Os pólipos uterinos são crescimentos que ocorrem no endométrio, o revestimento interno do útero.
Também conhecidos como pólipos endometriais, eles são formados quando o tecido endometrial cresce demais, prendem-se por uma haste fina ou uma base larga e podem se estender para dentro do útero. Embora seja raro oferecerem o risco de câncer, podem causar problemas relacionados à menstruação e à fertilidade.
Redondos ou ovais, os pólipos apresentam tamanho bem variado. De alguns milímetros, “como uma semente de gergelim”, até alguns centímetros, “como uma bola de pingue-pongue” ou até maiores.
O organismo feminino pode desenvolver um ou mais pólipos ao mesmo tempo.
Segundo o ginecologista e obstetra Rodrigo Ferrarese, a mulher torna-se mais predisposta a eles quando atinge a meia-idade.
“Tem maior probabilidade em mulheres entre 40 e 50 anos do que em mulheres mais jovens. Isso porque ocorrem normalmente em mulheres na pré-menopausa ou após a menopausa, mas raramente são identificados em mulheres com menos de 20 anos”, afirma o especialista, que atua em São Paulo.
“As chances de desenvolver pólipos uterinos podem aumentar se a mulher estiver com sobrepeso ou obesa, com pressão alta [hipertensão] ou ingerir tamoxifeno, um medicamento usado para tratar o câncer de mama”, alerta Ferrarese.
O médico diz que a razão “exata” pela qual os pólipos se formam ainda é desconhecida, mas a variação nos níveis hormonais pode ser um dos fatores.
O estrogênio é um dos hormônios que pode estar relacionado ao crescimento dos pólipos uterinos, pois favorece o engrossamento do endométrio a cada mês.
SINTOMAS
Entre os sintomas que indicam a presença de pólipos dessa natureza no organismo estão: períodos menstruais irregulares, fluxo excepcionalmente intenso durante a menstruação, sangramento ou manchas entre menstruações, sangramento vaginal após a menopausa e perda da fertilidade.
“O mais comum, de fato, são os períodos menstruais irregulares ou imprevisíveis”, aponta Ferrarese.
Outros sintomas incluem sangramento menstrual prolongado ou excessivo (menorragia ou hipermenorreia), sangramento entre os períodos e sangramento após a menopausa ou depois da relação sexual.
Os pólipos uterinos são a causa de sangramento anormal em cerca de 25% dos casos.
A incapacidade de engravidar ou os abortos espontâneos também são possíveis sintomas de pólipos uterinos.
Para o diagnóstico, o ginecologista aponta a necessidade de, em primeiro lugar, verificar o histórico menstrual da paciente, bem como uma eventual dificuldade para engravidar.
DIAGNÓSTICO
“É importante que essa conversa com o médico seja franca e que a paciente mencione todo e qualquer sintoma incomum que esteja experimentando, como sangramento excessivo ou escapes entre os períodos, por exemplo”, aconselha Ferrarese.
“O médico também fará um exame ginecológico e poderá solicitar exames ou procedimentos adicionais”.
O ultrassom e a biópsia estão entre os procedimentos recomendados. Por meio do ultrassom transvaginal, um dispositivo portátil fino, o transdutor, emite ondas sonoras que fornecem uma imagem do interior do útero, incluindo eventuais anomalias.
Na biópsia endometrial, o médico coleta tecido das paredes internas do útero e encaminha o material para análise laboratorial. Outros procedimentos são a histerossonografia e histeroscopia.
No primeiro, que pode ser realizado após o ultrassom, um fluido estéril faz com que o útero se expanda, fornecendo uma imagem mais clara de qualquer crescimento interno indesejável.
Já a histeroscopia, além do diagnóstico, pode ser usada para tratar pólipos uterinos. A técnica permite que o médico examine o interior do útero e pode ser usada para a remoção dos pólipos durante a cirurgia.
TRATAMENTO
Os pólipos dispensam tratamento se permanecerem assintomáticos. No entanto, reforça o especialista, demandam cuidados se causarem sangramento intenso durante os períodos menstruais ou se houver suspeita de serem pré-cancerosos ou cancerosos.
“Devem ser removidos se causarem problemas durante a gravidez, como aborto espontâneo, ou resultarem em infertilidade em mulheres que desejam engravidar. Além disso, recomenda-se que, se um pólipo for descoberto após a menopausa, ele deve ser removido”, completa Ferrarese.
“Além da histeroscopia cirúrgica, uma cirurgia adicional pode ser necessária para a remoção dos pólipos. A remoção do útero [histerectomia] costuma ser considerada apenas nos casos em que células cancerosas são encontradas nos pólipos uterinos.
“Medicamentos que ajudam a regular o equilíbrio hormonal podem ser usados como tratamento temporário”, informa o obstetra. Esses medicamentos contribuem para aliviar os sintomas, que, no entanto, geralmente retornam depois que o uso do produto é interrompido.
PREVENÇÃO ZERO
Infelizmente, não há prevenção. Por isso, é importante manter consultas regulares com o ginecologista e monitorar qualquer alteração, em especial no ciclo menstrual e na menstruação.
“Além disso, vale ficar alerta para os fatores de risco, como obesidade, hipertensão ou uso de tamoxifeno para tratar câncer de mama”, ratifica o especialista.


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