Segmento é composto por pessoas que têm mais de R$ 1 milhão disponível para ser gerenciado pelo setor financeiro
De olho em um mercado potencial de aproximadamente R$ 10 bilhões, os principais bancos e casas de investimentos do Brasil ajustam seus olhares para Mato Grosso do Sul. Um dos motivos que tem interessado gigantes como o BTG Pactual, a XP Investimentos, o Bradesco, o Safra e o Itaú é o alto volume de investimentos privados no Estado desde o início da década.
A expectativa é de que, no período entre 2021 e 2030, mais de R$ 100 bilhões em investimentos privados, na indústria e no agronegócio, tenham passado por Mato Grosso do Sul. O volume financeiro faz os olhos dos gestores de clientes de alta renda brilhar mais forte.
Basicamente, é considerado cliente de alta renda os que têm, pelo menos, R$ 1 milhão para investir, explica Gusthavo Wagner, um dos diretores da Lifetime Investimentos, casa de investimentos associada ao BTG Pactual, que está fazendo um grande evento antes inaugurar sua nova sede, inclusive contando com a participação do governador Eduardo Riedel, amanhã, às 18h30min, no Bioparque Pantanal.
Na pauta do debate, que será mediado pelo jornalista da CNN Brasil Iuri Pitta e contará com o CEO da casa de investimentos, Fernando Katsonis, além de Eduardo Riedel, serão tratados os temas que tem contribuído para o aumento da briga dos bancos de investimentos por mais espaço em Mato Grosso do Sul: a expansão da celulose, a valorização e a profissionalização da cadeia do agronegócio, os investimentos em biocombustíveis e a Rota Bioceânica.
Atualmente, a Lifetime, em associação com o BTG Pactual, administra R$ 200 milhões em ativos em Mato Grosso do Sul, em um mercado já consolidado de aproximadamente R$ 3 bilhões, onde há participação de outros bancos e cooperativas de crédito e com possibilidade de expansão para até R$ 10 bilhões.
Wagner explica ao Correio do Estado que boa parte dos clientes com perfil private (com acima de R$ 1 milhão em depósitos) ainda nem sabe o que é o setor, e que esse é o desafio.
“Os investimentos eram capturados a partir de grandes bancos e de suas próprias assets, onde elas tinham um controle maior sobre isso. Obviamente, até um tempo atrás, o cliente só tinha acesso aos produtos a partir daí. Agora é diferente”, explica Wagner.
“Quando a gente abre a arquitetura de investimentos no mercado, tudo é pulverizado. O cliente começa a ter acesso a estruturas que antes não chegavam até ele, e é isso, hoje, que a gente tem condição total de fazer”, demonstra.
As estruturas que não chegavam aos clientes é a elaboração de fundos feitos sob medida para os clientes private, alguns deles exclusivos. A gestão de patrimônio também está relacionada ao planejamento sucessório, que envolve além de produtos ligados a seguros e a previdência.
Nesse mesmo mercado em que a Lifetime está entrando já estão disputando espaço em Mato Grosso do Sul os bancos Safra, Bradesco e Itaú, além da XP Investimentos.
Previdência
Em entrevista ao Correio do Estado, José Pires, diretor comercial do Bradesco Vida e Previdência, disse que em Mato Grosso do Sul há um mercado de grande potencial, em função das perspectivas de crescimento do Estado e também da distância que o Brasil ainda está de outros países, quando se trata de seguro e previdência privada.
“Apenas 17% da população brasileira tem algum tipo de seguro de vida. Para se ter uma ideia, no Japão, por exemplo, a porcentagem da contratação do seguro de vida chega a 90% de toda a população, enquanto nos Estados Unidos o índice chega aos 70%”, diz José, ao citar dados da Fenaprevi. E mais: apenas 7% da população de 18 anos ou mais (11,2 milhões de pessoas) tem previdência privada no País.
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