A cena se repete todo fim de ano: alunos desesperados em busca de alguns pontinhos para escapar da recuperação, pedindo aos professores que os deixem fazer alguma atividade que possa melhorar a nota... Mas, muitas vezes, não tem jeito: eles têm de encarar o temido exame final. Para exorcizar esse fantasma, entram em cena pais, igualmente desesperados, em busca dos “salvadores da pátria”: profissionais da educação que deem aulas de reforço.
A professora de Física e Matemática Sebastiana Martinez de Souza conhece bem essa correria. Não apenas conhece, como também vivencia o ritmo frenético do universo escolar de fim de ano. Em meio a correções de provas, entrega de notas, fechamento de diários, ela encontra tempo para socorrer os alunos, que temem estar na mesma série no ano seguinte. “A procura é grande. Até para os pequenos (crianças das séries iniciais)”, afirma. “Às vezes, por falta de tempo, tenho de recusar (a oferta de aulas de reforço). Só neste ano, recusei quatro pais”, disse, acrescentando que prefere não aceitar o trabalho extra a prestar serviço de qualidade inferior. Mesmo com as recusas, a professora auxilia, no momento, três alunos.
Sebastiana recomenda que os pais não deixem para procurar aulas de reforço para seus filhos às vésperas do exame final, nem quando a criança ou adolescente já acumula algumas notas vermelhas. “Muitos chegam já com um resultado crítico. Às vezes, é possível que o aluno não fique de recuperação. Outras vezes, não. Mas sempre conseguem melhorar o desempenho, pelo menos o suficiente para amenizar o exame final”, conta.
A reportagem, de Osvaldo Júnior, está na edição de hoje do Correio do Estado.



