Economia

CONJECTURA

Com mais empresas a beira da falência, risco de desemprego aumenta em MS

De janeiro a maio, Mato Grosso do Sul acumula 29 pedidos de recuperação judicial contra 23 em 12 meses do ano passado

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Mesmo vivenciando um bom momento em diversos setores econômicos, Mato Grosso do Sul segue registrando aumento nos pedidos de recuperação judicial realizado por empresas. O cenário que desperta preocupação pode ter efeito negativo sobre a economia do Estado, resultando na perda de postos de trabalho formais e ainda a redução do poder de compra da população, conforme apontam economistas.

De acordo com dados do Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian, Mato Grosso do Sul acumula de janeiro a maio deste ano um total de 29 pedidos de recuperação judicial.

O número já supera o total registrado nos 12 meses do ano passado, quando 23 empresas realizaram a solicitação, o que resulta em aumento porcentual de 26,09%.

Para consultores do setor econômico consultados pelo Correio do Estado, muitos são os fatores que podem influenciar o panorama de alta no Estado, nos pedidos de recuperações judiciais, o que afeta diversas atividades da cadeia econômica, impactando além de empresários também a classe trabalhadora.

“Primeiro, há uma redução no consumo, porque empresas em recuperação judicial geralmente enfrentam dificuldades financeiras e acabam tendo que elevar o corte de custos, incluindo demissões e redução de salário”, detalha o doutor em economia Leandro Tortosa.

Mestre em economia, Lucas Mikael reforça que o aumento pode abalar a confiança dos consumidores locais.

“Eles podem se tornar mais cautelosos ao fazer compras, preocupados com a continuidade das empresas e a garantia de produtos e serviços”, relata.

Outro ponto citado por Mikael como desdobramento da situação é desencorajamento de novos investimentos em MS, pois investidores podem interpretar esse cenário como um sinal de instabilidade econômica. 

“Empresas em recuperação judicial muitas vezes têm dificuldades para pagar fornecedores, o que pode afetar toda a cadeia produtiva, desde fornecedores locais até grandes indústrias, criando um efeito dominó que reduz a atividade econômica”, avalia.

Tortosa destaca também o impacto sobre o crédito. “Com mais empresas em recuperação judicial, os credores vão ficar mais cautelosos, o risco geral do mercado sobe. Portanto, eles serão mais criteriosos na hora de conceder crédito”, analisa.

O doutor em administração ressalta que a situação não abrange a economia como um todo, sendo alguns setores mais afetados que outros.

Nessa perspectiva, o doutor em Economia Michel Constantino salienta que alguns setores estão sofrendo com a falta de investimentos.

“Com taxas de juros mais atrativas, o governo federal ainda não conseguiu equilibrar as contas para que as taxas de juros reduzam linearmente”.

CENÁRIO

Ao comparar a quantidade de recuperações judiciais deferidas, nos primeiros cinco meses deste com o total de 2023, foram identificados sete requerimentos a mais, tendo em vista que neste ano o indicador já registrou 27 processos de recuperação judicial deferidas, contra 20 de todo o ano passado.

Conforme a Serasa Experian, o número de recuperações judiciais concedidas no ano anterior totalizou 23, enquanto até o mês de maio deste ano ainda não houve nenhum pedido concedido no Estado. 

Quanto ao número de falências decretadas nos 12 meses do ano anterior, o recorte regional mostra uma única empresa. Já até o mês de maio de 2024 ainda não foi identificado empresas que tenham ido a falência em Mato Grosso do Sul.

No quesito pedido de falência requerida no Estado, no ano passado o relatório da Serasa Experian traz duas solicitações, ante uma firma neste ano, até o mês de maio.

Mikael detalha que o cenário econômico nacional apresenta mudanças econômicas adversas, como aumento da inflação, taxas de juros mais altas e desaceleração do crescimento econômico.

“Todos esses fatores podem impactar negativamente as empresas em MS, levando-as a dificuldades financeiras, como pode ser visto nos dados apresentados”.

Ele explica ainda que setores específicos da economia de MS podem estar enfrentando desafios adicionais.

“Por exemplo, setores dependentes de commodities cujos preços estão em queda desde 2023 podem estar particularmente vulneráveis”, aponta Mikael.

Constantino completa pontuando a mudança de comportamento de consumo como justificativa para o cenário.

“Algumas  empresas não conseguiram se adaptar ao mercado digital, sofrendo com a concorrência cada vez maior”.

No País, dados do Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian apontam que somente no primeiro mês do ano foram realizados 149 pedidos de recuperação judicial.

RECUPERAÇÃO JUDICIAL

A recuperação judicial é um mecanismo regulado pela Lei nº 11.101/2005, que estabelece normas e procedimentos para a reabilitação econômica de empresas em dificuldades financeiras significativas.

Carlos Henrique Santana, advogado especializado em reestruturação e recuperação judicial, explica que esse processo visa permitir que empresas em crise financeira possam reorganizar suas atividades, superar dificuldades econômico-financeiras e manter suas operações, evitando a falência.

Segundo Santana, o procedimento ocorre no âmbito judicial. 

“O pedido de recuperação judicial é protocolado no Poder Judiciário junto com documentação específica. Após análise, o juiz pode determinar uma perícia preliminar para avaliar as condições e premissas da situação da empresa, decidindo então pela concessão ou não da recuperação judicial.”

Caso o pedido seja deferido, um administrador judicial é nomeado e um prazo é estabelecido para que a empresa apresente um plano de recuperação, detalhando as condições para o pagamento de suas dívidas.

“Esse plano deve ser submetido à aprovação dos credores e do juiz. Se aprovado, a empresa terá a oportunidade de implementar as medidas propostas”, explica o advogado sobre o processo de recuperação.

Santana ainda destaca alguns dos motivos que podem levar uma empresa a buscar a recuperação judicial quando enfrenta uma situação financeira insustentável e não consegue cumprir com seus compromissos financeiros, como endividamento elevado, crises econômicas ou setoriais, problemas operacionais ou de gestão, falta de capital de giro, eventos imprevistos, mudanças na legislação e, principalmente, a incapacidade de negociar acordos fora do âmbito judicial.

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crise sem precedentes

Boicote não causa desabastecimento nas unidades do Carrefour de Campo Grande

A reportagem percorreu todas as unidades da rede Carrefour na tarde deste domingo e constatou prateleiras cheias em todos os estabelecimentos do conglomerado, incluindo os hipermercados e o Atacadão

24/11/2024 16h45

Apesar do boicote anunciado pela empresa, o hipermercado de Campo Grande segue abastecido

Apesar do boicote anunciado pela empresa, o hipermercado de Campo Grande segue abastecido Fotos: Marcelo Victor

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Apesar do boicote do frigorífico JBS às unidades do Carrefour global, após a declaração do CEO Alexandre Bompard de que deixaria de importar carnes brasileiras, os hipermercados da rede em Campo Grande não enfrentam desabastecimento neste momento.

A reportagem do Correio do Estado visitou unidades da rede Carrefour em Campo Grande e encontrou prateleiras cheias em todos os supermercados do conglomerado, incluindo a rede Atacadão.

Apesar do boicote anunciado pela empresa, o hipermercado de Campo Grande segue abastecidoA reportagem foi em diversos hipermercados da rede e encontrou prateleiras ainda cheiras- Imagens: João Gabriel Vilalba

Segundo informações da Rede Carrefour no Brasil, que realiza um monitoramento interno, ainda não há indicativos de desabastecimento devido ao nível de produtos armazenados. No entanto, a situação pode mudar a partir de segunda-feira (25). 

A crise sem precedentes que pode afetar os frigoríficos de Mato Grosso do Sul teve início na última quarta-feira (20), quando o CEO da empresa, Alexandre Bompard, anunciou em suas redes sociais que não comprará mais carne dos países do bloco formado por diversas nações da América do Sul, como Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

Estarrecidas com as declarações de Bompard, a JBS, Marfrig, Minerva, além de outras médias e pequenas empresas frigoríficas, reagiram imediatamente, cancelando o envio de produtos para a rede Carrefour no Brasil.

“Caminhões da JBS que estavam no percurso para a entrega nas lojas ontem voltaram para trás”, disse uma fonte ouvida pelo Globo Rural, da TV Globo. 

Conforme informações obtidas pela TV Globo, o comunicado global da rede surpreendeu o conglomerado que faz parte do Carrefour no Brasil, que agora busca soluções para a crise política e econômica gerada pela própria empresa. Não está descartado um pedido de desculpas do presidente da rede na França.


"Absurdo", diz governador Eduardo Riedel sobre boicote 

Outro que ficou incomodado com as declarações do CEO do Carrefour Global, Alexandre Bompard, foi o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB).

Logo após o anúncio, Riedel condenou a decisão da matriz do Carrefour, na França, de suspender a importação de carnes dos países do Mercosul.

“Esse é o tipo de coisa que a gente quer combater, estes absurdos comerciais que transportam a relação para algo negativo”, disse o governador.

Riedel ainda criticou a decisão do Carrefour de proibir a compra de carne do Mercosul.

 “Esse tipo de coisa que a gente quer combater. Estes absurdos comerciais trazem algo negativo para essa relação”, reforçou.

Indignada com as declarações do CEO do Carrefour Global, Alexandre Bompard, a senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, deve se reunir com a embaixada da França no Brasil e cobrar explicações sobre os boicotes de grandes companhias francesas ao agronegócio brasileiro.

 “Queremos que ele explique a eterna objeção da França ao acordo entre Mercosul e União Europeia e essa ameaça de boicote, totalmente descabida, à carne do Brasil e do Mercosul pelo Carrefour francês”, disse a senadora.

Ainda segundo a senadora de Mato Grosso do Sul, não há razão justificável para o boicote e ela afirmou que as medidas são injustas para o mercado brasileiro.


“Não há qualquer razão real, a não ser o protecionismo francês a seus produtos, que recebem altos subsídios, para essas medidas injustas, que merecem mais do que indignação, merecem resposta recíproca”, defendeu.

 

Entenda o que está acontecendo e o que está por trás do boicote 

Na última quarta-feira (20), o CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, afirmou que os produtos sul-americanos não atendem às exigências e normas francesas, o que vinha afetando os produtores locais. Ele também declarou que a rede na França não comercializaria mais carne proveniente do Mercosul.

As declarações de Bompard geraram uma crise sem precedentes na economia brasileira e devem afetar as vendas do grupo Carrefour no Brasil no início da próxima semana, tanto no varejo quanto no Atacadão, caso a rede não consiga reverter o problema. O Atacadão, a maior empresa de atacarejo do país, é controlado pelo Carrefour.

Conforme informações de fontes ouvidas pelo O Globo, Bompard afirmou que a decisão foi tomada após ouvir o "desânimo e a raiva" dos agricultores franceses, que têm protestado contra a proposta de acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Os protestos, que já duram meses e têm incomodado o governo francês, são organizados pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas (FNSEA) e pelos Jovens Agricultores (JA), com bloqueios de rodovias e outras manifestações, iniciadas na última segunda-feira (18).

Conforme informações do site especializado Farmnews, apesar de a França ter comprado menos de 40 toneladas de carne bovina in natura do Brasil, o agronegócio brasileiro teme que o boicote acabe incentivando a adesão de outros países devido a pressões locais.

Seguindo a mesma linha do Carrefour Global, outro grande grupo varejista francês, o Les Mousquetaires, publicou em suas redes sociais que o CEO do grupo, Thierry Cotillard, afirmou que as unidades das marcas Intermarché e Netto se comprometeram a não comercializar carne da América do Sul.

Ainda conforme a publicação de Cotillard, a medida visa à soberania alimentar e ao apoio aos agricultores franceses. Ele também solicitou uma mobilização coletiva nesse sentido.

 “Faço um apelo às indústrias para que demonstrem o mesmo nível de comprometimento e transparência quanto à origem da matéria-prima utilizada”, escreveu Cotillard. 


O que está por trás do boicote?

Conforme informações obtidas pelo O Globo, os movimentos dos grupos varejistas e dos agricultores franceses têm como pano de fundo as discussões sobre o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. As conversas e negociações duram há vários anos, e a questão agrícola sempre foi um ponto de confronto importante.

“Em toda a França, ouvimos a confusão e a raiva dos agricultores em relação ao projeto de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul e ao risco de transbordar no mercado francês de uma produção de carne que não respeita suas exigências e padrões”, escreve Bompard. “É fazendo um bloqueio que podemos tranquilizar os produtores franceses. No Carrefour, estamos prontos para isso”, disse Bompard anunciando o boicote à carne brasileira. 

A nota, no entanto, não foi bem recebida pelos agricultores e pelo governo brasileiro. Apesar das declarações de Bompard não deixarem claro se o boicote também se aplicaria às redes do Carrefour no Brasil, elas deixaram os produtores rurais indignados, que afirmaram ter iniciado a organização de um boicote contra a empresa.

 

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Loterias

Aposta de MS leva fatia da Lotomania em concurso que azarado embolsou mais de R$ 100 mil

Azarado não acertou nenhum número e faturou, enquanto apostador de Corumbá vai dividir prêmio de mais de R$ 219 mil

23/11/2024 20h30

Confira o resultado da Lotomania

Confira o resultado da Lotomania Foto: Divulgação

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Para quem pensa que apostar em jogos das Loterias Caixa depende apenas de sorte, na Lotomania, concurso 2701, um azarado não acertou nenhum número e levou mais de R$ 10m mil.

O sorteio foi realizado na sexta-feira (22), com prêmio estimado em R$ 1,5 milhão, no Espaço da Sorte, em São Paulo.

Entre os premiados está um apostador de Corumbá, que fez a “fézinha” na Lotérica Corumbaense. Ele bateu na trave com 19 acertos e ficou entre os seis jogadores que vão dividir R$ 219.541,14.

As outras apostas foram feitas no Rio de Janeiro (RJ), com dois acertadores, em Presidente Prudente (SP), Bela Vista da Caroba (PR) e Brasília (DF). Cada um vai receber R$ 36.590,19.

Azar bom para o bolso

Entre os sortudos, um jogador de Florianópolis (SC), com nenhum acerto em um jogo de 50 dígitos, embolsou R$ 109.770,60, simplesmente por ser a única pessoa que não acertou nenhum número no jogo.

Nesse caso, não ter sorte fez bem para a conta bancária.

Os números da Lotomania 2701 foram:

  • 68 - 13 - 19 - 63 - 54 - 39 - 09 - 25 - 46 - 01 - 05 - 58 - 89 - 07 - 11 - 29 - 27 - 56 - 66 - 55

O sorteio da Lotomania é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal oficial da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: Lotomania 2702

Como a Lotomania são três sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre na segunda-feira, 25 de novembro, a partir das 20 horas, pelo concurso 2702. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Lotomania é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 3,00 para um jogo simples. 

O apostador  marca entre 50  números, dentre os 100 disponíveis no volante, e fatura prêmio se acertar 20, 19, 18, 17, 16, 15 ou nenhum número.

Há a possibilidade de deixar que o sistema escolha os números para você por meio da Surpresinha, ou concorrer com a mesma aposta por 2, 4 ou 8 concursos consecutivos através da Teimosinha.

Outra opção é efetuar uma nova aposta com o sistema selecionando os outros 50 números não registrados no jogo original, através da Aposta-Espelho.

Como jogar na Lotomania

Os sorteios da Lotomania são realizados às segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 19h (horário de MS).

O apostador  marca entre 50  números, dentre os 100 disponíveis no volante, e fatura prêmio se acertar 20, 19, 18, 17, 16, 15 ou nenhum número.

Há a possibilidade de deixar que o sistema escolha os números para você por meio da Surpresinha, ou concorrer com a mesma aposta por 2, 4 ou 8 concursos consecutivos através da Teimosinha.

Outra opção é efetuar uma nova aposta com o sistema selecionando os outros 50 números não registrados no jogo original, através da Aposta-Espelho.

O preço da aposta é único e custa  R$ 3,00.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

A aposta é única, com 50 dezenas, e a probabilidade de acertar 20 números e ganhar o prêmio milionário é de 1 em 11.372.635 segundo a Caixa.

Para 0 números, que a Lotomania também premia, a probabilidade é a mesma, de 1 em 11.372.635.

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