Ela tem carinha de menina, mas é uma grande mulher, é grande atriz...
A atriz Samya Pascotto de apenas 29 anos, sempre gostou de artes no geral. Amava desenhar, e achou que seguiria por esse caminho, mas o teatro chegou primeiro.
Ela começou a fazer teatro no Colégio Batista Brasileiro, em 2000. De 2006 a 2010, Samya participou de um curso de teatro musical na Oficina dos Menestréis.
Mais tarde, passou a cursar Comunicação das Artes do Corpo, se formando em Habilitação em Teatro, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), em 2010.
“Eu sempre tive uma tendência para as artes em geral, sempre cantei, pintei...
Desenhar era o que eu mais fazia, achei que iria para esse lado, mas o teatro acabou me encontrando no meio do caminho e aconteceu que a gente nunca mais se largou”, relembra.
No currículo da jovem e talentosa atriz, a novela Sangue Bom, da autora Maria Adelaide Amaral exibida pela TV Globo em 2013.
Além disso, Samya esteve recentemente em “Todas as Mulheres do Mundo”, exibida na Globo e foi destaque em grandes sucessos como: “De Pernas pro Ar 3” como a antagonista de Ingrid Guimarães no cinema, e em 2021 estreou na Netflix “Carnaval”, outro grande episódio feliz de sua carreira.
“Foi ótimo fazer um filme na “Netflix”, porque é uma plataforma muito grande, eu senti isso no lançamento, na repercussão das redes sociais. Acho que eu não estava dimensionando”, explica Samya.
Essa atriz multifacetada está em cartaz nos cinemas de todo o país com o filme “Amarração do Amor”, que conta a história de um casal de famílias com religiões diferentes.
“É sobre amor e preconceito e como a gente não pode deixar de prestar atenção nas nossas falas, atitudes e crenças, que se a gente descuidar, a gente não percebe, mas está perdendo a oportunidade de amar uma outra pessoa por besteira. Queria muito, muito mesmo que as pessoas assistissem, acho que elas vão se identificar”, convida a atriz.
Samya é paulistana, questiona a indústria do “corpo perfeito” e também está envolvida numa série policial para streaming, que deve estrear no próximo ano, mas infelizmente não pode compartilhar detalhes conosco no momento (ficamos tristes).
Samya Pascotto nossa Capa exclusiva da semana no Correio B+, falou sobre escolhas, cultura da magreza, sua estreia na Netflix esse ano e nos contou de bastidores super divertidos nas gravações de “Carnaval” e “De Pernas pro Ar 3” que pensou em desistir de sua personagem.
CE - Como foi a escolha por atuar?
SP - Eu sempre tive uma tendência para as artes em geral, sempre cantei, pintei... Desenhar era o que eu mais fazia, achei que iria para esse lado, mas o teatro acabou me encontrando no meio do caminho e aconteceu que a gente nunca mais se largou.
Eu tive muita sorte na verdade de ter estudado em uma escola que oferecia essa possibilidade na grade curricular.
CE - Entre sua formação e início de trabalhos foi tudo bem rápido, não?
SP - Na verdade eu fazia teatro amador quando fiz meu primeiro papel profissional na televisão. Até fazer “norma”, minha primeira série, eu nunca tinha cogitado em ser atriz de audiovisual, só pensava em fazer teatro mesmo. Foi meu primeiro teste e eu passei.
Acho que isso não acontece com muita frequência e na verdade me deu falsas esperanças que iria ser uma profissão tranquila (risos).
CE - Seu primeiro trabalho marcante e que te levou a outros papéis também marcantes foi Norma ou Julie e os Fantasmas?
SP - Eu acho que “Norma” foi minha entrada. Entrar é muito difícil, vejo pelos meus amigos, esse primeiro “sim” em um bom papel que você pode mostrar alguma coisa de fato é muito difícil, então mesmo que para o público “Julie e os fantasmas” seja um trabalho de maior reconhecimento, eu honro o “primeiro sim”, que o Luiz Villaça e a Denise Fraga me deram.
Aprendi muito com eles para poder mais tarde fazer Julie e aprender mais ainda fazendo Julie...
É assim, um trabalho puxa o outro e com cada trabalho se aprende mais um pouco.
CE - Seu primeiro trabalho marcante e que te levou a outros papéis também marcantes foi Norma ou Julie e os Fantasmas?
SP - Eu acho que “Norma” foi minha entrada. Entrar é muito difícil, vejo pelos meus amigos, esse primeiro “sim” em um bom papel que você pode mostrar alguma coisa de fato é muito difícil, então mesmo que para o público “Julie e os fantasmas” seja um trabalho de maior reconhecimento, eu honro o “primeiro sim”, que o Luiz Villaça e a Denise Fraga me deram.
Aprendi muito com eles para poder mais tarde fazer Julie e aprender mais ainda fazendo Julie...
É assim, um trabalho puxa o outro e com cada trabalho se aprende mais um pouco.
CE - Conta um pouco sobre a Vivi?
SP - A Vivi foi uma personagem que e brinquei de fazer desde o primeiro teste.
Eu me dei uma permissão de ser um pouco mais boba, um pouco mais caricata e me divertir fazendo isso, sem me julgar. Acho que foi bom, combina com o filme que é leve e divertido.
CE - Como foi fazer o trabalho com suas colegas de elenco?
SP - A melhor parte é sempre o elenco, quando não é a pior, claro (risos). A gente se deu muito bem desde o começo.
Eu e Giovana tivemos trocas e conversas muito profundas, Bruna foi uma fonte de serenidade e Gkay me fazia rir o dia inteiro.
CE - Muitos atores e atrizes estão migrando da TV aberta para o streaming. Novas oportunidades?
SP - Acho que sim, nunca produzimos tanto. Nosso audiovisual dará um salto por conta disso.
É mais oportunidade para o setor inteiro, mais emprego, mais pessoas diferentes trabalhando, ganhando experiência e se aperfeiçoando.
CE - Eu li uma declaração onde você fala sobre a cultura da magreza.
Isso ainda é uma realidade?
SP - É sim. Esses dias eu vi uma entrevista do Lo Bianco questionando a indústria e a desafiando a colocar pessoas gordas como galãs.
Protagonistas que tem sensualidade, que se apaixonam, que vivem uma história de amor. E eu reverbero junto essa provocação. Está na hora.
Conheço tantas pessoas que são galãs, que são sensuais e não são magras, porque elas não existem na dramaturgia?
CE - Como foi atuar em De Pernas para o Ar 3 ao lado (de novo) de um super elenco?
SP - De verdade? Um pânico. (risos). Eu estava muito nervosa gravando, não me achava digna, sabe a “síndrome da impostora”? Nossa, nesse filme ela estava com tudo. (risos) eu cheguei a ligar para Julia Rezende (diretora) e pedir pra sair. E ela respondeu: “ta louca? Você vai fazer esse filme sim, está tudo ótimo”.
Aos pouco eu fui relaxando, aos poucos mesmo. Acho que só na última semana eu estava realmente confortável. Mas eu gosto do resultado, acho que eu fingi serenidade bem. (risos).
CE - Você está em cartaz com Amarração do Amor, fala um pouco sobre o filme, gravações e sua personagem?
SP - Amarração foi um filme que gravamos em 2018 e só agora chegou aos cinemas.
Eu queria muito que as pessoas assistissem porque acho que é um tema muito pertinente a todos nós.
É sobre amor e preconceito e como a gente não pode deixar de prestar atenção nas nossas falas, atitudes e crenças, que se a gente descuidar, a gente não percebe, mas está perdendo a oportunidade de amar uma outra pessoa por besteira.
Queria muito, muito mesmo que as pessoas assistissem, acho que elas vão se identificar.
CE - Muito bom voltar ao cinema e as telonas pós pandemia (fase crítica)?
SP - Muito bom! É maravilhoso que a vacinação avançou, que com ela as mortes estão baixando tanto e nós estamos voltando a ter experiências coletivas com segurança.
CE - Volta as novelas ou teatro?
SP - Tenho projetos de teatro que foram interrompidos, ainda estamos vendo o que vai acontecer com ele e novela adoraria, mas ainda sem previsão.
CE - Um trabalho marcante?
SP - ”Vizinhos”, uma série que fiz pra o GNT. Foi meu papel mais legal, onde eu pude exercitar muitas coisas e uma jornada de autoconhecimento maravilhosa na minha vida pessoal.
CE - Esse novo trabalho no streeming policial conta pra gente?
SP – Ixi (risos), não sei muito o que eu posso contar. Mas eu faço uma delegada...
CE - Um conselho da Samya para quem está começando...
SP - Acho que o mercado está mais amplo do que nunca. Acho que o conselho que eu daria é tente descobrir quem é você como artista, além de ator.
É provavelmente isso que fará você entender onde é seu lugar, onde você vai se destacar, contribuir e fazer com que as pessoas queiram trabalhar com você.


Foto: Divulgação / Alexis Prappas
Foto: Divulgação / Alexis Prappas
Ryan Keberle, trombonista - Foto: Divulgação / Alexis Prappas


