Economia

PROJEÇÃO

Comércio e serviços devem gerar mais de 7 mil vagas temporárias no Estado

Somente em Campo Grande, a estimativa é de 3 mil empregos; comerciantes estão otimistas com a Black Friday, Copa e Natal

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Mato Grosso do Sul pode gerar mais de 7 mil vagas temporárias para o fim do ano, de acordo com a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso do Sul (FCDL-MS). Desse total, 3 mil devem se concentrar em Campo Grande. Os dados foram projetados com base no ritmo de geração de emprego, queda do desemprego e boas perspectivas até o fim de 2022.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) apontam que o mercado formal já acumula saldo positivo (resultado entre contratações e demissões) de 43,2 mil postos de trabalho em 2022, o maior número já registrado no período de nove meses. E os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o desemprego caiu nos dois últimos trimestres.

A presidente da FCDL-MS, Inês Santiago, confirmou que a projeção é maior que em 2021. “Creio que o número será maior que 7 mil vagas”.

O mestre em economia Eugênio Pavão avalia como plausível o otimismo. “A expectativa do comércio é o crescimento das vendas em relação aos anos anteriores, com a recuperação da renda, alta do emprego e oferta maior para os consumidores”, analisa.

De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL-CG) e secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (Sidagro), Adelaido Vila, somente a Capital terá um grande incremento nas vagas temporárias neste fim de ano.

“Acreditamos que, pela movimentação e número de vagas oferecidas, mais de 3 mil trabalhadores entrarão no mercado neste período [até o fim do ano] como temporários. Nossa expectativa é positiva em todos os setores: varejista, bares, restaurantes, toda a rede varejista está bastante esperançosa. Até porque teremos Black Friday, Copa do Mundo e Natal. Então essa grande conexão de eventos vai gerar mais empregos”.
Levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC) aponta a abertura de 1,95 mil vagas diretas somente no comércio varejista (roupas, calçados, acessórios, etc.). Sendo o segmento de hipermercados e supermercados o maior gerador de vagas.

Segundo a economista do Instituto de Pesquisa da Fecomércio-MS (IPF-MS), Regiane Dedé de Oliveira, a projeção levantada pela pesquisa é positiva. “Isso é muito bom, quando a gente compara aos anos anteriores. Em relação a 2021, tivemos um aumento de 500 vagas. Então, é um momento muito oportuno para aquela pessoa que está procurando um trabalho”.

O comentário da especialista releva o período de alto fluxo de clientes no varejo e que um bom trabalho neste momento pode ser um passo importante para a efetivação. “Muitas vezes, o temporário passa a ser efetivo dependendo da relação empregado/empregador que ele tem neste momento”, explica.

AÇÃO

Nos últimos meses, a PEC dos Benefícios turbinou até dezembro o Auxílio Brasil, passando de R$ 400 para R$ 600; liberou auxílios para caminhoneiros e taxistas no valor de R$ 1 mil por mês até o fim do ano; e auxílio gás dobrado para famílias carentes.

Pavão explica que a tendência é de aquecer o comércio com o dinheiro que é injetado na economia do Estado. “Para MS, os auxílios e os benefícios ajudam a economia a girar, aumentando o consumo, a receita pública, etc.”, resume.

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), Renato Paniago, diz que o cenário nacional e regional se desenham animadores, com auxílios liberados pelo governo federal, o aquecimento das compras por conta das próprias campanhas eleitorais que injetam dinheiro na economia e a chegada de três datas fortes para o comércio: Black Friday, Copa do Mundo e Natal.
“A economia está contratando, muitas empresas se deparam com aumento de demanda e oferta, mesmo assim, vemos uma crescente em vagas temporárias, decorrente deste ano anormal”. 

Ele ainda diz que a falta mão de obra qualificada, não só técnica como também comportamental, acaba sendo um empecilho na tomada de decisão do empresário. “Essa é uma reclamação muito grande dos empresários. Como temos fim de ano de muito movimento no comércio, é claro que o que ele mais necessita é apoio. E isso é bom para todo mundo, entra mais dinheiro na economia e as pessoas têm mais poder de compra”, finaliza. 

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REAÇÃO

Com os estímulos e a economia dando mais folga para o trabalhador, alguns segmentos tentam aproveitar a boa onda no curto prazo. Como já noticiado pelo Correio do Estado na edição de 24 de setembro, o varejo de eletrodomésticos também segue aquecido.

A expectativa dos comerciantes é de crescimento de 80% para algumas categorias por conta da Copa do Mundo, além de alguns consumidores aproveitarem o momento para reformar o cômodo que abriga os televisores.

No caso do varejo de presentes, o sentimento é o mesmo. De acordo com Sara Samara, gerente de vendas de uma loja de perfumaria e cosméticos no centro de Campo Grande, a expectativa é muito alta para os próximos dois meses.

“Nosso grupo tem cerca de 22 lojas e quase todas estão precisando de trabalhadores temporários. Inclusive eu recebo uma funcionária temporária na próxima semana, já contratamos”, explica.
A gerente diz que o ciclo é muito positivo, pois o mês de novembro é de ofertas na rede.

“Essa próxima semana é um aquecimento para a Black Friday, que não tem esse nome aqui, teremos ofertas de até 60%, então o ritmo vai ser acelerado de agora até o fim do ano”, projeta.
Ela diz que por volta de 20 temporários serão contratados para as lojas durante o período, e que todos têm possibilidade de efetivação. Com uma estratégia um pouco diferente, a loja ao lado diz não ter nenhuma vaga nessa modalidade de contratação.

A gerente administrativa Jakeline Santana afirma que eles não fornecem trabalhos temporários nos finais de anos. “Nós optamos por contratar com carteira assinada, então já fechamos nossas contratações para o fim do ano no último mês”, comenta. 

PECUÁRIA

Rebanho bovino de MS cresce após seis anos em queda e chega a 18,9 milhões

Mato Grosso do Sul já figurou como o maior produtor de cabeças de gado há exatos 20 anos; atualmente, é o quinto do País

20/09/2024 08h30

Gerson Oliveira

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O rebanho bovino de Mato Grosso do Sul aumentou no ano passado. Após seis anos em queda, houve uma leve alta de 2,5% no plantel de gado, saindo de 18,433 milhões em 2022 para 18,891 milhões em 2023. Os dados fazem parte da Pesquisa da Pecuária Municipal realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nos últimos anos, o Estado registrou uma redução gradual do quantitativo de bovinos, saindo de 21,800 milhões em 2016 para 21,474 milhões em 2017. Em 2018, o total aferido chegou a 20,896 milhões, reduzindo para 19,407 milhões em 2019 e 19,027 milhões em 2020. Em 2021, chegou a 18,608 milhões, foi a 18,433 milhões em 2022 e subiu a 18,891 milhões no ano passado.

“A estimativa reverteu a retração iniciada em 2017 e coloca o Estado na mesma direção que a produção nacional, que vem crescendo desde 2019 e atingiu 238,6 milhões de cabeças em 2023, marca que representa um acréscimo de 1,6% em relação ao ano anterior. Essa estimativa representou também o maior valor da série histórica da pesquisa”, explica o IBGE em nota.

Em 20 anos, MS registrou o encolhimento de 24,37% de seu rebanho bovino – ou de 6,90 milhões de cabeças de gado. Em 2003, o Estado liderava com o maior plantel do Brasil, com 24,980 milhões de cabeças de gado. No ano passado, manteve-se como o quinto maior produtor com os atuais 18,891 milhões. O Estado perdeu a quarta posição em 2019, com 7,9% do efetivo nacional.

Ainda conforme a pesquisa do IBGE, Mato Grosso se manteve como o estado detentor do maior rebanho estadual, com 14,2% do efetivo nacional, o equivalente a 34 milhões de animais, queda de 0,7% em relação a 2022.

De acordo com o presidente da Associação dos Criadores de MS (Acrissul), Guilherme Bumlai, “mais importante que estar no topo é ter uma carne de qualidade. Mato Grosso do Sul tem reconhecidamente uma das melhores carnes do Brasil, e precisamos buscar uma melhor remuneração por essa qualidade”. 

 

MUNICÍPIOS

Corumbá continuou com o segundo maior rebanho bovino do Brasil, com 2,15 milhões de animais, 11,3% do efetivo de MS. Na sequência, o município de Aquidauana ficou em 13º lugar no ranking nacional de rebanho bovino (com 853.842 cabeças) e Ribas do Rio Pardo, em 15º lugar (com 826.757 cabeças). 

No ano passado, São Félix do Xingu (Pará) mais uma vez liderou o ranking municipal de efetivo de bovinos. O rebanho de 2,5 milhões de cabeças foi equivalente a 10% do efetivo paraense.

Além do crescimento do número de bovinos, o Estado também registrou alta dos bubalinos (3,4%), dos suínos (2,2%) e dos galináceos (0,7%). Em contrapartida, apresentou queda no rebanho de equinos (-18,8%), ovinos (-18,5%) e caprinos (-18,6%).
O município de Corumbá mantém destaque com o maior efetivo de equinos do País, com 36.071 cabeças. 

SUÍNOS

No ano passado, foram contabilizados 1,68 milhão de cabeças suínos, representando um recorde na série histórica e um aumento de 2,17% na passagem de 2022 para 2023, mantendo-se no sexto lugar entre as unidades da federação e revertendo uma tendência de queda observada entre os maiores produtores quando comparado a 2022, sendo esses: Santa Catarina, com 9,3 milhões de cabeças, queda de 5,4%; Paraná, com 6,9 milhões, queda 1,1%; e Rio Grande do Sul, com 6 milhões, queda 1,7%.

Acompanhando o bom momento no total de suínos em MS, o número de matrizes de suínos também apresentou crescimento, atingindo a marca de mais de 241 mil cabeças, uma alta de 16,2% se comparado ao ano anterior.

Entre os municípios produtores de MS, Glória de Dourados se destaca, com 277.743 cabeças. Em seguida aparecem Dourados (221.458) e São Gabriel do Oeste (169.385). Esses são os maiores rebanhos do Estado. 

Os municípios também estão presentes entre os 40 maiores criadores de suínos do Brasil, com Glória de Dourados na 18ª posição, Dourados na 26ª e São Gabriel do Oeste na 31ª. 

Em relação às matrizes de suínos, Jateí é o maior produtor (47.128 cabeças), acompanhado por Ivinhema (27.219) e Brasilândia (20.792).

Economia

Dólar e Bolsa caem após decisões de juros no Brasil e nos EUA

A Ibovespa encerrou o pregão com perdas de 0,47%, a 133.122 pontos

19/09/2024 20h00

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O dólar fechou em queda de 0,71% nesta quinta-feira (19), a R$ 5,421, com investidores repercutindo as decisões de juros do Brasil e dos Estados Unidos da véspera.

A moeda enfrentou a sétima sessão seguida de desvalorização em relação ao real, acumulando perdas de 4,14%. Na mínima de hoje, chegou a marcar R$ 5,398.

Já a Bolsa, que marcou alta firme na abertura dos negócios, não conseguiu se firmar no positivo por pressão das curvas de juros futuros, em reação à decisão do BC (Banco Central) de subir a taxa Selic e de manter a porta aberta a novos apertos no futuro.

Com isso, o Ibovespa encerrou o pregão com perdas de 0,47%, a 133.122 pontos.

O dia foi marcado pela repercussão das decisões do BC e do Fed (Federal Reserve, a autoridade americana) da véspera. Os movimentos foram opostos -e em linha com as expectativas do mercado.

O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, citando resiliência da economia brasileira. Já o Fed realizou o primeiro corte nas taxas desde 2020, num afrouxamento de 0,50 ponto após temores de desaceleração do mercado de trabalho americano. Os juros americanos agora estão na banda de 4,75% e 5%.

Ao divulgar a decisão unânime de aumentar a Selic para 10,75% ao ano, o comitê afirmou que o cenário demanda uma política de juros mais contracionista, ou seja, que ajude a frear a força da atividade econômica para assegurar o controle da inflação.

Como justificativa, o colegiado citou a força da economia do país, as pressões do mercado de trabalho, a elevação das projeções de inflação, as expectativas distantes da meta perseguida e o hiato do produto positivo (indicação de que a atividade está operando acima do seu potencial, ou seja, aquecida e sujeita a pressões inflacionárias).

A decisão foi publicada às 18h30 de quarta, após o fechamento dos mercados.

O comitê trabalha com a meta de inflação em 3%, definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional, órgão ligado ao Ministério da Fazenda) e com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a alta de preços.

Na última leitura do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial da inflação do país, a base anual ficou em 4,24% em agosto -uma desaceleração dos 4,5% de julho, o teto da meta do BC.

O Copom deixou os próximos passos em aberto e evitou se comprometer com a intensidade e com o tamanho do ciclo de alta de juros. Especialistas ouvidos pela reportagem, porém, preevem que a Selic deve entrar em 2025 a 11% e permanecer neste patamar por um bom tempo.

"O Banco Central deixou claro que a magnitude total do ciclo de alta vai depender da evolução de indicadores e expectativas", diz Silvio Campos, economista-sênior da consultoria Tendências. "Vai precisar de mais Selic para fazer a inflação chegar à meta de 3%", diz o economista.

As projeções de alta na Selic chegaram às curvas de juros futuros, sobretudo aos contratos de curto e médio prazo. A taxa para janeiro de 2026 subiu para 12,045%, ante 11,765% da véspera, enquanto a de janeiro de 2027 marcou 12,015%, contra 11,814% do ajuste anterior.

Isso afetou as ações mais sensíveis à economia doméstica na Bolsa, como Magazine Luiza, MRV, Lojas Renner, que ajudaram a pressionar o Ibovespa para baixo. Nem mesmo o avanço de 1,19% da Vale, dona da maior fatia do índice, conteve as perdas.

Já nos Estados Unidos, a decisão de corte em 0,50 ponto coroou um debate que tomou os mercados desde a confirmação de que a hora de reduzir os juros havia chegado.

"O comitê ganhou maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção à meta de 2% e julga que os riscos para alcançar os objetivos de emprego e inflação estão aproximadamente equilibrados", disse o Fed no anúncio.

Os formuladores de políticas veem a taxa de juros caindo mais 0,50 ponto percentual até o final deste ano, mais 1 ponto percentual em 2025 e, finalmente, mais 0,50 ponto em 2026, terminando em uma faixa de 2,75% e 3%.

Em entrevista coletiva, porém, Jerome Powell reforçou que as próximas decisões do comitê estão à mercê de novos dados econômicos. O Fed se reúne mais duas vezes até o final de 2024, em novembro e dezembro.

"Não há nada que sugira pressa para fazer isso", disse, em referência à velocidade com que o banco central poderá reduzir os juros. "Podemos ir mais rápido se for apropriado, podemos ir mais devagar se for apropriado, podemos pausar se for apropriado."

O dólar costuma se desvalorizar à medida que os juros nos Estados Unidos caem, conforme o rendimento dos ativos ligados à renda fixa americana depreciam. Isso leva operadores a investimentos de maior risco, como moedas emergentes e mercados acionários, pela possibilidade de rentabilidade maior.

As Bolsas americanas dispararam nesta quinta, com o S&P 500 marcando um novo recorde de fechamento. O índice de referência do mercado dos EUA ganhou 1,70%, chegando a 5.713 pontos, enquanto Nasdaq subiu 2,51% e Dow Jones, 1,26%.

"Por mais que o comunicado não tenha sido explícito, o corte de 0,50 do Fed claramente confirma que as preocupações com a saúde do mercado de trabalho pesaram mais na decisão do que os riscos relativos à inflação", comenta Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.

"Os mercados reagiram positivamente à decisão, mas a digestão dessa decisão histórica ainda vai levar tempo e muita volatilidade deve ser esperada nos próximos dias."

Quanto maiores os juros no Brasil e menores nos Estados Unidos, melhor para o real, que se torna mais atraente para investimentos de "carry trade" -isto é, quando investidores tomam empréstimos a taxas baixas e aplicam recursos em moedas de países de taxas altas, para rentabilizar sobre o diferencial de juros.

Para Thaís Zara, economista sênior na LCA Consultores, o aumento da diferença entre os juros dos EUA e Brasil pode trazer um aumento de capital para o cenário doméstico.

"Causaria um câmbio mais apreciado [valorização do real], o que ajudaria a inflação a voltar mais para próxima da meta, mas não muda o fato de o BC mostrar preocupação com atividade econômica".
 

*Informação da Folhapress 

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