As doenças cardiovasculares são aquelas que atingem o coração e os vasos sanguíneos. Normalmente, o seu desenvolvimento se dá a partir de predisposição genética ou por hábitos do dia a dia, que acabam por contribuir de forma negativa na saúde do coração.
Sabe-se que as doenças cardiovasculares ainda são uma das principais causas de morte no Brasil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, até a terceira semana de setembro, mais de 290 mil mortes de brasileiros decorrentes de alguma doença cardíaca foram contabilizadas.
Mais de 1.100 pessoas morrem no País, todos os dias, pelo mesmo motivo, ainda segundo a entidade. Ou seja, cerca de 46 óbitos por hora.
O Ministério da Saúde estima que, até 2040, haverá um aumento de até 250% desses eventos. Mas, apesar das estatísticas, é possível que pessoas cardíacas busquem maneiras de melhorar suas vidas.
“O ideal é que os pacientes cardíacos busquem maneiras para reforçar a qualidade de vida no seu entorno. Na maioria das vezes, é possível atingi-la a partir de práticas diárias e deixando maus hábitos de lado”, diz a cardiologista Sueli Vieira Santos, que atua em uma rede de hospitais em São Paulo.
Confira algumas dicas da dra. Sueli para combater as cardiopatias e ter uma rotina mais saudável.
TABACO
A médica afirma que o cigarro é a principal causa de morte evitável no mundo e, no caso dos cardíacos, é recomendado ficar distante desse tipo de vício.
“Além de afetar os pulmões e colaborar com o aparecimento do câncer, o cigarro também é um grande vilão para o coração e pode influenciar diretamente nas doenças cardiovasculares. O tabaco endurece a camada interna dos vasos sanguíneos, fazendo com que o sangue circule mais devagar e aumentando o trabalho do coração”, relata.
BEBIDAS ALCOÓLICAS
Quando ingerido em pequenas quantidades, o álcool pode prevenir doenças cardiovasculares. Mas se o paciente já apresenta alguma doença, essa proteção não ocorre.
“Isso não vale para essa condição, pois pode levar ao aumento da pressão arterial, descontrolar ainda mais a hipertensão, colaborar para a descompensação clínica da insuficiência cardíaca e do acidente vascular cerebral”, adverte Sueli.
EXERCÍCIOS FÍSICOS
A prática de exercícios físicos é uma grande aliada, sendo uma das mais recomendadas para evitar complicações de saúde.
“Exercitar-se é a melhor maneira de evitar doenças cardíacas. A tão corriqueira caminhada já é o suficiente. Utilizar 30 minutos do dia é uma boa ação para o coração”, enfatiza a médica.
ALIMENTAÇÃO
Ter uma boa alimentação é de extrema importância. Recomenda-se evitar o excesso de sal, gorduras, doces e ultraprocessados.
“A alimentação é essencial. Existem estudos atuais que afirmam que, mesmo em pacientes com quimioterapia, só a reeducação alimentar já é o suficiente para reduzir o tumor. Imagine, então, para o coração, como essa ação pode ajudar. Uma alimentação sem gorduras, frituras e doces controla o colesterol, além de diminuir o peso e a inflamação que uma possível obesidade pode acarretar”, complementa a cardiologista.
DE OLHO NA BALANÇA
Aliado a uma boa alimentação está o cuidado com o peso, pois o seu excesso pode prejudicar o organismo de diferentes formas.
A médica relata que o aumento de peso acarreta diabetes, taxa de ácido úrico elevada, descontrole dos níveis de pressão arterial, do colesterol e do triglicérides (dislipidemia).
TRABALHO
O trabalho também entra nos pilares de qualidade de vida, já que pode gerar prazer, bem-estar ou aumentar o estresse. “O estresse, com certeza, é o maior vilão do século e, muitas vezes, pode descompensar o corpo”, diz Sueli.
“Por isso, o indicado é que essa questão também seja aprimorada da melhor forma. Além disso, no período de trabalho, é recomendado nutrir o hábito de consumir água e levantar sempre que possível, para não se manter por muito tempo estático na mesma posição”, completa.
SEXO
E quando o assunto é qualidade de vida, a questão da sexualidade é relevante. “Os pacientes cardíacos têm medo de um evento fatal durante o ato sexual, isso porque é uma atividade em que se pode alterar a pressão e a elevação dos batimentos cardíacos”, pontua a especialista.
“Mas, assim como no exercício físico, se o paciente é de alto risco, ele tem de se atentar a sinais como tontura, visão turva ou dor precordial e interromper o ato. Mas, no geral, pacientes bem controlados não precisam ter receio da prática”, afirma.
Além disso, é recomendado que o paciente cardíaco tenha acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Com o apoio de cardiologistas, psicólogos, nutricionistas, entre outros profissionais, é possível manter uma rotina ainda mais equilibrada.




