Economia

CRESCIMENTO

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Produção de grãos deve chegar a 22 milhões de toneladas em Mato Grosso do Sul

Com aumento da produtividade e da área, o Estado será o quinto maior produtor de soja do País

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Mato Grosso do Sul deve ter uma produção de grãos recorde na safra 2020/2021. 

De acordo com o primeiro levantamento desta safra, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita no próximo ano chegará a 22,051 milhões de toneladas, crescimento de 7,3% ante as 20,548 milhões de toneladas colhidas no ciclo 2019/2020.

Além do crescimento da produção, a área plantada também se destaca. Na próxima safra, a estimativa é de 5,360 milhões de hectares plantados, no ciclo anterior foram 5,029 milhões de hectares, 6,6% a mais.  

Os bons números estão principalmente atrelados à produção da próxima safra de soja. Com menos de 5% do plantio iniciado, a expectativa é de colheita recorde no próximo ano. Dados da Conab apontam que a produtividade da oleaginosa crescerá 7,7%, saindo de 11,362 milhões de toneladas em 2020 para 12,235 milhões de toneladas em 2021.  

A área plantada também será ampliada em 11,1%, chegando a 3,351 milhões de hectares ante os 3,016 milhões de hectares do ciclo passado. Com os resultados, o Estado vai figurar como o quinto maior produtor do País, atrás de Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.  

Conforme adiantado pelo Correio do Estado, a expectativa é de uma supersafra.  

“A gente tem dados de abertura de áreas de pastagens se transformando em áreas de agricultura, que indicam que teremos novamente um acréscimo na área plantada em cima de áreas degradadas. Temos a previsão climática que é favorável e a adoção de tecnologias e do momento que os grãos vivem no cenário mundial. A expectativa do governo do Estado também é de recorde na safra 2020/2021”, informou o superintendente da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Rogério Beretta.

ATRASO  

Até o momento, menos de 5% das áreas de soja foram semeadas, de acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de MS (Aprosoja-MS). Apesar da falta de chuvas e de o plantio efetivo ainda não ter começado, as estimativas apontam para produção recorde no Estado.

De acordo com o departamento técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Sistema Famasul), não há atraso na semeadura da oleaginosa. 

“No histórico das últimas 10 safras, cerca de 65% do volume de plantio de soja em Mato Grosso do Sul aconteceu entre os dias 10 e 30 de outubro, portanto, ainda estamos na janela de plantio, com prazo para efetuar a semeadura em condições normais”, informou em nota.

Segundo o presidente da Aprosoja-MS, André Dobashi, caso haja atraso no plantio da soja, a chance de o produtor ter uma boa safra de milho é reduzida.  

“O atraso da soja vai muito de encontro com a vontade do produtor de plantar milho, porque a janela ideal para o plantio é em outubro. O produtor que ainda não plantou soja não está ansioso com a soja, mas com a área de safrinha dele. Cada vez que você entra mais para dentro do mês de outubro o plantio da safrinha fica mais longe do início de fevereiro, e isso é ruim”, explicou.

O departamento técnico da Famasul ainda informou que o plantio só será considerado atrasado a partir de 30 de outubro. Nas regiões sul e centro de Mato Grosso do Sul, algumas cidades iniciaram a semeadura no fim de setembro.

NACIONAL

No País, a estimativa é superar em 4,2% o recorde obtido na temporada recém-finalizada. De acordo com a Conab, a produção está estimada em 268,7 milhões de toneladas, superando em cerca de 11 milhões de toneladas o recorde de 257,7 milhões de toneladas da última safra.  

O estudo também aponta crescimento na área cultivada, na ordem de 1,3%. A expectativa é de que nesta safra o plantio ocupe cerca de 66,8 milhões de hectares, o que corresponde a 879,5 mil hectares a mais.

A produção de soja é estimada em 133,7 milhões de toneladas e mantém o Brasil como o maior produtor mundial da oleaginosa. A colheita total de milho deve atingir 105,2 milhões de toneladas, também a maior da série histórica – aumento de 2,6% sobre a anterior.  

A área cultivada com arroz deve aumentar 1,6%, mas a equipe da Conab estima que a produtividade pode não ser tão boa quanto a da última safra. 

Caso se confirme a redução de 4,2% do volume colhido por hectare, a produção nacional de arroz será de 10,885 milhões de toneladas, ajustada ao consumo previsto. As exportações do grão, por sua vez, podem diminuir em cerca de 400 mil toneladas.

A produção de feijão é distribuída em três safras e, por esse motivo, pode ter ajustes maiores do que as outras culturas ao longo do ano. 

O estímulo para uma safra é influenciado pelos resultados da colheita anterior. Com base nos dados atuais, a Conab estima produção também semelhante ao consumo. 

A área pode ter um pequeno aumento, mas a produtividade pode recuar. No balanço, a soma das três safras é esperada em 3,126 milhões de toneladas, o que significaria diminuição de 3,2% sobre a temporada passada.

Já para o algodão em pluma, projeta-se queda na área e na produtividade, com a produção devendo se limitar a 2,8 milhões de toneladas de pluma, redução de 6,2% sobre a safra passada.

Crédito rural

Prazo para renegociação de dívida de investimento vai até 31 de maio

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões

19/04/2024 15h00

Em MS, podem renegociar os produtores de soja, milho e bovinocultura de leite e de carne. Arquivo/Correio do Estado

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Os produtores rurais que foram prejudicados por intempéries climáticas ou queda de preços agrícolas têm prazo até 31 de maio para renegociar dívidas do crédito rural para investimentos. A informação é do Ministério da Agricultura e Pecuária, com base em medida aprovada, com apoio do Ministério da Fazenda, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em março passado.

Segundo o comunicado, com a iniciativa, as instituições financeiras poderão adiar ou parcelar os débitos que irão vencer ainda em 2024, relativos a contratos de investimentos dos produtores de soja, de milho e da pecuária leiteira e de corte. Neste contexto, as operações contratadas devem estar em situação de adimplência até 30 de dezembro de 2023.

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões em recursos equalizados, R$ 6,3 bilhões em recursos dos fundos constitucionais e R$ 1,1 bilhão em recursos obrigatórios.

Caso todas as parcelas das operações enquadradas nos critérios da resolução aprovada pelo CMN sejam prorrogadas, o custo será de R$ 3,2 bilhões, distribuído entre os anos de 2024 e 2030, sendo metade para a agricultura familiar e metade para a agricultura empresarial. O custo efetivo será descontado dos valores a serem destinados para equalização de taxas dos planos safra 2024/2025.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse na nota: "Problemas climáticos e preços achatado trouxeram incertezas para os produtores. Porém, pela primeira vez na história, um governo se adiantou e aplicou medidas de apoio antes mesmo do fim da safra".

Confira abaixo as atividades produtivas e os estados que serão impactados pela medida:

soja, milho e bovinocultura de carne: Goiás e Mato Grosso;

bovinocultura de carne e leite: Minas Gerais;

soja, milho e bovinocultura de leite: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina;

bovinocultura de carne: Rondônia, Roraima, Pará, Acre, Amapá, Amazonas e Tocantins;

soja, milho e bovinocultura de leite e de carne: Mato Grosso do Sul;

bovinocultura de leite: Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Para enquadramento, os financiamentos deverão ter amparo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e dos demais programas de investimento rural do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como das linhas de investimento rural dos fundos constitucionais.

HABITAÇÃO

Contratação de crédito imobiliário registra queda 33,9% no primeiro bimestre em MS

Em janeiro e fevereiro foram negociadas 591 unidades habitacionais no Estado, ante os 894 imóveis financiados no ano passado

19/04/2024 08h30

Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O volume de imóveis financiados em Mato Grosso do Sul apresentou queda de 33,89% nos primeiros dois meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), no 1º bimestre foram negociadas 591 unidades por meio de financiamentos, o que resultou em R$ 222,642 milhões disponibilizados para negociações com recursos da poupança. 

Já em janeiro e fevereiro do ano passado foram negociadas 894 unidades por meio de crédito imobiliário utilizando o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), e o valor das operações quase chegou a R$ 290 milhões (R$ 289.449.681,00). Quando analisados os valores, a diferença resulta em redução porcentual de 23,08%.

Em janeiro do ano passado foram disponibilizados R$ 161,620 milhões - para 487 unidades negociadas, contra R$ 113,143 milhões e 283 imóveis do primeiro mês de 2024, ou seja, R$ 48,477 milhões a menos liberados para a compra de imóveis.

Segundo análise de especialistas, a redução do volume aplicado na poupança teve influência direta no cenário de Mato Grosso do Sul.

Em fevereiro de 2023 os recursos chegaram a R$ 127,829 milhões (407 unidades), ante as 308 unidades deste ano, e R$ 109,498 milhões, redução de R$ 18,331 milhões.

Dentre os principais motivos para a queda dos financiamentos no Estado, o principal é o juro alto praticado pelos bancos nas operações imobiliárias. As taxas ainda estão muito parecidas com a da Selic, fazendo que o valor contratado do financiamento quase dobre ao final do período.

Nas simulações feitas pelo Correio do Estado, por exemplo, as taxas de juros em financiamentos imobiliários no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que utiliza os recursos do sistema brasileiro de poupança, variaram entre 9,5% e 12,5% ao ano, a depender do relacionamento que o cliente tem com o banco.

O economista Renato Gomes explica que o panorama está também relacionado aos resgates e os saques que têm acontecido nas aplicações da poupança.

“Os brasileiros estão tirando dinheiro da poupança pela baixa atratividade, uma vez que essas pessoas estão interpretando, que não está compensando manter o dinheiro na poupança”, pontua.

Gomes destaca ainda que os valores acumulados na poupança são destinados para aquisições imobiliárias por meio do SBPE, uma modalidade de crédito que depende dos recursos da poupança. 

“Esse recurso fica escasso e, portanto, ocorre uma queda na quantidade, no volume de financiamento advindo desta linha de crédito, que é o financiamento imobiliário pela poupança”, detalha o economista.

HISTÓRICO

Nos seis anos anteriores, houve uma instabilidade no volume de negócios fechados através dos financiamentos com recursos da poupança.

De acordo com o relatório da Abecip, entre 2018 e 2021 os números de unidades e valores negociados ficaram em ascensão. Já nos dois últimos anos houve declínio nos financiamentos.

 

Em 2018 foram 3.544 imóveis financiados em Mato Grosso do Sul. O número subiu para 4.038 em 2019, para 6.200 em 2020 e atingiu o ápice em 2021, quando 10.543 unidades foram negociadas no Estado.

Conforme agentes do setor, a pandemia da Covid-19 impactou em mais pessoas trabalhando de casa e com isso muitos saíram do aluguel e compraram a casa própria no período. 

Em valores, o montante também teve ascensão nos anos citados, saindo de R$ 759,076 milhões nos 12 meses de 2018 para R$ 2,653 bilhões em 2021, alta 249% no período. 

Já em 2022, o valor disponibilizado para financiamentos imobiliários com recursos da poupança no Estado reduziram para R$ 2,606 bilhões, resultado 9.104 moradias negociadas. Enquanto no ano passado, houve uma segunda queda tanto em valores (R$1,826 bilhão) quanto em unidades financiadas (5.944).

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