Economia

NO ESTADO

Mesmo sem reajuste, litro da gasolina atinge preço recorde e chega a R$ 7,09

O mercado aponta que a defasagem entre o valor internacional e o praticado pela Petrobras é de até 30%, o que deve resultar em nova alta

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O último reajuste de preços na gasolina foi registrado há quase 60 dias. Mesmo sem novos valores anunciados pela Petrobras, nos postos de combustíveis de Mato Grosso do Sul o litro atinge valor recorde, de R$ 7,09, variando entre R$ 6,87 e R$ 7,89.  

Conforme dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), este é o maior valor para o litro do combustível desde o início da série histórica, que começou em 2001.  

Com isso, a população busca alternativas, como o parcelamento dos combustíveis no cartão de crédito ou mesmo a troca por outros meios de transporte (leia mais na página 6).  

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o aumento é de 24,82%, ou de R$ 1,41. E um novo reajuste deve ser anunciado nos próximos dias. 

Analistas financeiros apontam que há uma defasagem entre os preços praticados no mercado internacional e os comercializados pela estatal.  

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), com o dólar valorizado e os preços de referência dos combustíveis em patamares elevados no exterior, as defasagens médias estão em 21% (R$ 1,27 por litro) e da gasolina, em 17% (R$ 0,78 por litro). 

Outros agentes do mercado apontam que a defasagem do preço da gasolina já chega a 30%.

Para o diesel, no entanto, a estatal já anunciou um reajuste de 8,8%, que passa a valer a partir de hoje (10). Nos postos de combustíveis do Estado, o litro do óleo diesel também figura com o maior valor já praticado, sendo comercializado a R$ 6,57, indo de R$ 6,12 a R$ 7,03.

O mestre em Economia Eugênio Pavão explica que a defasagem apresentada diz respeito à tentativa do governo de controlar os preços internos, evitando maior pressão sobre a inflação.

“Como a gasolina pesa muito mais do que o gás e o diesel no índice de preços [inflação], a melhor alternativa é a alta desses outros derivados. Entretanto, a alta da gasolina é inevitável pelo limite de preços dos demais derivados”.

“Desta forma, a alta da gasolina será escalonada com o diesel e o gás, fazendo com que o consumidor pague mais até que haja uma mudança do padrão de reajustes escolhido”, analisa.

O economista Márcio Coutinho ainda pondera que a demanda também impacta no aumento dos preços.

“É uma consequência da oferta e demanda. Em 2020, houve uma retração econômica, uma redução na extração de petróleo, e a demanda foi maior do que a produção, o que consequentemente forçou o preço desde então. Associado a isso temos o preço internacional”.  

De acordo com o doutor em Economia Michel Constantino, o mercado exterior deteriorou-se com a continuidade da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, diminuindo a oferta de petróleo pelo mundo e pressionando os preços do barril.  

“Para que os distribuidores mantenham estoques, é necessário ter um valor de venda que valha a pena comprar do exterior e da Petrobras”, diz Constantino.  

LUCRO

A estatal divulgou na semana passada o balanço positivo do primeiro trimestre do ano, de R$ 44,5 bilhões em lucro líquido. O valor é 3.718% maior do que o arrecadado no mesmo período do ano passado, que foi de R$ 1,167 bilhão.  

Segundo a Petrobras, 80% dos ganhos do período foram provenientes das atividades de exploração e produção de petróleo e 20% de todos os demais segmentos.

“A política de preços adotada pelo Brasil, de paridade com o mercado internacional, é o que explica esse lucro da empresa, com a compra e venda de produtos derivados do petróleo”, afirma Pavão.

O lucro bilionário passa a ser dividido entre os acionistas e, de acordo com os analistas, o governo federal detém boa parte desses recursos.  

“Dividendos são lucros pagos aos acionistas, como o maior acionista é o governo, há uma proposta no Senado para usar esse lucro para custear esses aumentos”, explica Constantino.

Tanto em sua live semanal quanto em evento realizado no sábado (7), o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi contrário aos novos aumentos nos preços.

“Eles sabem que o Brasil não aguenta mais um reajuste de combustível em uma empresa que fatura dezenas de bilhões de reais por ano às custas do nosso povo brasileiro”, disse o presidente.  

Bolsonaro disse não entender como a Petrobras, mesmo conseguindo esse desempenho, segue aumentando os preços dos combustíveis. 

Segundo ele, considerando a atual margem de lucro, a empresa teria capacidade de aguentar um longo período sem promover novos reajustes.

Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente da estatal, José Mauro Coelho, disse que a Petrobras não é insensível à sociedade brasileira, principalmente em momentos atípicos, como com o conflito no leste europeu.  

“Que afeta os mercados de energia, em especial, o diesel. E a Petrobras, preocupada com isso, vem acompanhando os preços de mercado, não repassando essa volatilidade de imediato, mas, claro, em determinado momento reajustes devem ser feitos para que a gente mantenha a saúde financeira da companhia”.

PARIDADE

Para definir o preço dos combustíveis, a estatal segue a política de paridade internacional (PPI), estratégia que faz com que o preço da gasolina e do óleo diesel acompanhe a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional, bem como a do dólar.

Segundo o economista Renato Gomes, a paridade não deveria ser considerada a única política viável.  

“Uma política de rentabilidade seria alternativa. Caso fosse implementada outra perspectiva na gestão da empresa, não haveria necessidade de se reajustar esses preços, sem comprometer a saúde financeira da empresa”.

Ainda de acordo com Gomes, o mundo tem exemplos de excelentes empresas de petróleo controladas por governos, “muito bem-sucedidas, tais como Aramco [Emirados Árabes] e Equinor [Noruega], mas, em virtude do exemplo do nosso vizinho Venezuela [PDVSA], o presidente tem medo de alterar a política de preços, porque seria muito atacado, e isso teria impacto em parte de sua base de eleitores, que são liberais puristas, que não compreendem a diferença entre setores puramente competitivos e setores oligopolistas”, defende.

Loterias

Resultado da Quina de hoje, concurso 6544, sexta-feira (27/09)

A Quina realiza seis sorteios semanais, de segunda-feira a sábado, sempre às 20h; veja quais os números sorteados no último concurso

27/09/2024 19h02

Confira o resultado da Quina

Confira o resultado da Quina Foto: Arquivo

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 6544 da Quina na noite desta sexta-feira, 27 de setembro, de 2024, a partir das 20h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 2 milhões.

Confira o resultado da Quina de hoje!

Os números da Quina 6544 são:

  •  56 - 37 - 16 - 41 - 54

O sorteio da Quina é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal ofical da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: Quina 6545

Como a Quina seis sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre no sábado, 28 de setembro, a partir das 20 horas, pelo concurso 6545. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Quina é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 2,50 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher 5 dentre as 80 dezenas disponíveis no volante, e fatura prêmio se acertar 2, 3, 4 ou 5 números.

Como apostar na Quina

A Quina tem seis sorteios semanais: de segunda-feira a sábado, às 19h (horário de MS).

O apostador deve marcar de 5 a 15 números dentre os 80 disponíveis no volante e torcer. Caso prefira o sistema pode escolher os números para você através da Surpresinha ou ainda pode concorrer com a mesma aposta por 3, 6, 12, 18 ou 24 concursos consecutivos com a Teimosinha.

Ganham prêmios os acertadores de 11, 12, 13, 14 ou 15 números.

O preço da aposta com 5 números é de R$ 2,50.

É possível marcar mais números. No entanto, quanto mais números marcar, maior o preço da aposta.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com apenas cinco dezenas, que custa R$ 2,50, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 24.040.016, segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 7.507,50 a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 8.005, ainda segundo a Caixa.

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FÁBRICA DE FERTILIZANTES

Petrobras reserva mais de R$ 250 milhões para a retomada da UFN3

Valor representa 6,82% dos R$ 3,7 bilhões estimados pela estatal para colocar a unidade em funcionamento

27/09/2024 08h30

Foto: Saul Schramm/governo de ms

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A Petrobras pretende investir R$ 252,3 milhões no ano que vem para retomar as obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), localizada em Três Lagoas. O valor representa 6,82% dos R$ 3,7 bilhões estimados pela estatal para colocar a unidade em pleno funcionamento, conforme dados apresentados pelo governo federal na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2025 – que fixa os investimentos – apresentada ao Congresso.

O uso desse recurso é reforçado pela declaração do diretor-executivo de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, sobre a previsão de que a diretoria da Petrobras, no primeiro trimestre de 2025, leve ao conselho de administração da estatal a proposta de retomada das obras da UFN3. 

A declaração foi dada em entrevista ao site Estúdio Eixos, durante o Congresso ROG.e, que ocorreu entre os dias 23 e 26 deste mês, no Rio de Janeiro, que debate sobre o segmento de energia.

“Estamos fechando estudos para que a gente possa voltar ao mercado e concluir, terminar, a complementação mecânica da UFN3, em Três Lagoas”, destacou o executivo.

“Contratamos uma empresa, não só em Três Lagoas como na Ansa [Araucária Nitrogenados S.A., unidade de fertilizantes localizada em Araucária, no Paraná] também, para a gente desibernar. Nós montamos uma equipe nossa, do refino, como fizemos também, como a engenharia fez na UFN3. Executou, onde nós perscrutamos, chamamos de due diligence, uma análise completa de inspeção das bombas, dos compressores, dos reatores de processo, as condições de integridade, para que a gente possa ter uma visão detalhada, aprofundada do que falta fazer, de quanto vai custar, de qual Capex [valor do investimento] é necessário para que a gente possa, fechando a viabilidade econômica, voltar a operar, no caso da Ansa. E no caso da UFN3, terminar o projeto”, explicou.

O diretor-executivo não descartou a possibilidade da UFN3 ter um parceiro: “Estamos conversando sobre parceiro”. Em seguida, afirmou que ainda não tem o diagnóstico. 

“No caso da UFN3, estamos finalmente terminando esse processo de valuation [avaliações] para que a gente possa então recalcular o estudo de EVTE [viabilidade técnica e econômica] do projeto”, completou. 
Depois, os dados serão encaminhados para análise do conselho sobre a retomada do projeto de conclusão, para “a complementação mecânica do projeto”. Segundo ele, a previsão é de que seja encaminhado ao conselho “até o primeiro trimestre do ano que vem”. 

PREVISÃO

 A previsão era de que o estudo de viabilidade técnica e econômica e o processo de licitação poderiam ser iniciados ainda neste ano para a unidade entrar em operação em 2028. 

No entanto, só com a aprovação do projeto de término da obra aprovado pelo conselho da Petrobras é que se torna possível o uso em 2025 dos R$ 252,3 milhões previstos na LOA. 

De acordo com a LOA, o órgão responsável pelos investimentos é o Ministério de Minas e Energia, por meio da Petrobras. O documento especifica que os R$ 252,35 milhões serão utilizados na “implantação de Unidade de Produção de Fertilizantes Nitrogenados, com capacidade produtiva de 1.223 mil toneladas ao ano de ureia e 70 mil toneladas por ano de amônia – no Estado de Mato Grosso do Sul”, com um custo total estimado em R$ 3,699 bilhões”.

Porém, o texto ainda depende de aprovação do Congresso Nacional, o que deve ocorrer até o fim deste ano. Embora haja somente agora esse recurso para investimento no orçamento da Petrobras, desde o ano passado está aprovado pelo Conselho de Administração da estatal um plano estratégico de investimentos de US$ 102 bilhões até 2028, incluindo a retomada das obras da UFN3. À época, a companhia anunciou que voltaria a produzir fertilizantes. 

A obra da Petrobras começou em 2011 e foi paralisada em dezembro de 2014, com 81% dos trabalhos concluídos. Na época, o valor orçado era de R$ 3,9 bilhões. Agora, o governo federal estima que serão necessários R$ 5 bilhões para produzir 3.600 toneladas de ureia e 2.200 toneladas de amônia por dia, impulsionando o uso do gás natural que vem da Bolívia ao consumir diariamente 2,3 milhões de metros cúbicos.

PROCESSO

A construção da UFN3 teve início em 2011, mas as obras foram interrompidas em 2014, por conta do envolvimento de integrantes do consórcio em casos de corrupção. Naquele ponto, a construção estava com cerca de 80% das obras concluídas. 

O processo para vender a UFN3 começou em 2018, que incluiu também a Araucária Nitrogenados (Ansa), localizada em Curitiba (PR). A venda conjunta tornou a concretização do negócio inviável.

Em 2019, a gigante russa de fertilizantes Acron chegou a um acordo para adquirir a unidade, mas a crise na Bolívia impediu a finalização do negócio. 
No ano seguinte, em fevereiro de 2020, a Petrobras lançou uma nova oportunidade de venda. No entanto, as negociações foram retomadas somente no início de 2022, com o mesmo grupo russo.

Já em 28 de abril de 2022, a Petrobras anunciou que a venda da fábrica para o grupo Acron não havia sido concluída. Ainda em 2022, a Petrobras relançou a oferta de venda da fábrica ao mercado. 

Finalmente, em 24 de janeiro de 2023, a estatal declarou o encerramento do processo de comercialização da unidade, gerando expectativas para o reinício das obras.

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