Cícero Faria, Dourados
A massa de ar polar que derrubou ontem a temperatura da região de Dourados não terá efeito negativo nas lavouras de milho safrinha que estão em fase inicial de colheita, ou seja, as espigas estão formadas. Mas o frio excessivo preocupa os poucos agricultores que apostaram no trigo, cultura que está na fase mais sensível, comentou ontem o agrônomo Ângelo Ximenes, que trabalha na assistência técnica.
O serviço de agrometeorologia da Embrapa Agropecuária Oeste registrou ontem mínima de 7,6 graus, mas os ventos fortes diminuíram a sensação térmica. A máxima não passou de 11,4 graus. O volume de chuva – depois de mais de um mês de seca, decepcionou: 1,2 milímetros na Embrapa (na saída para Caarapó) e cinco milímetros em outras áreas.
Ximenes explicou que a totalidade do milho está em ponto de ser colhido ou na pré-colheita e, por isso, não suscetível aos rigores do inverno. Os grãos estão duros e secos à espera das colheitadeiras. Em Dourados a área plantada foi de 60 mil hectares.
Mas o trigo – que ocupa 5.000 hectares neste município – está em enchimento de grão e o frio excessivo compromete essa fase. A meteorologia está prevendo temperatura entre dois e três graus de amanhã até o final de semana. Se isso ocorrer, vai gear nas áreas de baixada, podendo pegar algumas lavouras tritícolas.
Além de Dourados, o trigo em escala comercial é plantado em municípios como Ponta Porã, Itaporã, Rio Brilhante e Maracaju. São áreas pequenas, em comparação ao milho e a soja, mas é uma cultura que alguns produtores mantêm por tradição, apesar do preço baixo da saca.