Mais de 86% dos brasileiros tiveram as finanças muito prejudicadas nos meses de isolamento social na pandemia da Covid-19, conforme o levantamento realizado pelo Instituto Axxus, que apontou como os brasileiros estão administrando as finanças durante a crise sanitária.
A pesquisa também constatou que o número de pessoas que se consideram muito endividadas subiu. Ao todo, 83% dos brasileiros acham que a situação financeira vai ficar pior do que era em 2019.
Mesmo assim, 58% responderam que continuam comprando mais do que o necessário, e mais de 70% dos entrevistados decidem como se endividar dependendo do valor da parcela, mesmo que haja juros.
O economista Marcos Almeida alerta que a pandemia afetou diretamente a renda de milhares de famílias, em virtude das medidas de restrição e do isolamento social, sendo necessário repensar antes de iniciar uma nova conta, para assim não ter grandes problemas.
“Hoje em dia, é necessário repensar antes de iniciar qualquer conta grande, sempre analisando o que é necessário quitar e resolver primeiro, isso é importante para não entrar no vermelho, estamos atravessando momentos de muitas incertezas, mas com esperança de atravessarmos essa crise”, pontuou o economista.
O especialista ressalta a importância da utilização da matemática básica, ou seja, gastar menos do que se ganha.
Pois o orçamento das famílias durante a pandemia tem sido comprometido por fatores como inflação mais elevada e valor reduzido do auxílio emergencial.
“O fundamental é ter equilíbrio, se você gosta de uma coisa, invista, mas pense no que é necessário resolver financeiramente, é necessário termos esperança em dias melhores, mas com consciência do que é realmente necessário”, alegou.
O levantamento ainda revela que com tantas preocupações e gastos, literalmente, tirou o sono da população. Dos entrevistados com problemas financeiros, 71% disseram ter insônia, 45% experienciaram desequilíbrio emocional e 14% tiveram depressão.
Na prática, com a pandemia houve uma diminuição dos perfis que se consideram poupadores e equilibrados e os que se consideram muito endividados mais do que dobrou.
Enquanto a administração das contas da casa, 46% das mulheres ficaram com a função de gerenciamento, enquanto 43% das famílias tinham o homem na função.
É importante destacar que o quadro econômico de 2020 gerou uma piora no mercado de trabalho brasileiro como um todo, mas impactou as mulheres com mais força. O percentual de mulheres que estavam trabalhando ficou em 45,8% no terceiro trimestre de 2020, segundo os dados mais recentes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O nível mais baixo desde 1990, quando a taxa ficou em 44,2%.




