A cesta básica comercializada em Campo Grande ficou 5,60% mais cara no primeiro mês do ano. Vendida a R$697,69 em dezembro de 2023, passou a custar R$736,76 em janeiro de 2024 e comprometer 56,41% do salário mínimo. O balanço foi divulgado hoje (6), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O aumento no valor da cesta básica foi observado em 16 das 17 capitais pesquisadas. A única redução ocorreu em Fortaleza, onde o conjunto de alimentos ficou -1,91% mais barato.
Conforme o Dieese, a comparação dos valores da cesta, entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024, mostrou que nove capitais tiveram alta de preço.
Entre as capitais pesquisadas, Campo Grande ocupa o 6° lugar entre os valores mais caros da cesta básica. Em primeiro está Florianópolis, com R$ 800,31; seguido de São Paulo (R$ 793,39); Rio de Janeiro (R$ 791,77); Porto Alegre (R$ 791,16); e Brasília (R$ 742,52).
Veja:

Cesta básica x Salário mínimo
Levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser
suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, o Dieese estima
mensalmente o valor do salário mínimo necessário para comprar uma cesta básica.
Sendo assim, com a alta de 5,60%, em janeiro, a cesta básica que passou a custar R$ 736,76, consome 56,41% do salário mínimo vigente, que atualmente é de R$1.412. No entanto, a compra de cestas básicas para uma família de quatro pessoas, o valor chega a R$ 2.210,28.
Em janeiro de 2024, mesmo com o aumento de 6,97% no salário mínimo, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 106 horas e 30 minutos. Em dezembro de 2023, antes do reajuste, a jornada média ficou em 109 horas e 03 minutos, e, em janeiro de 2024, em 116 horas e 22 minutos.
Em Campo Grande, a jornada de trabalho necessária para comprar uma cesta básica na capital foi de 114 horas e 47 minutos. Em Janeiro de 2023, quando o salário mínimo líquido era de R$ 1.121,10, o comprometimento da cesta alcançou 66,8%, sendo necessárias 135h e 05 de trabalho para comprar o conjunto de 13 itens de alimentação.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, em janeiro de 2024, 52,33% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos. Em dezembro de 2023, com o salário mínimo no valor de R$ 1.320,00, o trabalhador precisou usar 53,59% da renda líquida para essa compra.
Em janeiro de 2024, o percentual ficou em 57,18%.
Itens da cesta
A batata foi o item que mais teve aumento, em janeiro, com alta de 58%. O preço médio do cereal em dezembro foi de R$ 6 e aumentou para R$ 9,48. Em 12 meses, o acumulado também é positivo, com alta de 43,80%.
O feijão carioca também aumentou 14,54% e o arroz, 8,85%. De acrdo com o Dieese, no caso do feijão, há redução da área plantada e queda da produtividade; e no arroz, permanecem a opção por atender o mercado externo, o que tem diminuído a oferta nacional.
Outras as altas também foram observadas nos preços da banana (6,95%); óleo de soja (3,01%); manteiga (2,31%); carne bovina (1,90%); tomate (0,53%); leite de caixinha (0,38%); e farinha de trigo (0,65%).
Já entre os itens alimentícios que ficaram mais baratos, estão: o café em pó com queda de 1,18%; seguido pelo pão francês (-0,57%); e açúcar cristal (-0,50%).



