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Relicitações da BR-163 e Malha Oeste atraem investimentos para o Estado

Cronograma prevê que até 2023 concessões estejam sob o comando de novas empresas

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Demandas pontuais da gestão estadual, as relicitações da Malha Oeste, antiga Noroeste do Brasil, e da BR-163 serão destravadas nos próximos anos. O governo federal qualificou os projetos ontem. 

De acordo com a gestão estadual, além de possibilitar a melhoria da logística, o avanço dos projetos atrai novos investimentos para o Estado.  

A reunião com o Conselho do Programa de Parceria de Investimentos (PPI) qualificou os projetos de relicitação das concessões da ferrovia Malha Oeste, trecho de Mairinque (SP) até Corumbá (MS), e também da rodovia BR-163, trecho de 846 quilômetros, atravessando Mato Grosso do Sul, de Mundo Novo a Sonora.  

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Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, o avanço dos projetos deve atrair novos investidores para Mato Grosso do Sul.

“A partir de agora temos a possibilidade de novos investimentos e uma nova empresa operando a concessão [da ferrovia] de Mairinque a Corumbá e de Campo Grande a Ponta Porã. Outro projeto de grande interesse é a BR-163, que vai de Sonora a Mundo Novo. É uma ansiedade muito grande, temos uma série de projetos que estão pautados nesse planejamento. São dois assuntos extremamente importantes para logística e desenvolvimento de Mato Grosso do Sul”, analisa Verruck.

Relicitação

O governo do Estado fez uma força-tarefa para reativar a malha ferroviária de Mato Grosso do Sul. 

“Reiteramos várias vezes com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, para se chegar a uma solução que permitisse investir em melhorias na Malha Oeste. Primeiro passo foi tentar prorrogar a concessão da Rumo para que a empresa tivesse possibilidade de fazer novos investimentos. E isso só seria possível com a prorrogação, mas a proposta não andou. Em junho, depois de uma reunião que o governador e eu tivemos no Ministério da Integração, a Rumo optou por fazer a devolução da concessão, o que viabiliza a relicitação”, explicou Verruck.

Quando há a devolução de uma concessão, cria-se um processo de relicitação, que é encaminhado para avaliação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)

. Tanto a devolução da Malha Oeste por parte da Rumo SA e da BR-163 pela CCR-MSVias (as empresas que detêm essas concessões) já passaram pela avaliação da ANTT e faltava a aprovação por parte do Conselho do PPI.  

Cronograma

Ainda segundo a gestão estadual, o cronograma prevê que a publicação do edital de relicitação da BR-163 será no primeiro semestre de 2022 e o leilão no segundo semestre do mesmo ano. 

Já o edital da relicitação da Malha Oeste será no quarto trimestre de 2022 e o leilão, no primeiro trimestre de 2023.

“Para nós é importante. É longe? Não é longe? Tem de fazer uma série de estudos? O importante é que nós temos aprovada a relicitação e temos o cronograma para isso acontecer. Essa é a notícia fundamental, isso permite que a gente faça uma série de planejamentos. Empresas que têm seus planejamentos já podem considerar em seus portfólios que elas terão, em um prazo de quatro ou cinco anos, a disponibilidade de uma ferrovia”, pontuou Verruck.

Ainda de acordo com ele, o governo do Estado, em parceria com empresas privadas, desenvolveu uma série de estudos sobre a viabilidade da ferrovia. 

“Nós não temos dúvidas quanto a possibilidade de existência de investidores em decorrência do tamanho da demanda que nós temos em Mato Grosso do Sul. Não temos dúvida de que a existência da demanda e de investidores vai culminar em uma estrutura extremamente favorável para a concessão ferroviária”, acredita.

A CCR-MSVias vai continuar dando a manutenção à BR-163, mas não fará novos investimentos de duplicação das pistas até que a nova empresa assuma a concessão. 

No período, o pedágio continuará sendo recolhido pela empresa.

Ferrovia

O objetivo com a reativação da malha ferroviária do Estado é facilitar o escoamento da produção. Em agosto, durante a visita do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) ao Estado, o governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), pediu ao próprio presidente a relicitação da Malha Oeste.  

“Temos urgência na relicitação da Malha Oeste, a nossa antiga rede ferroviária. Isso é fundamental para o desenvolvimento e integração latino-americana. Com a revitalização da Malha Oeste, nós teríamos a primeira viabilizada integração sul-americana de Atlântico e Pacífico. Com certeza, [a ferrovia] vai dar uma grande capacidade de desenvolvimento social, de geração de oportunidades ao Brasil e, principalmente, ao Centro-Oeste brasileiro, tornando os nossos produtos mais competitivos nos mercados internacionais”, destacou Azambuja na ocasião.

O trecho operado pela Rumo no Estado integra o projeto da Ferrovia Transamericana, uma rota bioceânica ferroviária que liga os oceanos Pacífico e Atlântico. 

Ao contrário da rota bioceânica rodoviária, que precisa ser toda interligada, os trilhos da ferrovia já existem, só precisam de revitalização.  

Ainda durante a reunião, foram aprovadas a qualificação do Aeroporto de Campo Grande e a privatização do Parque da Serra da Bodoquena.

Economia

Petrobras quer retomar obras em navios inacabados pré-Lava Jato

Embarcações eram construídas por estaleiro que fechou as portas após início da operação

18/04/2024 21h00

Fernando Frazão; Agência Brasil

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A Petrobras estuda uma maneira de retomar as obras de dois navios petroleiros remanescentes das encomendas feitas ainda no primeiro programa de revitalização da indústria naval brasileira, nas primeiras gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As embarcações eram construídas pelo estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), que fechou as portas em 2015 após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Hoje, elas pertencem ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que financiou as obras.

Os dois navios eram parte de um contrato de quatro embarcações do tipo Panamax assinado entre o Mauá e a Transpetro, subsidiária da Petrobras para o transporte de petróleo e derivados.

Delas, apenas uma foi entregue. Outras duas estavam em fase avançada de construção e a quarta, ainda em estágio inicial. Os navios mais avançados passaram anos no cais do estaleiro Mauá e hoje estão no estaleiro Ilha, na zona norte do Rio, que pertence ao mesmo grupo.

Em evento sobre o setor nesta quinta-feira (18), o presidente da Transpetro, Sergio Bacci, disse que a empresa vem negociando com o BNDES a compra dos navios para concluir as obras. "É intenção da Transpetro retomar esses navios", afirmou.

Uma das embarcações sofreu inundações na casa de máquinas durante o período em que esteve parado no Mauá, o que danificou o motor. A troca demandaria abrir novamente o casco, o que é um desafio ao projeto.

"Não é simples", afirmou Bacci. "Para trocar o motor tem que fazer uma cesariana no navio", comparou. A ideia seria contratar um estaleiro para realizar a operação e concluir as obras.

Na época, os navios foram encomendados por US$ 87 milhões, cada um. Foi a última licitação de navios do programa naval dos primeiros governos Lula, que tenta novamente fomentar a atividade do setor.

A Transpetro prepara-se para lançar licitação para a encomenda de quatro navios para o transporte de combustíveis, já aprovadas pela Petrobras, mas cujo leilão depende de medidas do governo para ampliar competitividade dos estaleiros brasileiros.

Entre elas, está a retomada da cobrança de imposto de importação sobre navios, que ficaram isentos em lei aprovada pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Outra é a aprovação pelo Senado de projeto de lei que acelera a depreciação de ativos industriais no país, que já passou pela Câmara.
Bacci reforçou que a Transpetro estuda contratar mais doze navios --quatro de combustíveis líquidos e oito de gás de cozinha-- mas a encomenda ainda não foi aprovada pela Petrobras e, portanto, deve ficar para 2025.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu que, apesar dos problemas do passado, o Brasil deve voltar a fomentar a indústria naval "sem nenhum sentimento de culpa".

Ele apresentou a demanda da Petrobras para o setor, que inclui módulos de plataformas de produção de petróleo, desmantelamento de plataformas antigas e a construção de navios e embarcações de apoio à produção.

A companhia já lançou licitação para 12 barcos de apoio a plataformas em alto mar e planeja licitar mais 10 ainda este ano. Outros 11 serão necessários até 2030. Ao todo, são previstos investimentos de US$ 2,5 bilhões, com a geração de 28 mil empregos.

Prates defendeu também a retomada de obras de refino paralisadas pela Lava Jato, como a Refinaria Abreu e Lima e o antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
"Temos que terminar, vamos retomar uma por uma. Vai virar o quê? Elefante branco, com 80% concluído, como essa planta de fertilizantes do Mato Grosso do Sul? Se for viável, faremos."

Economia

Em meio à crise, presidente da Petrobras descarta aumento de preços dos combustíveis

Na última semana, o presidente Jean Paul Prates confirmou que as etapas para conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), em Três Lagoas, devem ser retomadas no fim deste ano.

18/04/2024 17h23

Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates Thomaz Silva/ Agência Brasil

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Durante um evento no Rio de Janeiro, com foco em "O Fortalecimento da Indústria Naval Nacional e o Setor Energético Offshore", o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, descartou um aumento nos preços dos combustíveis no Brasil a curto prazo.

"Estamos avaliando as condições de mercado. Não há razão nenhuma para aumento agora. Não está sendo avaliado (aumento para as próximas semanas). Estamos monitorando o cenário internacional. Por enquanto não há nada que faça mover. E o preço do petróleo indica isso", relatou ao jornal O Globo, na manhã de hoje (18).

Conforme divulgado pelo Correio do Estado, no início desta semana, a Petrobras anunciou que as etapas para a conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), em Três Lagoas, devem ser retomadas até o final deste ano. A estatal informou que o processo licitatório para o reinício das obras será aberto em dezembro de 2024.

A expectativa inicial é que a unidade comece a operar até o fim de 2023.

Na semana passada, o governador Eduardo Riedel (PSDB) pediu ao presidente Lula que "olhasse com carinho" para a fábrica, que está com as obras paradas desde 2014. O pedido foi feito durante visita do presidente a Campo Grande.

Nesta segunda-feira (15), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, confirmou as falas do presidente, em entrevista à CNN, que as obras serão retomadas em breve.  
   

A UFN3, em Três Lagoas, está com as obras paralisadas - ReproduçãoA UFN3, em Três Lagoas, está com as obras paralisadas - Reprodução

Investimentos

De acordo com o presidente da Petrobras, rebateu um dossiê feito na semana passada, contra a permanência dele no comando da estatal e que apontava que Prates resistia em concluir a UFN3, que precisa de investimento de R$ 5 bilhões.

Durante a conversa, Jean Paul afirmou que sempre defendeu a importância da inclusão do projeto da fábrica no Planejamento Estratégico da Petrobras, o que foi feito em novembro do ano passado, após demonstração técnica de viabilidade financeira e decisão da estatal de voltar ao setor de fertilizantes.

O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, reafirmou que o dossiê sobre a não retomada da UFN3 não correspondia à realidade

"Estamos acompanhando o assunto junto com a ministra Simone Tebet e temos inclusive a previsão que a licitação ocorra no final de ano", disse.

Quando concluída, a UFN3 deve reduzir em 15% a dependência brasileira dos nitrogenados, contribuindo para a autonomia nacional no setor de fertilizantes.

A obra da UNF3 foi paralisada no fim de 2014, com 81% da construção realizada.

A fábrica de fertilizantes foi projetada para consumir diariamente 2,3 milhões de metros cúbicos de gás natural, fazendo a separação e os transformando em 3.600 toneladas de ureia e outras 2.200 toneladas de amônia por dia.
 

Valor do petróleo 

Na tarde desta quinta-feira (18), o preço do petróleo Brent, usado como referência internacional, está em queda de 0,22%, a US$ 87,10. Na semana passada, chegou a passar os US$90. Segundo dados da Abicom, que reúne os importadores, o preço da gasolina cobrado pela estatal está 20% menor em relação ao cenário internacional. No caso do diesel, a diferença hoje é de 10%

Declarações 

Conforme informações do governo brasileiro, os preços feitos pela  Petrobras ocorreram em outubro do ano passado, quando a estatal reduziu o valor da gasolina nas refinarias, quando passou de R$2,93 para R$2,81. No caso do diesel, a queda foi em dezembro (caindo de R$3,78 para R$3,48).

Durante o evento nesta quinta-feira, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o impacto do conflito no Oriente Médio não deve intervir sobre os valores dos combustíveis no Brasil.

As declarações de Prates ocorrem em momento de crise na estatal, que se estendeu  ao Conselho de Administração da estatal, após falas de Silveira. 

A crise chegou até o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), com sede em São Paulo, que derrubou a decisão em primeira instância e reconduziu à presidência do Conselho de Administração da Petrobras, Pietro Mendes, um dos representantes da União no colegiado. Ele foi afastado na última semana. Logo em seguida, a Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu.

Questionado como estava no clima dentro da Petrobrás, Prates disse estar tranquilo.

"Eu estou tranquilo. O presidente Lula está na Colômbia. Eu não fui a Brasília para isso. Temos agendas em Brasília constantemente. Por exemplo, eu passei o dia inteiro no TCU (Tribunal de Contas da União). Fui ver as lideranças no Senado. São meus amigos afirmou Prates".

 

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