Bem acima da inflação de 2021, marcada em 10,96% pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cesta básica em Campo Grande apresenta alta de 29,44% em doze meses.
É a maior alta do país.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a Capital apresentou aumento de 5,51% no comparativo entre fevereiro e março.
Atualmente a cesta básica é a mais quinta mais cara do Brasil, sendo comercializada a R$ 715,81 em média.
Somente em 2022, o estudo aponta que a cesta básica ficou 11,61% mais cara. Para comprar todos os produtos pesquisados um trabalhador que recebe salário mínimo R$ 1.212,00, precisa lançar mão de 63,85% dos vencimentos.
Isso é o equivalente a 119 e 11 minutos de jornada de trabalho, apenas para a alimentação.
Outro número que aumentou preocupantemente, é o valor necessário para sustentar uma família de quatro pessoas.
Conforme o Dieese, em março de 2022, levando em consideração a cesta mais cara de São Paulo, o salário mínimo ideal nessas condições deveria equivaler a R$ 6.394,76, ou 5,28 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.
Acima do valor necessário em fevereiro de 2022 de R$ 6.012,18, ou 4,96 vezes o piso mínimo, e bem acima do observado em março de 2021, quando o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.315,74, ou 4,83 vezes o mínimo vigente na época, de R$ 1.100,00.
Brasil
O preço da cesta básica aumentou em todas as capitais brasileiras em março, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.
A instituição registrou as maiores altas no Rio de Janeiro (7,65%), Curitiba (7,46%) e São Paulo (6,36%).
Entre as 17 capitais acompanhadas pelo Dieese, a cesta básica mais cara foi observada em São Paulo, aos R$ 761,19.
Este valor representa 67,90% do salário mínimo, de R$ 1.212,0, e indica que são necessárias 138 horas e 10 minutos de trabalho para que um trabalhador que receba o mínimo legal possa comprar o conjunto de itens.
Além de São Paulo, Rio e Curitiba, registram aumento nos preços da cesta básica em março Florianópolis (5,36%), Porto Alegre empatada com Campo Grande (ambos em 5,51%), Brasília (5,02%), Belo Horizonte (4,28%), Fortaleza (4,17%), Goiânia (3,49%), João Pessoa (3,37%), Vitória (3,28%), Natal (3,25%), Recife (2,25%), Belém (1,29%), Aracaju (1,58%) e Salvador (1,46%).
Itens
A pesquisa do Dieese apurou aumento do feijão, óleo de soja e do pão francês em todas as capitais pesquisadas em março.
Em Campo Grande o tomate subiu (51,74%) e a farinha de trigo subiu 8,90%.
A variação de preços do óleo de soja oscilou entre 2,81%, em Belém, e 15,89%, em Salvador. Enquanto isso, a alta do pão francês atingiu 6,63% em Aracaju e 6,36% em Goiânia, segundo a instituição.
"O preço do quilo do pão francês aumentou em todas as cidades, em consequência da redução da oferta de trigo no mercado externo, uma vez que Rússia e Ucrânia estão entre os maiores produtores mundiais do grão", diz o texto do Dieese.
Sobre o óleo de soja, a instituição destaca que os aumentos do petróleo pressionam o item, por tornarem vantajosa a produção de biocombustíveis.




