CorreioPod

podcast correio rural

Cai a produtividade da cana-de-açúcar no início da safra

Os extremos climáticos, como as secas, ondas de calor e inundações, estão favorecendo a proliferação de pragas nas lavouras brasileiras

Continue lendo...

A região do centro-sul registra, até o mês de maio, uma produtividade média de 89,4 toneladas por hectare, cerca de 35% inferior à safra passada, que foi de 926 toneladas por hectare. A queda é atribuída ao déficit hídrico observado no período, impactando principalmente as regiões do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Noroeste do estado de São Paulo.

Produtividade nos estados brasileiros

Os destaques em produtividade nos dois primeiros meses da safra, que abriu e maio, ocorreram em Minas Gerais (102 toneladas por hectare), Ribeirão Preto (101 toneladas por hectare) e Piracicaba (100 toneladas por hectare).

Já em relação à qualidade da matéria-prima, não houve alteração significativa, permanecendo na casa dos 121 quilos de ATR por tonelada de cana, segundo o boletim emitido pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).

Uso de agroquímicos no Brasil

Um relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) classifica o Brasil como o segundo país que utiliza maior volume de agroquímicos no mundo.

Convém lembrar que o Brasil tem a quinta maior área agrícola do mundo e pratica uma agricultura tropical, colhendo até três safras por ano. Se levarmos em conta o consumo de agrotóxicos por área plantada, estaremos no 27º lugar no ranking mundial.

Impactos climáticos na agricultura

Os extremos climáticos, como as secas, ondas de calor e inundações, estão favorecendo a proliferação de pragas nas lavouras brasileiras. Uma pesquisa realizada pela Kinetec do Brasil e Sindiveg (Sindicato Nacional de Produtos para Defesa Vegetal) mostra que na safra 23-24 houve um aumento de 37% na área tratada com defensivos agrícolas no Brasil, em comparação com a safra anterior.

 Isso se deve não apenas à expansão da área da soja, mas também à progressão de pragas e doenças provocadas pelas mudanças climáticas.

Ouça na íntegra no Spotify: 

Chuvas e pragas nas regiões brasileiras

Em algumas regiões do país, foram registradas chuvas acima da média, como no Rio Grande do Sul, onde a pressão de doenças fúngicas foi maior. Em contraponto, no Centro-Oeste, com chuvas abaixo do esperado, o déficit hídrico viabilizou a infestação de pragas, segundo o Sindiveg.

Declaração do presidente do Sindiveg

Júlio Borges, presidente do Sindiveg, afirma que, de diferentes formas, os problemas climáticos geram incertezas e aumentam a incidência de doenças, demandando o uso de defensivos para garantir uma boa produtividade agrícola.

Estudos apoiados pela FAO mostram que as mudanças climáticas são um dos principais desafios que a comunidade fitossanitária enfrenta.

Segundo a FAO, cerca de 40% da produção agrícola global é atualmente perdida para pragas, causando um prejuízo de mais de 220 milhões de dólares anualmente, além de perdas à biodiversidade.

Lagarta do cartucho como exemplo

A FAO cita como exemplo a lagarta do cartucho, que se alimenta de milho, sorgo e milho, e já se espalhou devido ao clima mais quente. O avanço e a voracidade das pragas ameaçam a segurança alimentar e exigem cooperação internacional para a preservação da fitossanidade, segundo os técnicos da FAO.

PODCAST CORREIO RURAL

Produtividade da Cana-de-Açúcar em Mato Grosso do Sul cai 7,9% na safra

A safra de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul registra queda de 7,9% devido à seca e queimadas, impactando a produtividade e qualidade da colheita. Saiba mais sobre os desafios do setor

23/09/2024 05h00

Cana de açucar

Cana de açucar Reprodução IA

Continue Lendo...

A atual safra de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul tem enfrentado sérias dificuldades, resultando em uma queda de 7,9% na produtividade, segundo o Boletim de Olho na Safra do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).

Esse resultado está diretamente relacionado ao déficit hídrico que ultrapassa mil milímetros, afetando severamente o desenvolvimento das plantações.

O impacto é ainda mais preocupante quando comparado ao mesmo período da safra anterior, de 2023-2024, que registrava uma média de 874 toneladas de cana por hectare, enquanto nesta safra a produtividade caiu para 805 toneladas por hectare até agosto.

A seca, que já era esperada, foi agravada pelas queimadas que atingiram cerca de 400 mil hectares de canaviais, principalmente nas regiões de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e São Carlos.

As áreas afetadas precisaram ser colhidas de maneira emergencial ou estão sendo preparadas para receber novos investimentos em tratos culturais, como adubação e herbicidas, visando a rebrota das plantas.

Além da redução na produtividade, outro fator que prejudicou a safra foi o aumento do estágio médio de corte, com um maior número de colheitas de canaviais mais envelhecidos, que são naturalmente menos produtivos.

A qualidade da matéria-prima, medida pelo índice de Açúcar Total Recuperável (ATR), mostrou-se estável em relação à safra anterior, apesar da queda de dois pontos percentuais na pureza do caldo da cana, reflexo direto do déficit hídrico.

Esses dados, que refletem a situação do Centro-Sul do Brasil, revelam um cenário de desafio para o setor canavieiro.

Ouça na íntegra no spotify:

 

As queimadas e a falta de água impõem dificuldades adicionais, fazendo com que produtores busquem alternativas rápidas para minimizar os impactos negativos na produção e qualidade da safra atual e da futura.

Em Mato Grosso do Sul, a estabilização do ATR em 1.460 quilos por tonelada é um dos poucos pontos positivos dentro desse contexto adverso.

O levantamento segue em andamento, com prejuízos ainda sendo estimados de forma qualitativa, mas já se sabe que os efeitos dessa combinação de fatores climáticos e ambientais terão impacto prolongado na cadeia produtiva do setor sucroalcooleiro.

PODCAST CORREIO RURAL

Preço do Boi gordo em Mato Grosso do Sul supera média nacional e alcança valor recorde

Mato Grosso do Sul registra a maior cotação da arroba do boi gordo do Brasil, superando São Paulo. Preços firmes e oferta reduzida impulsionam o mercado pecuário no estado

09/09/2024 05h00

Mato Grosso do Sul registra a maior cotação da arroba do boi gordo do Brasil, superando São Paulo. Preços firmes e oferta reduzida impulsionam o mercado pecuário no estado

Mato Grosso do Sul registra a maior cotação da arroba do boi gordo do Brasil, superando São Paulo. Preços firmes e oferta reduzida impulsionam o mercado pecuário no estado Reprodução IA

Continue Lendo...

Mato Grosso do Sul registra atualmente a maior cotação da arroba do boi gordo no Brasil, superando até mesmo o estado de São Paulo, tradicional referência de preços no mercado pecuário.

Segundo Alcides Torres, engenheiro agrônomo e analista de mercado da Scott Consultoria, as ofertas de boiadas diminuíram, resultando em escalas de abate reduzidas e em um mercado mais firme.

Atualmente, a arroba do boi gordo é comercializada a R$ 248,00 na região de Campo Grande, R$ 250,00 em Dourados e R$ 245,00 em Três Lagoas.

Em comparação, a cotação em São Paulo está em R$ 245,00 por arroba. O boi destinado à exportação, conhecido como boi china, também segue as cotações de São Paulo, sendo negociado a R$ 250,00 por arroba em Mato Grosso do Sul.

Ouça na íntegra no Spotify:

 

A redução nas ofertas e a consequente diminuição das escalas de abate, que atendem atualmente de quatro a sete dias, têm impulsionado os preços.

Além disso, o mercado de reposição enfrenta um cenário de baixa liquidez, com produtores aguardando melhores condições climáticas para investir na reposição de rebanho, o que pressionou para baixo as cotações de diversas categorias de bovinos.

No mercado de reposição, as quedas mais expressivas foram observadas nas cotações do boi magro e do garrote, com retração de 24%, e do bezerro de ano, com queda de 15%.

Para as fêmeas, a novilha apresentou uma queda de 44%, enquanto a vaca boiadeira teve um recuo de 39%. Essas variações refletem a cautela dos compradores, que esperam por chuvas antes de avançar nas compras.

O cenário atual consolida Mato Grosso do Sul como um dos principais polos pecuários do país, com preços que reafirmam a força do mercado local, mesmo em meio aos desafios do setor.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).