Economia

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Pacto Pantanal: Fazendeiro irá receber até R$ 100 mil por ano para preservar o bioma

Pagamento será de R$ 55 por hectare a proprietários rurais que contribuírem com a preservação do bioma e está bem abaixo do valor pago por arrendamento, por exemplo

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O governo de Mato Grosso do Sul lançou oficialmente o Pacto Pantanal, nesta quinta-feira (27), e, dentre as medidas previstas, está o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) aos produtores rurais e organizações que se comprometerem com a preservação do bioma.

O valor será de R$ 55 por hectare, a ser pago em duas parcelas, com limite de até R$ 100 mil por propriedade, conforme já havia antecipado o Correio do Estado.

O edital com as regras ainda será lançado, mas chama a atenção de alguns produtores o valor ser baixo em comparação com o arrendamento de terras, que pode variar, em média, de R$ 1 mil a R$ 5 mil por hectare/ano, dependendo da região e do tipo de exploração.

No entanto, o PSA não impede que o fazendeiro arrende parte da sua propriedade, podendo receber os dois pagamentos caso também faça as ações de preservações que deverão estar previstas no edital.

O secretário-executivo de Meio Ambiente do Estado, Artur Falcette, disse que hoje foi lançado o edital que vai selecionar uma instituição parceira, que irá executar o programa junto ao governo.

"A partir disso, a gente vai construir com essa instituição a abertura das inscrições, que vai acontecer entre o final de maio e o começo de junho. Aí a gente vai ter as inscrições, o site, como vai funcionar especificamente o programa de conservação e biodiversidade", explicou.

"Esse ano a gente vai fazer o 25 e 26. Relativo a 2025, os produtores vão receber ainda em 2025, expectativa que pague até em novembro, e em 2026 eles devem receber no meio do ano. Vai ser uma parcela em 2025 e uma em 2026, mas já referentes aos dois anos", acrescentou o secretário-executivo.

PSA

O PSA visa remunerar aqueles que contribuem há séculos com a preservação do Pantanal, entre eles ribeirinhos, produtores rurais e povos originários.

O pagamento por serviços ambientais no Pantanal foi criado com a instituição da Lei do Pantanal, que entrou em vigor no ano passado, e a criação do Fundo Clima Pantanal, ferramenta que tem por objetivo pagar aos produtores pelo excedente de preservação ambiental da região.

O programa está sendo instituído em duas modalidades: Conservação e Biodiversidade e PSA Brigadas Flexibilização do Manejo Integrado do Fogo, e já inicia com o aporte de R$ 40 milhões do governo estadual. 

Organizações da sociedade civil, produtores rurais, comunidades tradicionais, ribeirinhas, comunidades indígenas, qualquer pessoa que viva no território do Pantanal e que esteja organizada em uma associação, em algum tipo de representação, pode submeter projetos. 

Os pagamentos ficam em R$ 55 por hectare, e podem chegar até a R$ 100 mil por propriedade, valor a ser pago em duas parcelas. 

“Cabe destacar que 97% da região pantaneira está em propriedades rurais, ou seja, os proprietários são responsáveis pela gestão do território.”, destacou o secretário-adjunto da Semadesc, Artur Falcette.

Pacto Pantanal

O programa “Pacto Pantanal” prevê R$ 1,4 bilhão em investimentos ao bioma do Pantanal até 2030.

Além da preservação, o objetivo do projeto é melhorar a qualidade de vida das comunidades locais, com ações em infraestrutura, educação, saúde, saneamento, meio ambiente e desenvolvimento das cadeias produtivas.

Conforme o cronograma, estão previstos:

  • R$ 307 Milhões para a área da Saúde e Saneamento Básico;  
  • R$ 136,4 milhões para o setor de desenvolvimento e produção (pecuária, drenagem);  
  • Educação R$ 117,7 Milhões;
  • Infraestrutura - estradas, aterros, pistas e aeródromos que recebem R$ 441,2 Milhões;
  • R$ 426,3 Milhões para prevenção e combate de incêndios,  pagamentos por serviços ambientais, monitoramento climático, sistematização e tecnologia.

O dinheiro será repassado com recursos do Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundersul),  Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), financiamentos e emendas parlamentares ao longo dos próximos cinco anos.

MEIO AMBIENTE

Haddad discutirá transição ecológica e reforma do G20 na França

Financiamento a florestas tropicais e mercado de carbono são destaques

30/03/2025 21h00

Foto: FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ AGÊNCIA BRASIL

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A transição ecológica e a reforma do G20 (grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana) serão o foco da viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à França. O ministro embarca neste domingo (30) e retorna a Brasília na quarta-feira (2).

A viagem tem como objetivo restaurar o diálogo econômico entre o Brasil e a França, concentrado nos ministérios da área, e preparar a viagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará ao país em junho. Segundo o Ministério da Fazenda, as conversas econômicas estão concentradas nos seguintes eixos:

•     Reformas econômicas no Brasil e na França;

•     Cooperação multilateral, arquitetura financeira internacional, reforma do G20;

•     Transformações ecológicas e sustentabilidade financeira;

•     Complementaridade entre setores econômicos no Brasil e na França.

Em relação às reformas econômicas, Haddad pretende apresentar ao governo e a empresários franceses oportunidades de investimento estrangeiro no Brasil trazidas pela reforma tributária, regulamentada no ano passado e que entrará gradualmente em vigor a partir de 2026.

Em relação ao Plano de Transformação Ecológica, Haddad apresentará ao ministro da Economia francês, Éric Lombard, a experiência do governo brasileiro em incluir o desenvolvimento sustentável e o meio ambiente na política econômica.

Os destaques na área ambiental são o Mecanismo de Financiamento das Florestas Tropicais (TFFF, na sigla em inglês) e a integração do mercado global de créditos de carbono. Lançado em 2023 pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, na COP28, o TFFF pretende arrecadar US$ 250 bilhões de fundos soberanos para serem investidos nas florestas tropicais.

Sobre o mercado de créditos de carbono, Haddad pretende apresentar a regulamentação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa, sancionada no fim do ano passado, e discutir a articulação do mercado global de carbono.

Agenda

Na segunda-feira (31), Haddad participará de uma conferência na universidade Sciences Po, em Paris, sobre uma avaliação dos dez anos do Acordo de Paris. O encontro será moderado pelo filósofo ambiental Pierre Charbonnier e pela economista e negociadora-chefe do acordo, Laurence Tubiana.

Em novembro, no G20 Social, no Rio de Janeiro, Tubiana expressou preocupação com a preservação do Acordo de Paris após a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Em seguida, Haddad será homenageado com um jantar na Sciences Po.

Na terça-feira (1º), Haddad terá uma reunião bilateral com o ministro Éric Lombard às 11h30 (horário local). Em seguida, o ministro da Fazenda almoçará com empresários franceses e, às 13h30, discursará na cerimônia de abertura dos Diálogos Econômicos Brasil–França. Haddad embarca às 15h30 (horário local) e chega a Brasília na madrugada de quarta-feira.

Economia

Oi planeja vender redes de cobre de telefonia como sucata

Em recuperação judicial pela segunda vez, começou a desmobilizar um dos seus últimos e mais simbólicos ativos

30/03/2025 13h01

Por décadas essas redes serviram para o funcionamento da telefonia fixa no País e, agora, estão prestes a vai virar sucata.

Por décadas essas redes serviram para o funcionamento da telefonia fixa no País e, agora, estão prestes a vai virar sucata. Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Em recuperação judicial pela segunda vez, após vender uma série de negócios a Oi começou a desmobilizar um dos seus últimos ativos, que também é um dos mais simbólicos: as redes de cobres. 

Para os que surgiram após a virada do milênio e não estão familiarizados, por décadas essas redes serviram para o funcionamento da telefonia fixa no País e, agora, estão prestes a vai virar sucata.

A desmobilização das redes da operadora é um desdobramento do processo que culminou na mudança no regime de prestação do serviço de telefonia fixa. A concessão, assinada em 1998, passou a ser uma autorização, conforme aval concedido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Na prática, isso permitiu à Oi começar a desligar boa parte das redes obsoletas e economizar com a manutenção de um serviço que vinha gerando prejuízo.

Em seu plano de recuperação, a Oi tem o compromisso de vender todo o cobre das redes subterrâneas para a V.tal, empresa de telecomunicações pertencente a fundos do BTG Pactual. Já a rede aérea, pendurada em postes, permanecerá com a Oi, que fará a venda na medida em que extrair os cabos.

"A Oi terá um resultado positivo com a venda do cobre como sucata, bem como via redução de despesas pela manutenção das redes", afirmou o presidente da Oi, Marcelo Milliet, durante teleconferência com investidores e analistas realizada na última quinta-feira, 27.

Milliet, que está no cargo desde dezembro, não soube precisar quanto a companhia deve extrair de cobre e quanto pode embolsar com a venda. Um dos problemas é o custo elevado de extração das redes, que estão espalhadas pelo País. "Não há como precisar exatamente qual o valor do ativo neste momento", ponderou.

A teleconferência foi marcada por várias incertezas sobre as próximas etapas da recuperação judicial da empresa. A maior delas é o rumo da arbitragem, em que a empresa cobra da União uma compensação de mais de R$ 50 bilhões por prejuízos sofridos com a manutenção da telefonia fixa. Milliet disse que não há estimativa de prazo para o desfecho do processo, embora espere uma decisão parcial ainda este ano.

Outra fonte de caixa prevista no plano de recuperação é a venda de imóveis que antes eram usados na operação de telefonia fixa, mas que ficaram ociosos.

Ao todo, são quase 7 mil unidades em centenas de localidades do País. No entanto, Milliet disse que não é possível precisar o valor geral de vendas esperado, pois o perfil dos imóveis é variado. Há desde edificações em áreas nobres em grandes centros, até terrenos rurais.

Nova Oi

A Oi Soluções, braço de negócios para oferta de TI e conectividade a empresas, será a principal via de crescimento do grupo após a venda de ativos já realizada no âmbito da recuperação judicial.

O segmento, porém, está passando por uma queda no faturamento em função da menor demanda por serviços prestados via redes de cobre e migração para fibra ótica. Em paralelo, a companhia vem buscando priorizar os serviços com margem maior.

Este ano, a Oi vendeu sua operação de banda larga e de TV por assinatura. Em 2022, se desfez do negócio de internet móvel.

A Oi ainda mantém as subsidiárias Serede, Tahto e Oi Services, de operações de campo, call center e BPO (sigla em inglês para terceirização de processos de negócios).

"A Nova Oi tem o objetivo de ser uma empresa mais leve e eficiente", disse Milliet. "As subsidiárias têm grande potencial de crescimento e geração de valor", emendou.

A Oi apresentou lucro líquido de R$ 9,6 bilhões em 2024, revertendo o prejuízo de R$ 5,4 bilhões de 2023. No entanto, esse lucro foi resultado da aprovação do plano de recuperação, em abril, quando a empresa conseguiu convencer credores a abater sua dívida em cerca de 70% via descontos, parcelamento e conversão de valores em ações.

Na ocasião, isso gerou um ganho de R$ 14,7 bilhões de ordem contábil (sem efeito no caixa) da empresa.

O lucro operacional (medido pelo Ebitda) ficou negativo em R$ 1,5 bilhão em 2024, ante dado positivo de R$ 568 milhões em 2023.

A receita líquida chegou a R$ 8,3 bilhões em 2024, queda de 14,2%. Já a receita da chamada Nova Oi (que abrange Oi Soluções, subsidiárias e serviços legados) foi de R$ 3,1 bilhões, baixa de 26% na comparação anual.

 

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