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Veja quais filmes e séries chegam aos streamings para maratonar no fim de semana

Estreias da semana incluem produções de diferentes gêneros e nos mais variados streamings

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O fim de semana está chegando, e nada melhor do que aproveitar o tempo livre com uma boa maratona no sofá.

Se você está em busca de novidades para assistir, reunimos as principais estreias de filmes e séries que chegaram aos streamings nos últimos dias ou que estreiam neste fim de semana.

Tem drama, comédia, animação, ação e até aquele suspense que prende do começo ao fim, confira as dicas e prepare a pipoca!

Netflix

  • A noite sempre chega (Crime/suspense)

Filme - Em A Noite Sempre Chega, Lynette precisa enfrentar uma perigosa aventura para arrecadar dinheiro e salvar sua família do despejo. Antes disso, ela tinha o plano perfeito, mas a compra de um carro a fez abandonar a vida comum. Preocupada com a vida da sua mãe e do seu irmão Kenny, ela embarca no submundo criminal de Portland para arrecadar 25 mil dólares. O longa acompanha a jovem mulher, que já endurecida pelas dificuldades da vida, se torna uma anti-heroína e passa a cobrar todos aqueles que lhe devem dinheiro, independente de suas relevâncias ou fichas criminais.

  • Abominável (Animação)

Filme - Shanghai, China. Yi é uma adolescente que, certo dia, descobre que um yeti está no telhado do prédio em que ela mora. A partir disso, ela e seus colegas passam a chamar a criatura mística de "Everest" e, ao criarem laços com o animal, decidem levá-lo até sua família, que está no topo do planeta. Porém, os três amigos terão que conseguir despistar o ganancioso Burnish e a zoóloga Dra. Zara, que querem pegar o yeti a qualquer custo.

  • Medo e delírio em Las Vegas (Comédia)

Filme - Enviado para Las Vegas para cobrir o Mint 400, uma corrida de motos no deserto, o jornalista Dr. Thompson (Johnny Depp) e seu advogado (Benicio del Toro) se encontram numa cidade onde somente drogas poderosas podem fazer com que as coisas sejam ligeiramente normais.

  • Crepúsculo (15/08)
  • A Saga Crepúsculo – Lua Nova (15/08)
  • A Saga Crepúsculo – Eclipse (15/08)
  • A Saga Crepúsculo – Amanhecer – Parte 1 (15/08)
  • A Saga Crepúsculo – Amanhecer – Parte 2 (15/08)
  • Sex and the City: O Filme (15/08)
  • Sex and the City 2 (15/08)
  • A Noite Sempre Chega (15/08)
  • Se Beber, não Case (16/08)
  • Se Beber, não Case! Parte II (16/08)
  • Se Beber, Não Case! Parte III (16/08)

Prime Vídeo

  • A Mulher da Casa Abandonada (Documentário)

Série - A Mulher da Casa Abandonada é uma série documental que dá continuidade às investigações do podcast homônimo que se tornou um fenômeno no Brasil. Na docussérie, Chico Felitti fala sobre como descobriu a história de "Mari" e começou suas pesquisas, mostrando os bastidores e toda a repercussão que o podcast teve, e se aprofundando ainda mais na trama real e macabra. O podcast e a série investigam a história de uma mulher excêntrica que vivia em uma mansão abandonada em São Paulo, mas ela escondia muito além do nome falso. "Mari" foi acusada de cometer um crime hediondo e fugir do julgamento nos Estados Unidos.

  • Betty, A Feia: A História Continua (Drama/comédia)

Série - Duas décadas após os acontecimentos da popular série estrelada por Ana María Orozco, no spin-off Betty, a Feia: A História Continua, após o falecimento de uma importante figura da famosa empresa Ecomoda faz com que Betty se reconecte com seus antigos colegas de trabalho e com Armando, com quem ainda é casada, mas está preparada para pedir o divórcio. Ela também se reencontra com sua filha, Mila, que está estudando moda em Nova York e deseja trabalhar na oficina de Hugo. Nessa nova fase, Betty terá que reconstruir seu relacionamento com a filha, ao mesmo tempo em que toma decisões importantes que afetarão sua carreira e decidirá se vai se reconciliar com Armando, que fará de tudo para reconquistá-la. Além disso, a série aborda os desafios profissionais de Betty, que agora lida com as pressões de manter a Ecomoda competitiva em um mercado globalizado, enquanto enfrenta conflitos internos e rivalidades na empresa. 

HBO Max

  • Fúria Primitiva (Ação/trhiller)

Filme - Fúria Primitiva é um conto de vingança e redenção que segue a jornada de um jovem anônimo, conhecido apenas como Kid (Dev Patel), que ganha a vida em um brutal clube de luta underground. Noite após noite, sob uma máscara de gorila, Kid é espancado por lutadores mais populares em troca de dinheiro. No entanto, após anos de repressão, sua raiva acumulada explode quando ele encontra uma maneira de se infiltrar na elite sinistra da cidade. Inspirado na lenda hindu de Hanuman, que representa força e coragem, Kid emerge como um símbolo de determinação implacável. À medida que um trauma de sua infância ressurge, suas mãos misteriosamente marcadas tornam-se instrumentos de justiça, desencadeando uma saga explosiva de vingança contra aqueles que tiraram tudo dele.

  • Marcial Maciel: O Lobo de Deus (documentário)

Série - Docussérie sobre as décadas de abusos e enganos de Marcial Maciel, o sacerdote mexicano e líder dos Legionários de Cristo, que construiu um império religioso enquanto escondia seus crimes por trás de uma máscara de santidade.

  • “Bake Off Brasil” – 11ª Temporada (Reality)

Série - O Bake Off Brasil é uma disputa entre confeiteiros amadores. Os participantes são submetidos a provas técnicas e criativas e precisam colocar a mão na massa para enfrentar a nossa dupla de jurados especializados.

Disney +

  • Colapso (Ação/drama/ficção distópica)

Série - Em Colapso, Miranda é uma jovem adotada por uma família argentina que sofre de transtornos de ansiedade, que ela acredita ser causado pela angústia de desconhecer suas origens. Então, para desvendar seu passado, ela decide retornar ao México, onde descobre dolorosamente que a realidade não é o que ela pensava.  Assim, Miranda decide se infiltrar no coração de uma organização criminosa na Cidade do México com a ajuda de Javier Lara, sobrinho do patriarca, e sob a proteção de Leo, um ex-integrante das forças especiais de segurança mexicanas. Mas, neste caso, a busca pela verdade tem um custo altíssimo, e Miranda deve escolher entre a luz e a escuridão, entre o perdão e o castigo, entre o amor de alguém disposto a morrer por ela e o de alguém disposto a matar.

  • Sem Limites com Chris Hemsworth: Vivendo Melhor (documentário)

Série - Sem Limites com Chris Hemsworth: Vivendo Melhor" é uma série documental onde Chris Hemsworth explora formas de viver mais tempo e melhor, com a ajuda de especialistas, família e amigos. A série, produzida pelo National Geographic, apresenta Hemsworth enfrentando desafios que testam seus limites físicos e mentais, com o objetivo de mostrar como todos podem liberar seu potencial para uma vida mais saudável e feliz. 

Apple TV

  • Cortina de Fumaça (fim de temporada)

Série - Inspirada em fatos reais, a série Cortina de Fumaça mergulha no sombrio mundo dos incêndios criminosos que aterrorizaram o sul da Califórnia por uma década. A trama acompanha a detetive obstinada Michelle e o enigmático investigador de incêndios John Leonard Orr, enquanto desvendam uma série de incêndios mortais que deixaram um rastro de destruição e quatro vítimas fatais. Conforme a investigação avança, os protagonistas enfrentam não apenas os desafios de capturar um incendiário em série, mas também confrontam seus próprios demônios pessoais.

  • Snoopy Apresenta: Um Musical de Verão (animação)

Filme - Contando com 40 minutos de duração e músicas originais de nomes renomados, o musical celebra a alegria e a magia de um acampamento de verão, bem como a importância de preservar o que se ama. Charlie Brown e a turminha vão acampar. Por ser sua primeira vez, Sally não vê muita graça. Mas com o risco de fecharem o acampamento, todos se reúnem para ajudar e permitir que outras crianças criem memórias ali.

Globoplay

  • Dias Perfeitos (suspense/drama)

Série - Em Dias Perfeitos, um estudante de medicina se apaixona por uma menina e decide sequestrá-la achando que eventualmente ela vai corresponder seus sentimentos. A série de suspense conta a história de Téo, um solitário estudante de medicina que se apaixona pela primeira vista pela jovem roteirista Clarice em um churrasco. Ele declara seu interesse pela garota e fica inconformado com a recusa dela. Téo droga Clarice e a sequestra, levando-a em todos os lugares em que o roteiro que ela escreveu se passa na tentativa de fazer com que ela corresponda seus sentimentos.

  • Separação?! (comédia)

Série - Separação?! é uma série de televisão brasileira que acompanha a vida de Karin e Agnaldo, um casal que, após oito anos de casamento, percebe que não se suporta mais, mas também não consegue terminar o relacionamento. A série explora de forma cômica as brigas, implicâncias e manias do casal, que, apesar de tudo, parecem incapazes de viver um sem o outro

ENTREVISTA COM BIANCA

"A fauna pantaneira é a base musical das nove composições de 'Pantanal Jam'"

Cantora Bianca Bacha, da Urbem, fala como a paisagem natural de Miranda afetou o processo de criação e gravação do segundo álbum da banda, sobre a diferença entre o canto com letra e as vocalizações que são a sua marca e anuncia projetos nos EUA e Espanha

15/12/2025 11h00

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste ano

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste ano Divulgação / Alexis Prappas

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ENTREVISTA COM BIANCA

Recuperando para o leitor: como se deu a oportunidade do encontro e da parceria com o Ryan para o projeto do álbum “Pantanal Jam”?

Conhecemos Ryan Keberle no Campo Grande Jazz Festival [em março de 2024] e com ele tivemos uma troca musical instantânea. Tocamos juntos em um show no Sesc [Teatro Prosa] em setembro de 2024 e, a partir de lá, tivemos a certeza de que ainda faríamos muita música juntos.

No Pantanal, onde Ryan esteve pela primeira vez durante as gravações, ficou nítido que ele conseguiu transpassar para o repertório o encantamento que ele estava vivendo em meio a toda aquela natureza.

É o segundo disco, nove anos depois de “Living Room”. O que “Pantanal Jam” representa para a Urbem?

Este projeto é o nosso território sonoro: onde a música que criamos se entrelaça à natureza que nos guia em forma de jam. Na música, uma jam significa um encontro musical sem aviso prévio, as coisas vão acontecer ali na hora, portanto, o inesperado é bem-vindo e, com ele, você improvisa.

Qual seria o conceito geral do álbum?

O conceito do álbum nasce da escuta profunda da fauna pantaneira. Os cantos dos pássaros, o esturro da onça e os sons das águas e dos ventos não são efeitos nem pano de fundo: são a base musical das nove composições. A natureza atua como um músico a mais na banda de jazz, dialogando conosco em frases de pergunta e resposta.

Sandro Moreno registrou esses sons in loco, mergulhando no Pantanal para captá-los com precisão. Depois, analisou esse vasto material para identificar melodias, ritmos e motivos que se tornariam a essência das composições.

E, para fechar o ciclo, o álbum também foi gravado no coração do Pantanal. Com geradores a gasolina e um estúdio móvel, nós, a Urbem e o trombonista Ryan Keberle, levamos a música para o ambiente que a inspirou. E ali criamos, novamente in loco, em plena natureza selvagem.

Que tipo de referências buscaram para os arranjos, as sonoridades e as texturas?

Toda a referência e textura do álbum “Pantanal Jam” nascem dos próprios sons do Pantanal. A imersão no território e a escuta atenta transformaram cantos de pássaros, esturros, movimentos da água e vozes da mata em matéria-prima musical.

Cada faixa traduz essa convivência direta com a fauna e seus ritmos naturais, convertendo sons de bichos em música. Viva, orgânica e profundamente enraizada na paisagem pantaneira.

Isso está bastante perceptível. Os sons e toda a atmosfera do Pantanal atravessam o mood e talvez a própria concepção dos temas. Pode comentar um pouco mais sobre essa presença de elementos da natureza – e dessa natureza tão singular de MS – na criação de vocês?

A fauna, a luz, o silêncio amplo, os ventos, os cantos e até os vazios típicos da paisagem pantaneira influenciam diretamente a forma como criamos. É como se o ambiente nos orientasse musicalmente: às vezes guiando uma melodia, às vezes sugerindo um pulso, às vezes impondo uma pausa.

Esse encontro com a natureza não é decorativo, é estrutural. Ela atravessa tudo, o gesto musical, o espírito do disco e a maneira como a banda se relaciona com o som.

No “Pantanal Jam”, a paisagem não é cenário: é presença, é voz, é parceria criativa. É música.

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste anoFoto: Divulgação / Alexis Prappas

Onde exatamente estiveram e gravaram? E quando foi?

As gravações foram feitas na Fazenda Caiman, em junho deste ano, num cenário que não poderia ser mais inspirador. Foram escolhidas pela produtora três locações diferentes, e para cada uma delas, três músicas.

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste anoFoto: Divulgação / Alexis Prappas

Com uma equipe ultraprofissional que trouxe segurança e leveza para uma gravação ao vivo numa condição completamente inusitada.

E quanto ao repertório? Como chegaram às nove canções do disco?

Entre as composições, temos duas músicas do Paulo Calasans [“Swingue Verdejante” e “Suspiro da Terra”], um dos maiores produtores, arranjadores e instrumentistas do País, além de duas canções do Ryan Keberle junto com Sandro Moreno [“Paisagem Invertida” e “Entre Folhas”] e cinco composições nossas [“Espiral”, “Pluma”, “Voo Curvo”, “Barro” e “Canção do Ninho”].

Penso que o Pantanal é experimentado de um jeito bem particular por cada pessoa. Como é para você? Como aquele ambiente lhe toca e eventualmente interfere no seu jeito de cantar?

Tudo ali era extremamente inspirador. Dormir e acordar naquele lugar por alguns dias já me fazia até respirar de jeito diferente, com menos pressão e mais imersão.

Isso com certeza influenciou no jeito de cantar. Porém, o mais impressionante era saber que estava gravando um disco com toda aquela fauna ao redor, um jacaré no lago ao lado e uma onça a alguns quilômetros.

Embora domine há duas décadas o canto com letra e muitas vezes cante dessa forma em apresentações ao vivo, na Urbem, você investe sempre nos vocalizes e scats.

Todas as músicas do álbum “Pantanal Jam” usam a voz como instrumento, ou seja, não há letras nas músicas. Além de ser uma característica jazzística, esse estilo de canto se aproxima mais do cantar dos pássaros, a busca por seus fonemas e emissões.

Cada música exige uma altura e um escolher apropriado de sílabas que encaixem com a afinação e a expressão.

Adoro o canto com letras. Ali você tem palavras, interpreta, coloca ênfases. É até uma emissão de voz diferente. Só que comecei a me encantar com o mundo do jazz e toda essa coisa do canto que não usa palavras, o vocalize. E comecei a ouvir cantoras que cantam assim.

Tatiana Parra [cantora, compositora e professora paulistana] canta assim, nossa, de um jeito maravilhoso. A [portuguesa] Sara Serpa também. Tem também as divas mais antigas que faziam mais questão de improviso, o scat singing.

O canto sem palavra é muito desafiador porque ele é mais cru, mostra mais imperfeições de respiração, de emissão, de escolha de sílabas. E é muito improvisado. Porque a cada dia você pode usar uma sílaba diferente, pode caracterizar de uma outra forma.

Num dia vou fazer “u”, no outro dia posso fazer “a”, no outro posso fazer “e”. E você tem que descobrir ali, numa forma você com o seu corpo. E além de ter o desafio de você demonstrar o interpretar com emoção sem ter palavras.

Então é muito jazz [risos]. E acho muito bonito. Sempre vai ser um desafio. Sou com o meu corpo, com as palavras que eu escolho, que nem sempre são pensadas.

Claro que tem uma questão técnica de que o “i” você vai mais para um agudo, no “u” também; nos graves, você vai para outras escolhas, as consoantes também interferem. Gosto muito de passear pelas duas áreas. Tanto a área da interpretação com letra quanto a área dos vocalizes e texturas.

E Nova York? Pode contar um pouco sobre a recente temporada de vocês por lá?

O “Pantanal Jam” foi lançado em novembro deste ano com um show memorável em Nova York, durante a feira internacional de turismo Visit Brazil Gallery [na Detour Gallery], e a recepção foi extraordinária.

Pessoas do mundo inteiro, agentes de turismo, diretores da National Geographic, fotógrafos de natureza e profissionais de diversas áreas assistiram ao show com atenção absoluta.

Desde a primeira música, compreenderam nossa proposta e permaneceram maravilhados até o fim. Foi um momento histórico para Mato Grosso do Sul e para a arte sul-mato-grossense.

Esse resultado só foi possível graças ao apoio total da Fundtur e do seu diretor-presidente, Bruno Wendling, que acreditou no projeto desde o início e se comprometeu a nos apoiar tanto nas etapas de captação no Pantanal quanto no lançamento em Nova York. Além disso, segue impulsionando a campanha contínua de apresentar o “Pantanal Jam” ao mundo.

E faz sentido: ouvir o Pantanal desperta o desejo de visitá-lo, conhecê-lo e preservá-lo. O projeto reúne arte, natureza, conservação, turismo e toda a beleza única do nosso bioma, uma combinação que emociona e conecta o público global ao coração do Pantanal.

Além do álbum que já está lançado em todas as plataformas, temos uma série de vídeos das nove músicas e um minidocumentário.

Quando teremos shows da Urbem? Quais os próximos passos e projetos da banda?

A Urbem se sente profundamente entusiasmada em seguir os passos de Manoel de Barros, da família Espíndola, de Guilherme Rondon, Paulo Simões, Grupo Acaba, Geraldo Roca e tantos artistas que sempre beberam dessa fonte primária que é o Pantanal, transformando-a em arte para o mundo.

Recentemente, pesquisadores de Harvard e professores da UFMS colheram sons do Pantanal [pelo projeto Pantanal Sounds, que conta, entre outros, com nomes como o do violoncelista e professor William Teixeira], e esse movimento nos inspirou a ir a campo gravar os sons pantaneiros e a fazer composições dentro da nossa linguagem jazzística, incorporando esses registros naturais ao nosso modo de compor e evidenciando em música as belezas pantaneiras.

Temos planos de retornar aos Estados Unidos em breve e estamos em diálogo com a Embaixada do Brasil em Barcelona, onde palestraremos em março.

Além disso, a Urbem participará do Campo Grande Jazz Festival de Rua, no dia 21 de dezembro [neste domingo], em uma jam session com músicos locais e de São Paulo.

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MÚSICA

Entre onças e tuiuiús, o jazz

Em parceria com o trombonista Ryan Keberle, com nove composições inspiradas na exuberância do Pantanal, URBEM lança segundo álbum; 2º Campo Grande Jazz Festival celebra o gênero na Capital, com apresentações gratuitas

15/12/2025 10h00

A partir da esquerda, Bianca Bacha, Ana Ferreira, Ryan Keberle, Gabriel Basso e Sandro Moreno

A partir da esquerda, Bianca Bacha, Ana Ferreira, Ryan Keberle, Gabriel Basso e Sandro Moreno Divulgação / Alexis Prappas

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Sem dar muitos detalhes, o baterista Sandro Moreno, quando conversou comigo, em junho, sobre o álbum que a Urbem gravaria com Ryan Keberle, adiantou que o projeto seria “algo muito especial”.

Após o show – memorável, diga-se – que fizeram juntos no Teatro do Mundo, o quarteto campo-grandense – além de Sandro, Bianca Bacha (vocais), Ana Ferreira (piano), Gabriel Basso (contrabaixo) – e o trombonista norte-americano foram para a zona rural de Miranda e se instalaram na Fazenda Caiman.

Foi lá que a magia aconteceu. Na estrada desde 2013 e com apenas um álbum lançado até então, “Living Room” (2016), a banda disponibilizou “Pantanal Jam” no Spotify no dia 29 de outubro, três dias antes do show que realizaria em Nova York, em um evento na Detour Gallery que uniu arte, gastronomia e turismo para promover o Pantanal.

São nove faixas criadas e gravadas com extremo apuro e sensibilidade, que alcançam os músicos da Urbem e Ryan num ponto bem elevado de suas capacidades.

Os temas soam como se os cinco artistas tivessem se deixado abraçar pela contagiante pregnância da natureza de Miranda, e Bianca Bacha confirma isso em entrevista exclusiva.

Melodias, pulsações e andamentos foram se definindo conforme eles mergulhavam em tudo que viam, ouviam e sentiam por ali: ventos, o canto das aves, “o esturro da onça”, como Bianca relata. Ouvindo os sons naturais, captados previamente por Sandro, que assina a produção musical do projeto, cada um estabeleceu sua conversa criativa com o Pantanal.

O registro dos sons naturais – de aves, por exemplo — introduz, se mescla ou faz a ponte para uma execução instrumental (voz inclusa) coesa e deveras inspirada, que não força a barra para sorver e devolver, em forma de música, a fartura que o habitat de Miranda oferece.

“Suspiro da Terra”, doce e pulsante, e “Paisagem Invertida”, essa mais selvagem e misteriosa, são uma prova disso.

Ryan pontua, preenche ou arremata sempre com uma precisão e desprendimento envolventes. Ana, como se ouve em “Espiral”, migra da base para os solos numa transparência que comove. Gabriel – em “Canção do Ninho”, por exemplo, que começa e segue na cama dos gomos que vai colhendo ao longo do tema – parece deter a justa medida para o desempenho de seu baixo.

"Foi uma grande honra participar da criação do ‘Pantanal Jam’. Os sons da Pantanal, do modo como Sandro captou, tiveram um papel direto no processo de composição das duas músicas que fiz para o álbum.

A partir da esquerda, Bianca Bacha, Ana Ferreira, Ryan Keberle, Gabriel Basso e Sandro MorenoRyan Keberle, trombonista - Foto: Divulgação / Alexis Prappas

O tom e os ritmos dos sons naturais do Pantanal, inspirados por ideias musicais e paisagens sonoras próprias, criaram um clima que eu tentei capturar nas minhas composições. Quando nós gravamos, literalmente no meio de um dos lugares mais selvagens e remotos do mundo, a beleza e a energia natural nos inspirou a ouvir a natureza e um ao outro mais profundamente, o que resultou numa performance musical que demonstra uma profunda comunicação musical.

Adoro os músicos e a música da Urbem. E, desde que tocamos juntos em diversas ocasiões anteriores, eu compus as minhas músicas especificamente com o talento e a habilidade musical especial deles em mente” - Ryan Keberle, trombonista.

Sandro é um laboratório inquieto, dos pedais aos pratos de condução. E Bianca conduz os vocais numa têmpera e numa fruição que se articula como síntese do conjunto.

Comparações e referências são uma tentação no mundo do jazz. Mas a qualquer palpite sobre “Pantanal Jam”, é melhor calar e ouvir. É um álbum estimulante para esse silêncio de dentro, que nos faculta as melhores emoções da escuta e da experiência musical.

Brazilian jazz? Jazz? Ouça. Música apenas. E quanta música! Embrenhada e revelada nos refúgios de um lugar mágico, onde a natureza se recobra e o espírito se fortalece.

A Urbem lança “Pantanal Jam” hoje, às 18h, no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo. Apareça.

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