Economia

BENEFÍCIO

Extensão do auxílio emergencial pode aquecer a economia de Mato Grosso do Sul

Representantes da gestão estadual e economistas apontam que o retorno da medida seria benéfico para o Estado

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O auxílio emergencial foi encerrado em 2020 com o fim do estado de calamidade pública, mas o Ministério da Economia estuda a possibilidade de retomar o programa de transferência de renda. 

Para os representantes do setor produtivo, o retorno promete reaquecer a economia de Mato Grosso do Sul.

O programa foi a principal ou única renda de cerca de 860 mil beneficiários de MS. Segundo a Caixa, foram R$ 3,5 bilhões disponibilizados para a população do Estado.  

De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, a prorrogação do benefício será fundamental para a economia de MS, em decorrência do atual cenário e da necessidade da população.  

“Nós avaliamos que deveria ter sim a extensão do auxílio, estamos vivenciando a segunda onda da Covid-19, com inflação elevada e dinâmica voltada para a exportação, e não para o mercado interno. A nossa expectativa era de índices positivos em questão de investimento, o que não aconteceu. 

Em Mato Grosso do Sul, as atividades internas começam a sofrer um impacto com a questão do desemprego, as pessoas que recebem o benefício estão justamente na informalidade. A continuidade seria fundamental, pensando até mesmo nas pessoas que precisam do básico, como alimentação”, explica Verruck.  

Atualmente, o governo federal estuda a possibilidade de reduzir o número de beneficiários, dando prioridade aos informais, e oferecer um benefício de R$ 200 por três meses, limitando o impacto fiscal nos cofres públicos.

Últimas notícias

Em carta enviada ao Congresso Nacional, 18 secretários de Fazenda, entre eles o de Mato Grosso do Sul, Felipe Mattos, pedem a prorrogação do estado de calamidade pública por mais seis meses, além do retorno do auxílio emergencial às famílias necessitadas.  

Na terça-feira (26), o ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu a possibilidade da volta do benefício caso o número de mortes por Covid-19 siga crescendo. 

Porém, ressaltou que a medida exigiria “sacrifícios” e defendeu o congelamento de verbas para Saúde, Educação e salários de funcionários públicos. 

Guedes afirmou que ainda é preciso saber se o aumento de casos e mortes no início de 2021 não será pontual.

RECURSOS

Conforme estimativa do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Fecomércio-MS (IPF-MS), o recurso foi a única renda para 10% da população de Mato Grosso do Sul. 

O Ministério da Economia aponta que o benefício foi responsável por reduzir a pobreza em 23,7% no País. Mais de 15 milhões de cidadãos saíram da linha da pobreza, ou seja, tiveram renda domiciliar per capita maior que meio salário mínimo (R$ 522,50).  

Para o doutor em economia Michel Constantino, a prorrogação do auxílio emergencial seria fundamental, visto que milhares de pessoas têm o recurso como única alternativa de renda e o fim dele influencia diretamente na economia do Estado.  

“É importante destacar que a pobreza diminuiu com a liberação do auxílio emergencial, então ele foi muito necessário nesse momento tão atípico que todos estão enfrentando.

Este benefício injeta dinheiro diretamente nos mais diversos segmentos do mercado, a extensão representa uma nova oportunidade para as pessoas que continuam sem emprego e dependendo do governo”, destaca.

O auxílio emergencial foi destinado aos trabalhadores informais e autônomos, desempregados e pessoas de baixa renda, sendo pago inicialmente em cinco parcelas de R$ 600 (R$ 1.200 para mulheres chefes de família) e depois prorrogado por até quatro parcelas de R$ 300 até o fim de 2020.  

O professor e economista Eugênio Pavão pontua que vivemos um cenário econômico de grandes incertezas, e a volta do auxílio cumpriria um papel essencial.  

“O auxílio emergencial foi uma tentativa de amortecer a queda da economia, e a recuperação depende da vacinação em massa, de mais oportunidades de emprego e da injeção de dinheiro novo. Esse aumento implica na mudança do comportamento das pessoas, podendo garantir um respiro nas dívidas da população”, analisa Pavão.  

BENEFICIÁRIOS  

A continuação ou não do auxílio emergencial é motivo de preocupação para muitas pessoas, como é o caso da auxiliar de serviços gerais, Maria Alice, 37 anos, que foi dispensada de seu antigo trabalho poucos meses após o início da pandemia e teve como única renda o benefício de R$ 1.200 pago a mães chefes de família.

“Eu vejo algumas pessoas falarem do auxílio emergencial como um gasto desnecessário ou um luxo, no meu caso é necessidade. Cuido de três filhos sozinha, o dinheiro no meu caso serve para colocar comida na mesa. Antes eu tinha esse dinheiro garantido para contar, agora acabou. Sem as doações que a gente consegue eles estariam passando fome”, afirmou Maria Alice.  

O fotógrafo Walter Melo, 44 anos, viu seu setor parar totalmente com o início da pandemia e, como alternativa para conseguir quitar suas dívidas, começou a trabalhar como motorista de aplicativo. 

Ele relata que quando teve seu cadastro aprovado para receber o auxílio emergencial foi motivo de muita alegria.

“Eu comecei a fazer bico como motorista de aplicativo, foi um risco que escolhi assumir abrindo meu carro para pessoas desconhecidas durante uma pandemia, mas ninguém quer contratar um fotógrafo no atual cenário e as contas seguem do mesmo jeito. 

O auxílio emergencial para mim representou oferecer mais dignidade para a minha família, pude quitar contas atrasadas e ter um respiro em meio ao caos”, destacou.  

GASTOS

Constantino explica que mesmo a extensão sendo muito importante para a economia local, além de contribuir com a renda de milhares de pessoas, não se pode esquecer do teto de gastos e do controle das contas públicas.  

“O auxílio representa um investimento de R$ 200 bilhões, o que é muito dinheiro. Nós temos um teto de gastos, isso é muito importante porque dá uma margem para o governo poder gastar e mostra para os investidores estrangeiros que o País tem seus gastos organizados. 

Uma alternativa viável para continuar com o benefício seria congelar algum gasto de alguma pauta e passar para o benefício. Caso o governo opte por não cortar nenhum gasto, isso seria muito ruim economicamente para o País”, pontuou o economista.

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OLHO NOS PREÇOS

Black Friday em MS deve movimentar R$ 406 mi na economia

Segundo pesquisa, os produtos com maiores intenções de compra pelos sul-mato-grossenses são móveis, eletrodomésticos e eletrônicos, seguido por roupa, notebook e computadores

21/11/2024 16h15

Promoções da Black Friday atraem consumidores e economia do estado deve movimentar

Promoções da Black Friday atraem consumidores e economia do estado deve movimentar Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Cada vez mais popularizado entre a população brasileira, a Black Friday começa  oficialmente a partir da próxima semana e grandes marcas prometem descontos descritos por elas mesmas como imperdíveis. Com isso, o Sebrae/MS e o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS, realizaram uma pesquisa que afirma que o “feriado comercial” deve movimentar mais de R$ 400 milhões na economia do estado.

Segundo resultados do levantamento feito, móveis, eletrodomésticos e eletrônicos são os produtos que mais atraem os olhares dos sul-mato-grossenses durante esse período de liquidação, com 47,32% dos entrevistados com intenção de compra. Em seguida, aparece as vestimentas (roupas, calçados e acessórios), com 29,19%, e, fechando o “Top-3”, notebooks e computadores, com 9,06%.

Ainda, a pesquisa revelou que 82,38% dos entrevistados preferem realizar as compras de forma presencial, ou seja, em loja física. Ao todo, 1.981 pessoas foram entrevistadas nos municípios de Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Coxim, Bonito, Corumbá, Ladário e Três Lagoas, entre 4 e 11 de novembro.

Campo Grande

Segundo estimou a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Campo Grande, a Black Friday deve injetar cerca de R$ 90 milhões no comércio local

O cenário positivo aponta um crescimento de 80% em 2024, enquanto em comparação ao mesmo período no ano passado, de acordo com dados Prefeitura de Campo Grande, a cuja estimativa de gasto era de R$ 50 milhões.

Muito embora o consumidor e o comércio estejam confiantes com a injeção financeira, para o presidente da CDL Campo Grande, Adelaido Vila, a data seria melhor aproveitada pelos pequenos negócios se fosse em outro período.

“O ideal aqui no Brasil seria que a Black Friday acontecesse em janeiro e não em novembro. Em novembro, o lojista fica com apenas 30 dias para repor o estoque, mas, mesmo assim, os grandes players, aproveitando essa promoção que acontece lá nos Estados Unidos, começaram a fazer esse movimento e levaram várias outras pequenas empresas a participarem”, explicou.

Contratação

O comércio da capital deve contratar até 15 mil trabalhadores temporários para suprir aumento de demanda na venda de produtos que ocorrem no final de ano.

De acordo com Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande (SECCG), este aumento da contratação de trabalhadores temporários ocorre entre os meses de novembro e dezembro de 2024.

“Chegamos a esse número com base em uma pesquisa realizada pelo próprio sindicato, em contato direto com as grandes e médias empresas da cidade”, afirma Carlos Santos, presidente do SECCG. Ele destaca que a pesquisa reflete as necessidades do mercado local e fornece uma visão clara das expectativas para o período de vendas.

Atualmente, o comércio de Campo Grande emprega aproximadamente 35 mil trabalhadores. Com a adição dos temporários, esse número deverá aumentar para cerca de 50 mil profissionais no setor.

Black Friday ou "Black Fraude"?

Com a promessa de preços mais baixos, muitos consumidores esperam pela data para adquirir um produto que já desejam. No entanto, não é incomum encontrar falsas promoções, a chamada "black fraude", quando as lojas simulam que houve desconto ou aumentam o valor do item dias antes.

Para evitar cair nessas falsas promoções, uma das saídas é fazer o monitoramento dos preços com antecêndia, para saber se a loja não fez apenas a "maquiagem" do preço, com aumento do valor para posteriormente baixar, ou no caso, voltar ao preço original na black friday e anunciar como se fosse desconto.

Esse monitoramento pode ser feito na forma de pesquisa, olhando os preços antecipadamente nas lojas físicas ou online, para ter uma ideia do valor atual, ou com ajuda de sites e aplicativos que fazem essa análise.

Para conferir sites especializadas em monitorar preços dos produtos, clique aqui

Dicas extras

As ferramentas podem ajudar a monitorar os preços, mas há algumas dicas extras que podem te ajudar a garantir compras vantajosas na Black Friday, como:

Crie uma Lista de Desejos: Isso ajudará a manter o foco e a evitar compras por impulso.

Inscreva-se em newsletters e alertas de promoções: Muitas lojas enviam newsletters com informações sobre promoções e ofertas exclusivas para assinantes. Inscrever-se nessas listas pode garantir acesso antecipado a ofertas ou até descontos adicionais.

Siga as redes sociais das lojas: As redes sociais são um ótimo canal para ficar por dentro das novidades e promoções relâmpago. Muitas empresas utilizam essas plataformas para divulgar ofertas especiais, então vale a pena acompanhar as contas das lojas que você mais gosta.

Prepare-se para a "muvuca": No dia da Black Friday, as lojas podem ficar lotadas, e as ofertas podem acabar rapidamente. Esteja preparado para agir rápido, mas sempre tenha em mente os preços monitorados anteriormente para não cair em armadilhas de preços inflacionados.

*Colaborou Glaucea Vaccari, Laura Brasil e Judson Marinho

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vale da celulose

Preço da celulose dispara e evita tombo maior nas exportações de MS

Cotação média da celulose aumentou quase 61% nos primeiros dez meses deste ano na comparação com igual período do ano passado

21/11/2024 12h30

As exportações de celulose, que passam todas pelo porto de Santos, renderam US$ 2,12 bilhões nos primeiros dez meses de 2024

As exportações de celulose, que passam todas pelo porto de Santos, renderam US$ 2,12 bilhões nos primeiros dez meses de 2024

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O volume das exportações de celulose cresceu 11,4% nos primeiros dez meses de 2024 na comparação com igual período do ano passado. Porém, o faturamento saltou 60,8%. A explicação é a alta no preço médio da celulose neste ano, que passou de US$ 354,9 para US$ 570,9 a tonelada. E por conta disso, o volume exportado por MS neste ano não sofreu queda maior, recuando apenas 3,7%. 

Nos dez primeiros meses do ano passado a Eldorado e a Suzano, ambas instaladas em Três Lagoas, exportaram 3,333 milhões de toneladas. Neste ano, com a ativação da Suzano de Ribas do Rio Pardo, que começou a produzir em julho, o volume exportado passou para 3,716 milhões de toneladas, o que representa aumento de 11,4% na comparação com o ano anterior. 

O faturamento das empresas, por sua vez, aumentou de 1,183 bilhão de dólares para 2,121 bilhões de dólares, conforme mostram os dados divulgados pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semadesc). E, além disso, a cotação do dólar teve alta de 11% no ano,  o que aumenta ainda mais o lucro das duas gigantes da celulose. 

Por conta da ativação do chamado Projeto Cerrado, em Ribas do Rio Pardo, a celulose já representa 24,4% de tudo aquilo que foi exportado por Mato Grosso do Sul neste ano. Por conta deste nova fábrica, o município passou a fazer parte da lista daqueles que mais exportam, ficando em sexto lugar. 

Nos dez primeiros meses do ano passado, as exportações de Ribas do Rio Pardo somaram de 97,8 mil toneladas, ante 431 mil toneladas em igual período de 2024, o que representa aumento de 423%. Em média, a unidade da Suzano está produzindo 90 mil toneladas de celulose por mês desde o dia 21 de julho. 

RECUO NAS EXPORTAÇÕES

Mas, apesar do bom desempenho da celulose, as exportações como um todo recuaram, 3,7% neste ano no Estado, passando de 9,009 bilhões de dólares para 8,680 bilhões. A principal explicação é a estiagem, que provocou quebra na produção de soja e impediu, durante boa parte do ano, o transporte de minérios pelo Rio Paraguai. 

A exportação de minérios caiu de 5,84 milhões de toneladas para 3,14. O faturamento caiu 29%, recuando de 313 milhões de dólares para 220 milhões. No caso da soja, o recuo no faturamento foi parecido, de 22%. 

BOOM

E a importância da celulose tende a aumentar muito. Além da recém-ativada fábrica de Ribas do Rio Pardo, que vai produzir 200 mil toneladas por mês, outras duas indústrias devem entrar em operação nos próximos cinco anos. 

A primeira está em fase de instalação em Inocência, onde a chilena Arauco promete produzir em torno de 300 mil toneladas por mês, a partir do final de 2027. O investimento será da ordem de US$ 4,6 bilhões (R$ 25 bilhões).

Além disso, a empresa indonésia Bracell já anunciou a instalação de uma fábrica do mesmo porte no município de Água Clara. Por enquanto, a multinacional está na fase dos estudos de impacto ambiental da unidade que deve ser instalada às marges do Rio Verde. O investimento também deve ser da ordem de R$ 25 bilhões. 

Um terceiro mega-investimento está sendo aguardado para Três Lagoas, na duplicação da capacidade de produção da Eldorado, que hoje procuz 1,8 milhão de toneladas por ano. 

 

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