Economia

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Governo prevê investimento de R$ 89,9 bilhões em MS até 2030

Destaques são as novas fábricas de celulose e a conclusão da UFN3

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Na manhã desta sexta-feira (20), o governador do Estado, Eduardo Riedel, promoveu junto com a Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems) um café da manhã para apresentar à imprensa o desempenho do setor industrial de MS e um balanço dos principais investimentos e ações realizados em 2024.

Durante o evento, foi apresentada também uma projeção para os próximos seis anos, que inclui a ampliação de 11.515 empregos formais diretos e investimento de R$ 89,9 bilhões.

As "novidades" que devem impulsionar os investimentos, a economia e a geração de emprego são:

  • Novas Fábricas de Celulose;
  • Aumento da produção de minério de ferro e manganês;
  • Conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados de Três Lagoas;
  • Ampliação da produção de cana e modernização industrial na produção de etanol;
  • Construção de Nova Unidade Industrial de Processamento de Soja;
  • Ampliação da capacidade de abates de suínos;
  • Nova Indústria de beneficiamento de amendoim;
  • Nova fábrica de alimentos e implantação de aviários de alta tecnologia.

Tais empreendimentos estão localizados nos municípios de Inocência, Água Clara, Três Lagoas, Corumbá, Rio Brilhante, Naviraí, Dourados, Bataguassu e Mundo Novo, que devem concentrar os investimentos.

UFN3

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, somente as obras de retomada da UFN3, a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados de Três Lagoas, devem gerar mais 8 mil empregos no estado. Na fase de operação, deve gerar mais 600, entre empregados da Petrobras e terceirizados.

Em 2025, a Petrobras vai ao mercado e espera propostas firmes de empresas interessadas na conclusão e a confirmação da atratividade do investimento.

As obras da UFN3 foram paralisadas em 2014, com 80% do projeto executado, e R$ 3,9 bilhões investidos. A retomada era uma das bandeiras da campanha presidencial da atual ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), que é de Três Lagoas, e começou a voltar a ser discutida em 2024.

Balanço de 2024

O Balanço anual de 2024 revelou que atualmente a indústria sul-mato-grossense tem mais de 161.000 trabalhadores formais diretamente empregados em mais de 7,9 empresas industriais ativas.

Os produtos são exportados para mais de 150 países, e somam mais de US$ 6 bilhões de dólares em exportação.

A produção no ano alcançou valores superiores a R$ 100 bilhões. 

De acordo com a FIEMS, "a indústria se consolidou como um dos mais importantes setores para a economia de Mato Gosso do Sul, realizando investimentos bilionários, contribuindo de forma significativa para a geração de empregos e para o aumento das exportações. Por tudo isso, a indústria de Transformação de MS é a que mais cresce no Brasil".

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Economia

Com mais uma megafábrica de celulose, MS vira "hub para o mundo", diz Alckmin

Vice-presidente lançou pedra fundamental da Arauco em Inocência e destacou que maiores indústrias estão instaladas no Estado

09/04/2025 15h01

Geraldo Alckmin participou do lançamento da fábrica de celulose da Arauco em MS

Geraldo Alckmin participou do lançamento da fábrica de celulose da Arauco em MS Foto: Saul Schramm / Secom MS

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O vice-pesidente da República, Geraldo Alckmin, disse que as grandes indústrias instaladas em Mato Grosso do Sul transformam o Estado em "um grande hub para o mundo". A afirmação foi feita durante lançamento da pedra fundamental da megafábrica de celulose da Arauco, em Inocência, nesta quarta-feira (9).

"É o maior projeto do mundo de celulose em uma única etapa, R$ 25 bilhões de investimentos”, ressaltou o vice-presidente.

“A indústria da exportação da celulose cresceu, de 2023 para 2024, 24%. É importante na pauta da exportação brasileira e no saldo da balança comercial, agrega valor, gera emprego, está na vanguarda da inovação, certamente uma das indústrias mais modernas do mundo. Mato Grosso do Sul é um grande hub para o mundo, as maiores indústrias estão hoje aqui instaladas”, disse Alckmin.

“Nós estivemos com o presidente Lula, a ministra Simone [Tebet], o governador Eduardo [Riedel], há poucas semanas em Ribas do Rio Pardo e agora aqui em Inocência. Destacar a Arauco, um dos maiores investimentos do mundo aqui em Mato Grosso do Sul, isso mostra confiança no Brasil”, acrescentou.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, destacou o potencial industrial do Estado, especialmente no chamado "vale da celulose", com quatro grande fábricas do segmento, sendo duas da Suzano em Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo; a Eldorado, também em Três Lagoas, além da Bracell, que solicitou estudos de viabilidade para construir unidades no Estado e da Arauco, lançada hoje.

"É Mato Grosso do Sul ajudando o Brasil naquilo que o presidente Geraldo Alckmin deixou muito claro aqui, ajudando no desenvolvimento. Uma coisa importante quando a gente fala em exportação, em balança comercial, superavitária, nós estamos falando em trazer mais dólares e, quando a gente traz mais dólares, isso fortalece a nossa moeda", disse a ministra.

"Como tudo que a gente compra tem componente com moeda estrangeira, trazer mais dólar para o Brasil através da exportação, por exemplo, da celulose, significa, inclusive, lá na ponta, diminuir a inflação, dos produtos e a inflação dos alimentos, essa é a importância deste momento", explicou Simone.

Ela destacou ainda a Rota Bioceânica, que irá trazer investidores de outros países, além de diminuir a distância dos produtos do Estado exportados para o mercado asiático.

Já o governador Eduardo Riedel ressaltou que é um desafio a mão de obra qualificada, mas que as indústrias têm gerado milhares de emprego e que é importante investir na qualificação para preencher essas vagas.

"Mato Grosso do Sul está em pleno emprego e a gente está atraindo pessoas de outros estados num movimento de crescimento muito grande. Então nós temos realmente que trabalhar na qualificação, na capacitação, na educação, para proporcionar a toda uma geração acesso às oportunidades que estão colocadas", disse o governador.

Arauco

A fábrica de celulose da Arauco será instalada em Inocência. A obra integra o projeto Sucuriú, que investe 4,6 bilhões de dólares no país. O investimento inclui a construção de uma planta com capacidade de produção de 3,5 milhões de toneladas de fibra curta de celulose ao ano.

A etapa de terraplanagem começou em 2024 e a previsão de entrada em operação é no final de 2027.

Durante as obras, a Arauco vai oferecer capacitação e gerar mais de 14 mil oportunidades de trabalho. Depois, a expectativa é que o Projeto Sucuriú empregará cerca de 6 mil pessoas nas unidades florestal, fábrica e operações de logística.

Para ter matéria-prima, cerca de 400 mil hectares de eucaliptos já foram ou serão plantados no entorno. 

Além de celulose, a previsão é de que o Projeto Sucuriú, que ficará às margens do rio como mesmo nome, produza eletricidade em larga escala e em um ciclo fechado (completo), com capacidade de geração superior a 400 megawatts (MW) e aproximadamente 200 MW destinados à demanda de consumo interno.

O excedente, suficiente para abastecer uma cidade com mais de 800 mil habitantes, será fornecido ao sistema de comercialização de energia elétrica nacional.

Antes mesmo de iniciar as obras da primeira etapa a direção da Arauco já fala em dobrar a capacidade de produção em uma segunda fase. 

No país desde 2002, a Arauco atua nos segmentos Florestal e de Madeiras e conta com cinco unidades industriais brasileiras. A unidade de Inocência será a primeira fábrica de celulose branqueada.

Risco sanitário

Às vésperas de "churrasco em Paris", ação na Justiça expõe gado clandestino em MS

Fazenda no Pantanal pode ter até 1,6 mil animais sem documentação; no fim do mês, Estado recebe status de área livre da aftosa

09/04/2025 08h00

Gado clandestino na Fazenda Clarão da Lua, no Pantanal da Nhecolândia; animais não estão registrados na IagroGado clandestino na Fazenda Clarão da Lua, no Pantanal da Nhecolândia; animais não estão registrados na IagroGado clandestino na Fazenda Clarão da

Gado clandestino na Fazenda Clarão da Lua, no Pantanal da Nhecolândia; animais não estão registrados na IagroGado clandestino na Fazenda Clarão da Lua, no Pantanal da Nhecolândia; animais não estão registrados na IagroGado clandestino na Fazenda Clarão da Divulgação

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A poucos dias do “churrasco em Paris” prometido por autoridades de Mato Grosso do Sul, como o governador Eduardo Riedel (PSDB) e o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Guilherme Bumlai, no dia em que o Estado receber o status de área livre da febre aftosa sem vacinação, a disputa por uma fazenda no Pantanal da Nhecolândia – distante 230 quilômetros de Corumbá – expõe um possível descontrole sanitário em MS: até 1,6 mil bovinos que estão na Fazenda Clarão da Lua simplesmente não existem para a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro).

O rebanho sem nenhum controle, como a vacinação contra doenças como raiva e brucelose e mesmo a aftosa – que era exigida até dois anos atrás –, estava na Fazenda Clarão da Lua, que é alvo de uma disputa judicial por sua titularidade, envolvendo o atual arrendatário, Amerco Rezende de Oliveira, o atual proprietário, Rodrigo Ricardo Ceni, e o antigo proprietário, Marcos Garcia Azuaga.

Em meio às disputas pela fazenda, Rodrigo Ricardo Ceni conseguiu o cumprimento de um mandado de reintegração de posse contra Amerco Rezende. A fazenda, que era de Marcos Garcia, foi comprada por Rodrigo e, quatro dias depois, revendida a Marcos. O inadimplemento dos contratos de compra e venda foi o que causou a enxurrada de ações judiciais pela posse e propriedade da fazenda.

O problema surgiu antes do cumprimento do atual mandado de reintegração de posse, determinado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), que ordena que Ceni devolva a posse da fazenda a Amerco Rezende. Quando tomou posse da propriedade, no dia 20 de março, o oficial de Justiça que esteve no local teve contato com dois capatazes, e cada um informou um número diferente de bovinos na fazenda de 3 mil hectares. O primeiro disse que havia 800 rezes no local, já o outro falou em 1,6 mil. Não houve contagem, e o mandado de reintegração de posse também não determinava tal feito.

Agora, Ceni tenta adiar a devolução da posse porque, ao consultar a Iagro, não encontrou nenhum animal registrado na fazenda objeto da disputa. O temor de Ceni, além do financeiro, de ter de arcar com responsabilidades sobre os bovinos que estão na área, é também sanitário: não há nenhum controle sobre os bovinos clandestinos.

Nos bastidores, há peões da região que acreditam que os animais que estão na Fazenda Clarão da Lua tenham vindo da Bolívia.

Guilherme Bumlai, o presidente da Acrissul, que disse que estaria no “churrasco em Paris” com Eduardo Riedel, advoga para Amerco Rezende, que mantinha os supostos bois clandestinos, nas ações.

A disputa está em pleno vigor. A expectativa é de que os técnicos da Iagro vão ao local, acompanhados de oficiais de Justiça, na segunda quinzena deste mês. Também é na segunda quinzena deste mês que uma comitiva de Mato Grosso do Sul vai a Paris, à sede da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), para receber o certificado de área livre de aftosa sem vacinação.

Mais mercados

O certificado de área livre da febre aftosa sem vacinação pode ajudar Mato Grosso do Sul. O certificado nas mãos das autoridades sanitárias abrirá muitos mercados para o Estado, em meio às restrições impostas pelo governo do republicano Donald Trump, nos Estados Unidos.

Em entrevista ao Correio do Estado na semana passada, o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, afirmou que Mato Grosso do Sul não tem outro mercado para alocar o volume comprado pelos Estados Unidos, que é o segundo maior destino das exportações locais, só atrás da China.

Em 2024, por exemplo, os norte-americanos importaram quase US$ 700 milhões de carne sul-mato-grossense, o que, com as tarifas em vigor, geraria um custo adicional de US$ 70 milhões para acessar aquele mercado.

Conforme Verruck, o reconhecimento de área livre de aftosa sem vacinação mitiga parte dos impactos das tarifas norte-americanas. “Ele [o reconhecimento de área livre de aftosa sem vacinação] minimiza [o impacto], no sentido de nós podermos deslocar nossa produção para novos mercados”, explica.

“Ele [o reconhecimento] vai se posicionar como alternativa de entrada em novos mercados daqueles produtos que nós não conseguimos mais colocar nos Estados Unidos”.

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