dessa forma em apresentações ao vivo, na Urbem, você investe sempre nos vocalizes e scats.

Todas as músicas do álbum “Pantanal Jam” usam a voz como instrumento, ou seja, não há letras nas músicas. Além de ser uma característica jazzística, esse estilo de canto se aproxima mais do cantar dos pássaros, a busca por seus fonemas e emissões.

Cada música exige uma altura e um escolher apropriado de sílabas que encaixem com a afinação e a expressão.

Adoro o canto com letras. Ali você tem palavras, interpreta, coloca ênfases. É até uma emissão de voz diferente. Só que comecei a me encantar com o mundo do jazz e toda essa coisa do canto que não usa palavras, o vocalize. E comecei a ouvir cantoras que cantam assim.

Tatiana Parra [cantora, compositora e professora paulistana] canta assim, nossa, de um jeito maravilhoso. A [portuguesa] Sara Serpa também. Tem também as divas mais antigas que faziam mais questão de improviso, o scat singing.

O canto sem palavra é muito desafiador porque ele é mais cru, mostra mais imperfeições de respiração, de emissão, de escolha de sílabas. E é muito improvisado. Porque a cada dia você pode usar uma sílaba diferente, pode caracterizar de uma outra forma.

Num dia vou fazer “u”, no outro dia posso fazer “a”, no outro posso fazer “e”. E você tem que descobrir ali, numa forma você com o seu corpo. E além de ter o desafio de você demonstrar o interpretar com emoção sem ter palavras.

Então é muito jazz [risos]. E acho muito bonito. Sempre vai ser um desafio. Sou com o meu corpo, com as palavras que eu escolho, que nem sempre são pensadas.

Claro que tem uma questão técnica de que o “i” você vai mais para um agudo, no “u” também; nos graves, você vai para outras escolhas, as consoantes também interferem. Gosto muito de passear pelas duas áreas. Tanto a área da interpretação com letra quanto a área dos vocalizes e texturas.

E Nova York? Pode contar um pouco sobre a recente temporada de vocês por lá?

O “Pantanal Jam” foi lançado em novembro deste ano com um show memorável em Nova York, durante a feira internacional de turismo Visit Brazil Gallery [na Detour Gallery], e a recepção foi extraordinária.

Pessoas do mundo inteiro, agentes de turismo, diretores da National Geographic, fotógrafos de natureza e profissionais de diversas áreas assistiram ao show com atenção absoluta.

Desde a primeira música, compreenderam nossa proposta e permaneceram maravilhados até o fim. Foi um momento histórico para Mato Grosso do Sul e para a arte sul-mato-grossense.

Esse resultado só foi possível graças ao apoio total da Fundtur e do seu diretor-presidente, Bruno Wendling, que acreditou no projeto desde o início e se comprometeu a nos apoiar tanto nas etapas de captação no Pantanal quanto no lançamento em Nova York. Além disso, segue impulsionando a campanha contínua de apresentar o “Pantanal Jam” ao mundo.

E faz sentido: ouvir o Pantanal desperta o desejo de visitá-lo, conhecê-lo e preservá-lo. O projeto reúne arte, natureza, conservação, turismo e toda a beleza única do nosso bioma, uma combinação que emociona e conecta o público global ao coração do Pantanal.

Além do álbum que já está lançado em todas as plataformas, temos uma série de vídeos das nove músicas e um minidocumentário.

Quando teremos shows da Urbem? Quais os próximos passos e projetos da banda?

A Urbem se sente profundamente entusiasmada em seguir os passos de Manoel de Barros, da família Espíndola, de Guilherme Rondon, Paulo Simões, Grupo Acaba, Geraldo Roca e tantos artistas que sempre beberam dessa fonte primária que é o Pantanal, transformando-a em arte para o mundo.

Recentemente, pesquisadores de Harvard e professores da UFMS colheram sons do Pantanal [pelo projeto Pantanal Sounds, que conta, entre outros, com nomes como o do violoncelista e professor William Teixeira], e esse movimento nos inspirou a ir a campo gravar os sons pantaneiros e a fazer composições dentro da nossa linguagem jazzística, incorporando esses registros naturais ao nosso modo de compor e evidenciando em música as belezas pantaneiras.

Temos planos de retornar aos Estados Unidos em breve e estamos em diálogo com a Embaixada do Brasil em Barcelona, onde palestraremos em março.

Além disso, a Urbem participará do Campo Grande Jazz Festival de Rua, no dia 21 de dezembro [neste domingo], em uma jam session com músicos locais e de São Paulo.

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MÚSICA

Entre onças e tuiuiús, o jazz

Em parceria com o trombonista Ryan Keberle, com nove composições inspiradas na exuberância do Pantanal, URBEM lança segundo álbum; 2º Campo Grande Jazz Festival celebra o gênero na Capital, com apresentações gratuitas

15/12/2025 10h00

A partir da esquerda, Bianca Bacha, Ana Ferreira, Ryan Keberle, Gabriel Basso e Sandro Moreno

A partir da esquerda, Bianca Bacha, Ana Ferreira, Ryan Keberle, Gabriel Basso e Sandro Moreno Divulgação / Alexis Prappas

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Sem dar muitos detalhes, o baterista Sandro Moreno, quando conversou comigo, em junho, sobre o álbum que a Urbem gravaria com Ryan Keberle, adiantou que o projeto seria “algo muito especial”.

Após o show – memorável, diga-se – que fizeram juntos no Teatro do Mundo, o quarteto campo-grandense – além de Sandro, Bianca Bacha (vocais), Ana Ferreira (piano), Gabriel Basso (contrabaixo) – e o trombonista norte-americano foram para a zona rural de Miranda e se instalaram na Fazenda Caiman.

Foi lá que a magia aconteceu. Na estrada desde 2013 e com apenas um álbum lançado até então, “Living Room” (2016), a banda disponibilizou “Pantanal Jam” no Spotify no dia 29 de outubro, três dias antes do show que realizaria em Nova York, em um evento na Detour Gallery que uniu arte, gastronomia e turismo para promover o Pantanal.

São nove faixas criadas e gravadas com extremo apuro e sensibilidade, que alcançam os músicos da Urbem e Ryan num ponto bem elevado de suas capacidades.

Os temas soam como se os cinco artistas tivessem se deixado abraçar pela contagiante pregnância da natureza de Miranda, e Bianca Bacha confirma isso em entrevista exclusiva.

Melodias, pulsações e andamentos foram se definindo conforme eles mergulhavam em tudo que viam, ouviam e sentiam por ali: ventos, o canto das aves, “o esturro da onça”, como Bianca relata. Ouvindo os sons naturais, captados previamente por Sandro, que assina a produção musical do projeto, cada um estabeleceu sua conversa criativa com o Pantanal.

O registro dos sons naturais – de aves, por exemplo — introduz, se mescla ou faz a ponte para uma execução instrumental (voz inclusa) coesa e deveras inspirada, que não força a barra para sorver e devolver, em forma de música, a fartura que o habitat de Miranda oferece.

“Suspiro da Terra”, doce e pulsante, e “Paisagem Invertida”, essa mais selvagem e misteriosa, são uma prova disso.

Ryan pontua, preenche ou arremata sempre com uma precisão e desprendimento envolventes. Ana, como se ouve em “Espiral”, migra da base para os solos numa transparência que comove. Gabriel – em “Canção do Ninho”, por exemplo, que começa e segue na cama dos gomos que vai colhendo ao longo do tema – parece deter a justa medida para o desempenho de seu baixo.

"Foi uma grande honra participar da criação do ‘Pantanal Jam’. Os sons da Pantanal, do modo como Sandro captou, tiveram um papel direto no processo de composição das duas músicas que fiz para o álbum.

A partir da esquerda, Bianca Bacha, Ana Ferreira, Ryan Keberle, Gabriel Basso e Sandro MorenoRyan Keberle, trombonista - Foto: Divulgação / Alexis Prappas

O tom e os ritmos dos sons naturais do Pantanal, inspirados por ideias musicais e paisagens sonoras próprias, criaram um clima que eu tentei capturar nas minhas composições. Quando nós gravamos, literalmente no meio de um dos lugares mais selvagens e remotos do mundo, a beleza e a energia natural nos inspirou a ouvir a natureza e um ao outro mais profundamente, o que resultou numa performance musical que demonstra uma profunda comunicação musical.

Adoro os músicos e a música da Urbem. E, desde que tocamos juntos em diversas ocasiões anteriores, eu compus as minhas músicas especificamente com o talento e a habilidade musical especial deles em mente” - Ryan Keberle, trombonista.

Sandro é um laboratório inquieto, dos pedais aos pratos de condução. E Bianca conduz os vocais numa têmpera e numa fruição que se articula como síntese do conjunto.

Comparações e referências são uma tentação no mundo do jazz. Mas a qualquer palpite sobre “Pantanal Jam”, é melhor calar e ouvir. É um álbum estimulante para esse silêncio de dentro, que nos faculta as melhores emoções da escuta e da experiência musical.

Brazilian jazz? Jazz? Ouça. Música apenas. E quanta música! Embrenhada e revelada nos refúgios de um lugar mágico, onde a natureza se recobra e o espírito se fortalece.

A Urbem lança “Pantanal Jam” hoje, às 18h, no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo. Apareça.

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