Um dos encantos está em mostrar a importância das datas e a alegria de receber familiares e amigos com uma mesa encantadora e repleta de detalhes.
A arquiteta Cristiane Schiavoni afirma que é muito bem-vinda a ‘tropicalização’ das nossas festas e que não necessariamente é preciso seguir os padrões à risca. Para as mesas de Ano Novo, ela aposta em elementos caprichados e que tragam o frescor para o período de verão que vivemos no Brasil.
Mês de dezembro avançado, correria para as compras, lista de convidados, menu para as ceias e a definição do décor da mesa posta que impressionará durante as festividades de Réveillon. Mas é necessário seguir os padrões temáticos?
Apaixonada pela data, a arquiteta Cristiane Schiavoni, à frente do seu escritório homônimo, diz que não. “É claro que para os apaixonados pelas tradições, essas referências fazem parte do contexto, mas a combinação do verde e vermelho, há muito tempo, não é mais uma regra”, revela.
A essência e a satisfação do bem-receber transcendem e, de acordo com ela, a mesa posta se traduz em ofertar aquilo de melhor que o anfitrião tem em casa. “É nessas horas que tiramos do buffet nosso jogo de louças mais elaborado, além de taças, talheres e outros acessórios que reservamos para as ocasiões especiais”, afirma ela complementando que as festividades de final de ano se revelam como oportunidades para ativarmos nossa criatividade. “Para que a decoração da mesa faça sentido, devemos saber combinar o tipo de taça a louça, toalha, guardanapo e etc.”, exemplifica.
A seguir, Cristiane compartilha 4 formas para não errar na hora montar a mesa. Acompanhe:
Taças: precisam ser iguais?
Ano Novo B+: Mesa posta - 4 conselhos para não errar na decoração e impressionar os convidados - Foto: Carlos Piratininga Para a arquiteta Cristiane Schiavoni, não há uma sentença que proíba a combinação de taças. “Elas não precisam ser todas do mesmo jogo: podemos mesclá-las e eleger a taça de água diferente das demais. Fica chique”, sugere.
Embora Cristiane seja entusiasta da composição de taças com estilos diferentes, ela chama atenção para o uso correto de acordo com o tipo de bebida a ser servida. “Fica lindo mesclar, porém é primordial destinar os itens conforme a finalidade. Nessa ‘arte’, o espumante não deve ser servido em uma taça de vinho ou vice-versa”, exemplifica.
E quanto ao uso de velas?
As velas dispensam o uso de luzes acesas, na opinião da arquiteta Cristiane Schiavoni. “Mas essa cenografia pede uma penumbra para que faça sentido tê-las”, analisa. | Foto: Pexels
As mesas de Réveillon também nos remetem à presença de castiçais com velas, porém a profissional enfoca a posição do acessório na disposição do móvel. Um erro muito comum destacado por Cristiane é o excesso quando estão ao lado de outros enfeites que acabam por ocultá-las, como o caso de arranjos com plantas e flores que, muitas vezes, se apresentam com uma altura superior. “Não podemos desconsiderar também o risco de acidente com fogo”, aconselha.
Recordando-se da tropicalização, ela ainda observa que velas acesas aquecem o ambiente. “Com o calor do final de dezembro, esse símbolo só faz sentido se o ambiente estiver devidamente arejado com um ar-condicionado. Caso contrário, o calor será um grande incômodo”, alerta.
Escolha da louça
A arquiteta Cristiane Schiavoni ressalta que o ponto de partida para a elaboração da mesa é pensar na proposta do jantar, que pode ser uma ceia mais despojada ou formal. | Foto: Carlos Piratininga
Essa análise conduz inclusive a definição da toalha de mesa, que pode ser desconsiderada, a depender da ocasião, e substituída pelo sousplat.
O tema pensado pelo anfitrião é o fio condutor para combinar os itens existentes em casa ou, até mesmo, buscar a locação – opção interessante quando a quantidade do acervo não for suficiente ou se o propósito for inovar. Para saber se os demais acessórios combinarão, Cristiane sugere alugar um item para fazer a simulação em casa. “Sem dúvidas, a louça não pode destoar e precisa estar inserida no todo”, recomenda.
Mesa posta e o menu
Nas festividades, tudo é elaborado para exaltar o menu que precisa encontrar sintonia com os pratos, talheres e as travessas onde estarão dispostas as comidas. Pensando na organização, a arquiteta gosta de evitar que tudo fique disposto em uma única posição da mesa, principalmente se ela for extensa. “Nesses casos, gosto de fracionar em mais de um elemento para facilitar o acesso na hora de servir. Sinto que isso deixa as pessoas muito mais à vontade”, relata.
Bônus: o dia depois da festa
Arranjos florais e materiais leves são boas pedidas pensando no café da manhã ou no almoço do dia Ano Novo, pois combinam sutileza com uma proposta mais moderna | Projeto: Cristiane Schiavoni Arquitetura e Interiores | Foto: Carlos Piratininga
Depois da noite festiva, muitos convidados pernoitam para estenderem a alegria de estarem juntos. “Seja para um café da manhã ao estilo brunch ou um almoço para degustar os pratos da ceia, a mesa também merece atenção especial”, adiciona Cristiane.