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Rafael Coimbra: "A internet democratizou a informação, mas isso não pode estar na frente do talento e do estudo"

O ator Rafael Coimbra tem trilhado a sua carreira com projetos importantes no streaming e na TV

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Por Denise Neves e Flávia Viana

Rafael Coimbra vive Douglas em “De Volta Aos 15”, da Netflix. 

A série é baseada na obra da escritora Bruna Vieira e já chegou a ser a 4ª mais assistida do mundo da plataforma. 

Aos 28 anos, o ator tem construído uma carreira promissora, sobretudo no mercado de streaming. Em breve, Rafael também poderá ser visto em “How To Be A Carioca”, da Disney.

Mas não é só nas plataformas de streaming que Coimbra tem se destacado. 

Ele também integrou o elenco da novela “Gênesis” da Record TV, vivendo o personagem Tito. As gravações aconteceram durante a pandemia.

“Foi um desafio e tanto a dinâmica do dia a dia. Era tudo completamente diferente: equipes reduzidas, pouco contato entre os atores, muitas cenas caindo por conta de pessoas contaminadas no elenco ou equipe… Isso trouxe um clima de tensão para a gente. Por outro lado, foi um ato de resistência estar trabalhando durante esse período em que a cultura ficou tão sucateada”, lembra.

O ator passa agora por um momento de ascensão na sua carreira artística, participando de grandes projetos, como “De Volta Aos 15” e “How To Be A Carioca”, ambas produções voltadas para o público jovem. 

Mas, como todo artista, Rafael pretende alcançar voos ainda mais altos, conquistar novos espaços e sonha inclusive com a realização de projetos fora do Brasil.

“Sempre mirei na carreira internacional, por falar inglês e espanhol fluente… Talvez seja essa minha meta para os próximos 15 anos”, ressalta o ator.

Em um bate-papo exclusivo para o Correio B+, Rafael falou com mais detalhes sobre a sua atual fase e demais projetos na carreira.

Saiba como foi logo abaixo:

CE: Rafael, você trabalhou bastante na pandemia.. Fez “Gênesis’, na Record, e a série “De volta aos 15”, na Netflix. Como foi estar num set com protocolos de segurança?

RC: “Foi um desafio e tanto a dinâmica do dia a dia. Era tudo completamente diferente: equipes reduzidas, pouco contato entre os atores, muitas cenas caindo por conta de pessoas contaminadas no elenco ou equipe… Isso trouxe um clima de tensão para a gente. Por outro lado, foi um ato de resistência estar trabalhando durante esse período em que a cultura ficou tão sucateada”.

 

CE: Além desses trabalhos, como você passou a pandemia? Você chegou a criar algum projeto ou teve algum trabalho cancelado?

RC: “O início da pandemia foi um caos, pois tudo parou… Então, eu decidi me reinventar e criei uma Oficina de Leitura Dramatizada, um curso on-line onde eu ensinei atores e não atores a dar imagem para as palavras. Fizemos três turmas e foi um sucesso.”

 

CE: Você está em “De volta Aos 15”, na Netflix. Fale um pouco do seu personagem e de como é fazer parte de um projeto que já foi lançado com grande expectativa do público?

RC: “Douglas inegavelmente é um grande “playboy”, ainda mais se tratando de uma cidade tão pequena como é Imperatriz, isso destoa… Mas, ele, ao meu ver, é um menino de bom coração e sofre por não saber quem está se aproximando dele por interesse ou não. Chegamos a ser a 4ª série mais assistida do mundo pela Netflix. Não esperava isso nem nos meus melhores sonhos… Dá um frio na barriga delicioso.”

 

CE: Como tem sido a repercussão com os fãs dessa obra, baseada no livro da Bruna Vieira?

RC: “Para mim, tem sido mágico. O público jovem e infantil é muito sincero e intenso… Eles amam e odeiam com muita facilidade. Para a minha sorte, estão me amando (risos).”

 

CE: Recentemente, Vladimir Brichta declarou seu repúdio à escalação de atores por conta de número de seguidores que um artista tem nas redes sociais. Para você, quais as vantagens e desvantagens dessas redes para um artista?

RC: “Na minha opinião, a internet democratizou a informação, deu voz a pessoas que não tinham e ajudou, sim, muita gente. Mas, isso não pode estar na frente do talento e do estudo, por exemplo. Concordo com o Vladimir, isso também me incomoda.”

 

CE: E você... Se pudesse voltar aos 15, quais conselhos daria para o Rafael de hoje?

RC: “O meu maior conselho seria: entre no teatro agora. Não perca tempo com mais nada.”

 

CE: Você acabou de fazer 28 anos. E, para quem acredita em astrologia, esse momento marca muitas mudanças na vida das pessoas por conta do retorno de Saturno. Como se vê na carreira e na vida daqui 15 anos?

RC: “Sempre mirei na carreira internacional, por falar inglês e espanhol fluente… Talvez seja essa minha meta para os próximos 15 anos.”

 

CE: Um sonho?

RC: “Quero construir uma família, tenho esse sonho desde novo… Talvez por ter tido um pai tão maneiro e presente na minha vida, também quero ter essa experiência.”

 

CE: O que faz quando não está trabalhando?

RC: “Gosto muito de jogar futebol, praticamente toda semana eu jogo. É a minha válvula de escape.”

CE: Quais são os seus próximos projetos?

RC: “Gravei uma série chamada “How To Be A Carioca” para a Disney +, que estreia ainda esse ano. E tenho dedicado meu tempo para um projeto autoral, se trata de uma série que escrevi durante a pandemia e está sendo negociada por plataformas de streaming.”

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Higa imortaliza mural que homenageia artistas em Campo Grande

O fotojornalista, que é lenda em Mato Grosso do Sul, faz assinatura no mural que retrata artistas sul-mato-grossenses e o paulistano Eduardo Kobra, na noite desta terça-feira (12), no Escritório Bar Cultural

12/11/2024 16h45

Imagem Divulgação

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Pensando em valorizar artistas em vida, a parede de um boteco em Campo Grande tomou traços e contornos, marcando espaço ao imortalizar artistas sul-mato-grossenses e a Eduardo Kobra, de São Paulo. Entre eles Roberto Higa que assina a obra nesta terça-feira (12).

Com o conceito de abraçar a arte, nasceu o Escritório Bar Cultural há sete anos, localizado na rua Assunção, esquina com a Spipe Calarge.

Procurando cada vez mais agregar elementos que fazem parte da riqueza cultural, tanto do Estado quanto de artistas de outros locais do mundo, em mais um passo para a alegria dos amantes da arte, o espaço receberá as visitas dos artistas homenageados, que deixarão suas assinaturas no mural.

Mural 

Mural: "Os Cinco Olhares da Arte" / Imagem Divulgação

A arte nasceu das mãos de Sulivan de Oliveira, que, em conversa com o proprietário do espaço, o empresário Luciano Yonaka, foi desenvolvendo a homenagem.

Inicialmente, a ideia era focar em Eduardo Kobra, artista conhecido mundialmente pela arte que combina surrealismo e pop art, e que nunca havia recebido homenagem em um mural.

“A gente estava discutindo que os artistas não são reconhecidos como deveriam. Então, surgiu a ideia de fazer uma homenagem em vida. Eu cedi a parte de, auxiliei o Sulivan”, contou Luciano.

Com isso, nasceu o mural, que recebeu o nome de “Os Cinco Olhares da Arte” e retrata Humberto Espíndola, Ique, Cleir Ávila, Roberto Higa e Eduardo Kobra.

“Tem o artista que faz quadros, o que faz mural no mundo inteiro, o Eduardo Kobra, que é amigo do Sulivan. O Ique, que dispensa qualquer comentário, é um gênio. O Cleir, que está em um trabalho de fazer esculturas, mas fez as Araras e continua fazendo os prédios também, né? E o Higa é o gênio da lente”, explicou Luciano.

 

 

 

Homenagem a Higa

Nesta terça-feira (12), o fotojornalista Roberto Higa, que registrou a história sul-mato-grossense, será homenageado com a assinatura no mural, deixando a impressão das mãos gravadas.

Os outros artistas também irão ao Escritório Bar Cultural para colocar suas assinaturas e deixar as mãos gravadas; entretanto, por incompatibilidade de agenda, não foi possível alinhar todos na mesma noite.

“A nossa ideia cronológica é assim: nós vamos pegar a assinatura de todos porque achamos difícil conseguir uma data em que todos estivessem aqui. A gente pega a assinatura de todos para depois selar a parede”, disse Luciano, e completou:

“Está em obra, vamos colocar um deck aqui na frente do mural, mas, quando estiver tudo pronto, vamos marcar um evento de inauguração do mural.”

Imperdível

A noite será histórica, com Higa gravando a mão em massa modeladora, deixando um autógrafo no mural, enquanto quem estiver no espaço poderá curtir o som de Maria Cláudia e Marcos Mendes.

O Escritório Bar Cultural abre às 19h e a previsão de chegada de Roberto Higa é a partir das 19h30.

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HISTÓRIAS PANTANEIRAS

Odacil Cânepa lança no dia 28 livro infantil de fábulas pantaneiras

O jornalista e escritor Odacil Cânepa lançará no dia 28 livro infantil que traz no enredo Aruê, um velho cacique que se encarrega de repassar para as crianças indígenas as lendas e as tradições dos ancestrais de sua comunidade

12/11/2024 10h00

Foto: Gerson Oliveira

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“Tudo me encanta no Pantanal.” É assim que o jornalista e escritor Odacil Cânepa começa a conversa sobre “O Jaú que Comeu a Lua – Fábulas Pantaneiras”. O livro infantil traz no enredo Aruê, um velho cacique que se encarrega de repassar as lendas e as tradições dos ancestrais de sua comunidade para o neto Aruá. A publicação, que estará disponível na Amazon a partir do dia 28, traz o universo de uma pequena tribo remanescente dos Guató que habita uma ilha na baía de Uberaba.

Por ali, circulando pelas águas dos rios Aquidauana, Miranda e Paraguai, vivem os peixes Zungaro zungaro, nome científico do Jaú. Chegando a pesar 120 quilos, são os maiores peixes do Pantanal, donos de grandes barbatanas e de um ruído grave e potente que mais se assemelha a um mugido de boi. O Jaú é um dos encantos que perseguem o autor desde menino e que embala a narrativa do livro.

“Sou pantaneiro [nascido em Aquidauana], criado até os nove anos às margens do [Rio] Miranda [entre Anastácio e Bonito]. Meu avô paterno era dono de uma fazenda de gado, e por lá aprendi a conviver com os bichos, com as árvores e todos os mistérios da terra”, conta o autor, dando pistas de onde veio a dupla de protagonistas – Aruê e Aruá – e outros elementos de sua obra, que contou com a parceria do ilustrador Emmanuel Merlotti de Oliveira.

“Emmanuel tem um traço lindo e colorido. Acho que vamos aprofundar a parceria em novos projetos. Essa estória particularmente veio de uma viagem que fiz [em 2017] na reserva dos Guató, no Porto Índio [em Corumbá]. Vi uma lua imensa refletindo no Rio Paraguai e tive a ideia. O resto dos meus livros vão ser nessa linha também”, conta Cânepa, adiantando que não vai parar no lançamento de estreia.

“O livro é uma fábula infantojuvenil em que dou vida aos animais comuns do Pantanal, especialmente peixes e outros aquáticos. Tenho projeto de editar cinco fábulas, cuja inspiração vem do meu avô materno, um campeiro que vivia entre os índios kadiwéu nos anos 1960 e 1970. Era uma figura enigmática, contador de estórias, principalmente sobre a Guerra do Paraguai [1864-1970]. Dele, emprestei um pouco das invenções dos livros. Era um belo mentiroso”, prossegue o autor, entre gargalhadas.

Cânepa diz que o desejo de legar às futuras gerações toda a fabulação sobre as tradições pantaneiras, que vivenciou bem de perto, foi o que motivou o desejo de escrever e publicar “O Jaú que Comeu a Lua – Fábulas Pantaneiras”. Além do livro físico, a publicação ganhará versão digital em janeiro.

“Quero deixar um pouco, no imaginário das crianças e dos jovens, as estórias orais do Pantanal. Minha literatura tem um pouco de poesia, de contos e prosa. Não sou escritor profissional, sou jornalista que pensa um dia em dedicar mais tempo para esse ofício. ‘O Jaú que Comeu a Lua’ é só um começo”, promete Cânepa, que já integrou a equipe de reportagem do Correio do Estado e atualmente está radicado em Brasília (DF).

E de que maneira, exatamente, procurou trabalhar o conceito de fábulas? “Fábulas, porque são invenções mesmo que têm algum sentido. São estórias saborosas que têm o Pantanal e o cerrado como cenário. Nesse livro, uso os animais para falar de amizade, de respeito e de tolerância. Acho que isso deve ser ensinando para nossos filhos”, afirma.

E como selecionou ou criou as fábulas? “Por ordem temporal. Escrevi e escrevo regularmente contos, poesias e roteiros infantis”, diz o escritor, emendando com o fato pessoal que fez crescer a produção.

“Depois que meu segundo filho biológico nasceu, em 2011, intensifiquei essa literatura infantojuvenil. O que espero tecnicamente com essa publicação é nada mais do que divulgar o meu pensamento e o lugar onde nasci e cresci. Espero que outras pessoas compreendam a importância do Pantanal e de sua preservação”, afirma o jornalista e escritor.

Aliás, a sua formação e profissão de origem acabaram interferindo de diferentes formas no resultado final do primeiro livro. Mas o papel de pai naturalmente também conta.

“Meu ofício é o jornalismo e escrevo muito. Portanto, misturo as coisas reais da profissão e minhas fábulas. Misturo o meu ofício de contar fatos com histórias inventadas, basicamente, no estilo de escrever”, conta.

“Do ponto de vista pessoal, o maior desafio de levar ao papel o que se passa na imaginação é basicamente o tempo. A minha vida é bem atribulada, trabalho com rádio, jornal, tevê e ainda crio filho depois dos 50 anos”, diz o jornalista, anunciando um pouco do que vem por aí.

“Vou publicar cinco livros de fábulas. O próximo, no ano que vem, será sobre incêndios no Pantanal”, revela Cânepa.

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