Economia

AMÉRICA DO SUL

Rota Bioceânica tem potencial para movimentar R$ 1,5 bilhão em Mato Grosso do Sul

Estudo da UFMS aponta a abertura de várias oportunidades na economia local

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Uma das metas do governo do Estado é ampliar a diversificação econômica de Mato Grosso do Sul. 

A implantação da rota ou corredor bioceânico tem o intuito de expandir a relação comercial do Estado com países asiáticos e sul-americanos e deve fomentar, além da diversificação da pauta de exportações, a atração de indústrias e empresas para MS.

O objetivo da criação de um corredor rodoviário entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile é interligar os oceanos Pacífico e Atlântico. Estudo desenvolvido pela professora e pesquisadora Luciane Carvalho, que integra o projeto de pesquisa e extensão Corredor Bioceânico da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), aponta as possibilidades de diversificar a economia do Estado.

A proposta do corredor é conectar e integrar os países vizinhos (Paraguai, Argentina e Chile) e diversificar a pauta dos produtos exportáveis para os países asiáticos.

 “O corredor poderá favorecer, também, o comércio com a Costa Oeste dos Estados Unidos e a Oceania”, explica a pesquisadora.

Luciane ainda afirma que a ideia é fomentar a instalação de novos empreendimentos nos municípios de Mato Grosso do Sul.

“Futuramente, com o corredor há perspectivas de instalações de novos empreendimentos nos municípios. Mas isso também depende de políticas de atração de novas empresas e da decisão de empresários, que veem o corredor como oportunidade para expandir suas atividades”, considera.

Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, a diversificação econômica é uma das metas da gestão estadual. De acordo com o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, a projeção para os próximos anos é a de investir na diversificação da base econômica, facilitar a logística e melhorar a infraestrutura.

“Nosso foco é a questão logística, estamos focados no corredor [bioceânico], o projeto de acesso à ponte já está avançando, a estruturação dos portos tem avançado, saiu o edital da licitação dos aeroportos de Mato Grosso do Sul, que é outra medida importante para que possamos avançar”, analisou Verruck.

Tempo

Conforme estudo desenvolvido na UFMS, os custos para o envio da produção sul-mato-grossense serão reduzidos, além do tempo de viagem, que será encurtado em até 17 dias rumo ao mercado asiático.

“Isso indica melhora com relação ao frete e maior competitividade para os produtos sul-mato-grossenses, que atualmente são escoados via Porto de Santos e Porto de Paranaguá. Então, a rota é um projeto ambicioso que vem a se tornar realidade”, destaca Luciane Carvalho.

Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), de 2015 a 2020, metade das exportações de Mato Grosso do Sul foi destinada para a China e para a ilha de Hong Kong, sendo os principais produtos: soja, carne bovina, pastas químicas de madeira, milho, açúcares de cana e de beterraba e sacarose.

Outros países, como Japão, Coreia do Sul, Tailândia, Indonésia e Malásia, correspondem a 13% do total das exportações sul-mato-grossenses nos últimos cinco anos.

 “Com a rota, Mato Grosso do Sul poderá aumentar o volume de exportações para os países asiáticos, atendendo à demanda por alimentos ao fornecer proteína animal, como frango, suínos e peixes”, avalia a pesquisadora.

Na pauta de importações do Estado, China e Hong Kong representam 14% do total, e os outros países asiáticos, 5%, no período de 2015 a 2020. “A rota traz um benefício mútuo, tanto para as exportações como para viabilizar as importações para a produção industrial, fomentando o desenvolvimento e a criação de novos empreendimentos”, explica Luciane.

América Latina

A rota também deve promover a integração entre os países da América do Sul e o desenvolvimento local nos municípios alcançados.

O estudo identificou que o Paraguai pode fornecer a Mato Grosso do Sul produtos que atualmente são importados da China, como tecidos de malhas e fios sintéticos. 

Em 2019, por exemplo, Mato Grosso do Sul importou um total de US$ 82,9 milhões deste tipo produto.

“A pauta de exportações de Mato Grosso do Sul para o Paraguai também pode ser melhorada com o aumento no volume de produtos já destinados ao país vizinho, como papel e cartão, tripas, bexiga e estômago de animais, óleo de soja e couro curtido”, explica Luciane.

As exportações para o Chile corresponderam a 22% do total exportado pelo Estado em 2018, e a 26% em 2019, enquanto as importações registraram 19% e 12%, respectivamente. 

Para a pesquisadora, tanto o volume de exportações quanto o de importações pode ser melhorado.

“O Chile é um parceiro importante, tanto para o Brasil quanto para Mato Grosso do Sul, porque há diversos produtos que têm como destino o mercado brasileiro, como salmão, minérios, frutas secas e vinhos”, avalia Luciane.

Integração

Levantamento realizado pela Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems) aponta que o Corredor Bioceânico terá potencial para movimentar US$ 1,5 bilhão por ano em exportações de carnes, açúcar, farelo de soja e couros para os outros países por onde passará.

A pesquisadora da UFMS considera que a rota poderá potencializar as relações comerciais entre municípios dos quatro países que farão parte do trajeto e destaca possibilidades para o transporte de mercadorias. “A ideia é que os caminhões que vão até os portos do Chile carregados com commodities retornem para o Brasil com alguma carga, há produtos como o feijão nas regiões argentinas, como San Salvador de Jujuy e Salta, além da produção de vinho no Chile e na Argentina”, conclui Luciane.

 

Obras da rota avançam

O avanço nas obras de pavimentação asfáltica da Rota Bioceânica no Paraguai e a conclusão do processo de licitação para a pavimentação do acesso ao estacionamento de triagem (ETM Murtinho), em Porto Murtinho, marcam mais uma etapa nas ações de infraestrutura para a consolidação do corredor rodoviário.

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e o ministro das Obras Públicas e Comunicações, Arnoldo Wiens, inauguraram o “tramo 5” do trecho da Rota Bioceânica nesta sexta-feira, no país vizinho. O trecho conta com 14 km de asfalto, entre as cidades paraguaias de Loma Plata e Carmelo Peralta.

Em Mato Grosso do Sul, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) divulgou, nesta sexta-feira, o resultado da licitação para implantação e pavimentação do acesso ao estacionamento de triagem, em Porto Murtinho. A obra, orçada em R$ 2,521 milhões, teve como vencedora a empresa Engenharia e Comércio Bandeirantes Ltda. 

NEGATIVADOS

Inadimplência recorde atinge 120 mil empresas e 1,2 milhão de pessoas em MS

Além do alto número de consumidores com contas em atraso, os CNPJs também alcançam patamar recorde

23/12/2025 08h40

Inadimplência recorde atinge 120 mil empresas e 1,2 milhão de pessoas em MS

Inadimplência recorde atinge 120 mil empresas e 1,2 milhão de pessoas em MS Gerson Oliveira

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O avanço da inadimplência entre as empresas de Mato Grosso do Sul atingiu em outubro o recorde de 119,8 mil companhias. Trata-se do maior número de CNPJs negativados desde o início da série histórica do indicador da Serasa Experian. Além das empresas, o número de consumidores também atingiu recorde com 1,234 milhão de pessoas físicas.

Ainda conforme o levantamento, juntos, os negócios somaram R$ 2,9 bilhões em dívidas inadimplidas. As empresas inadimplentes acumulam dívida média de R$ 25.795,72 por CNPJ, com cerca de oito contas em atraso. O ticket médio, ou seja, o valor médio por débito é de R$ 3.256,71.

“O número recorde de empresas inadimplentes reforça os sinais de fragilidade financeira no setor corporativo. A desaceleração na concessão de crédito tem limitado a capacidade das empresas de renegociar dívidas e reorganizar suas obrigações financeiras, aumentando a pressão sobre o caixa. O esfriamento da atividade econômica reduz a geração de receita, criando um cenário desafiador para a manutenção da liquidez e para a sustentabilidade das operações, especialmente entre micro e pequenas empresas”, avalia a economista da datatech, Camila Abdelmalack.

Inadimplência recorde atinge 120 mil empresas e 1,2 milhão de pessoas em MS

No cenário nacional, o número atingiu recorde de 8,7 milhões de empresas. Juntos, os negócios somaram R$ 204,8 bilhões em dívidas. Ainda segundo os dados, a dívida média das companhias em outubro deste ano foi de R$ 23.658,74. Cada negócio inadimplente acumulou, em média, 7,1 contas em atraso, entre as quais o ticket médio por compromisso vencido foi de R$ 3.329,5.

Do total de empresas inadimplidas em outubro, 54,9% eram do setor de serviços, 33% do comércio, enquanto 8% pertenciam à indústria. Já em relação aos setores das dívidas negativadas no período, o maior volume de negativações ficou em serviços (32,2%), seguido por bancos e cartões (19,3%).

Do total de 8,7 milhões de companhias inadimplentes em outubro deste ano, a maioria eram micro, pequenas e médias empresas (8,2 milhões), ainda segundo o indicador da datatech. Juntas, concentraram o volume de 56,8 milhões de dívidas negativadas que somaram R$ 184,6 bilhões em contas inadimplidas.

“As micro, pequenas e médias empresas sentem mais rapidamente os impactos dos juros altos e das incertezas do cenário internacional. Em um ambiente movediço, as maiores têm mais estrutura para honrar as suas dívidas, mesmo com o giro de capital impactado pela retração diante dos desafios atuais do cenário econômico brasileiro”, esclarece Camila.

CONSUMIDORES

O endividamento do consumidor sul-mato-grossense também atingiu o nível mais alto da série histórica e já compromete mais da metade da população adulta. Segundo os dados de outubro, o Estado soma 1.234.934 moradores com o nome negativado, o equivalente a 57,2% da população. Juntos, eles acumulam 5,42 milhões de dívidas, que totalizam R$ 9,23 bilhões.

As dívidas com bancos e cartões de crédito são as principais responsáveis pela inadimplência, concentrando 29,6% do total. Em seguida vêm as financeiras (18,3%), o varejo (10,9%) e as contas básicas de serviços como energia e telefonia (12,8%). 

Os dados mostram que a inadimplência em Mato Grosso do Sul é estrutural e crescente, mesmo com o avanço de modalidades de crédito mais acessíveis, como o consignado CLT e o saque aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que têm funcionado como alívio imediato, mas aumentando o risco de endividamento permanente.

Conforme já publicado pelo Correio do Estado, somente as dívidas com bancos “sujam” o nome de quase 500 mil sul-mato-grossenses, número que vem crescendo mesmo com o aumento de linhas de crédito e renegociação. Até outubro deste ano, o Estado registrou 105,1 mil novos nomes incluídos em cadastros de inadimplência.

“A última queda foi registrada em dezembro de 2024. Para todas as idades, regularizar as contas é o primeiro passo para sair do vermelho e retomar o controle da vida financeira”, afirma Patrícia Camillo, gerente da Serasa.

O mestre em Economia Eugênio Pavão, aponta que o problema se agravou desde a pandemia e que parte das famílias entrou em um ciclo de dívidas sem volta. 

“A pandemia trouxe muita dívida para a população, e algumas não conseguem quitar essas contas, necessitando de recursos extras para isso, entrando em novas dívidas para pagar as antigas”, afirma o economista.

Para ele, a ampliação do acesso ao crédito de alto risco contribui para a piora do quadro.

“Um acesso mais facilitado a instrumentos de crédito de alto risco, como os cartões de crédito e o limite do cheque especial, torna-se arma na mão do cidadão brasileiro. Porque, a partir do momento em que ele tem à sua disposição esse tipo de crédito, ele vai usar – em muitos casos, até mesmo sem pensar – ou vai interpretar como uma extensão de sua renda, o que não é verdade”, completa Pavão.

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LOTERIAS

Resultado da Super Sete de ontem, concurso 788, segunda-feira (22/12): veja o rateio

A Super Sete tem três sorteios semanais, às segundas, quartas e sextas, sempre às 21h; veja quais os números sorteados no último concurso

23/12/2025 08h30

Confira o rateio da Super Sete

Confira o rateio da Super Sete Foto/ Divulgação

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 788 da Super Sete na noite desta segunda-feira, 22 de dezembro de 2025, a partir das 21h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 800 mil.

Premiação

  • 7 acertos - 2 apostas ganhadoras, (R$ 363.960,24)
  • 6 acertos - 4 apostas ganhadoras, (R$ 5.595,83)
  • 5 acertos - 65 apostas ganhadoras, (R$ 491,94)
  • 4 acertos - 588 apostas ganhadoras, (R$ 54,38)
  • 3 acertos - 4.911 apostas ganhadoras, (R$ 6,00)

Confira o resultado da Super Sete de ontem!

Os números da Super Sete 788 são:

Verifique sua aposta e veja se você foi um dos sortudos deste concurso.

  • Coluna 1: 1
  • Coluna 2: 7
  • Coluna 3: 1
  • Coluna 4: 2
  • Coluna 5: 2
  • Coluna 6: 4
  • Coluna 7: 0

O sorteio da Dupla Sena é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal ofical da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: Super Sete 789

Como a Super Sete tem três sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre na quarta-feira, 24 de dezembro, a partir das 21 horas, pelo concurso 789. O valor da premiação está estimado em R$ 100 mil.

Para participar dos sorteios da Super Sete é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

Como jogar na Super Sete

Os sorteios da Super Sete são realizados às segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 20h (horário de MS).

O Super Sete é a loteria de prognósticos numéricos cujo volante contém 7 colunas com 10 números (de 0 a 9) em cada uma, de forma que o apostador deverá escolher um número por coluna.

Caso opte por fazer apostas múltiplas, poderá escolher até mais 14 números (totalizando 21 números no máximo), sendo no mínimo 1 e no máximo 2 números por coluna com 8 a 14 números marcados e no mínimo 2 e no máximo 3 números por coluna com 15 a 21 números marcados.

Há a possibilidade de deixar que o sistema escolha os números para você por meio da Surpresinha, ou concorrer com a mesma aposta por 3, 6,  9 ou 12 concursos consecutivos através da Teimosinha.

O valor da aposta é R$ 2,50.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com apenas sete dezenas, que custa R$ 2,50, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 158.730, segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 21 dezenas (limite máximo), a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 280, ainda segundo a Caixa.

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