Em tempos de empresas paradas e muita gente trabalhando de casa, os motoristas de aplicativos amargam perdas significativas. A Associação dos Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motoristas Autônomos de Mato Grosso do Sul (Applic-MS) informa que a redução no número de corridas já chega a 40% mesmo antes do comércio parar.
A partir de sábado (21) o comércio varejista não terá mais atendimento presencial, assim como já estão suspensas atividades de shoppings, parques e praças, conforme determinação da Prefeitura Municipal de Campo Grande.
De acordo com o presidente da Applic-MS, Paulo Pinheiro, as corridas nos aplicativos de transporte já tiveram redução de até 40%. “As pessoas permanecem em casa e sem dúvidas as corridas tiveram uma diminuição de 35% a 40% em todos os turnos (matutino, vespertino e noturno), e a categoria sofre principalmente por não estar tendo condições de arcar com os seus compromissos como gasolina, pneus e lava jato, por exemplo. O maior problema está na questão da locação do veículo ou pagar a prestação dos seus veículos, por isso a ideia é ter uma reunião com concessionárias e locadoras de carros, temos que ter essa fala com os empresários do setor”, explica.
Na contramão daqueles que transportam pessoas, estão os motociclistas que entregam produtos principalmente na área de alimentação. Segundo o representante da associação, as entregas em domicílio já aumentaram. “Cresceu muito nesses dias, conforme relato dos entregadores o aumento foi em torno de 30% por esses dias”, afirmou Pinheiro.
PREVENÇÃO
Os motoristas afirmam que estão preparados para atender os passageiros de Campo Grande e do Estado, com álcool em gel, carros higienizados, limpos e com vidros abertos.
“Estamos fazendo o possível para atender o que o poder público pediu a população, e a categoria de motorista de aplicativos de mobilidade urbana, que hoje é um meio de transporte muito forte não somente em Campo Grande mas em todo o mundo, está fazendo o necessário. Realmente é muito preocupante, mas todos temos que nos sacrificarmos, em todos os setores da sociedade, é momento de um ajudar o outro”, concluiu Paulo Pinheiro.
Há aqueles que tomaram medidas mais drásticas, é o caso do motorista Léo Gracini, 32 anos. “Estou parado por enquanto, resolvi não fazer corridas por precaução. Para evitar colocar em risco a minha saúde e a dos passageiros”, informou.