O número de requerimentos do seguro-desemprego apresentou queda de 11,9% em Mato Grosso do Sul.
Conforme os dados do Ministério do Trabalho de janeiro à novembro de 2020 foram 89.024 requerimentos no Estado, enquanto no mesmo período deste ano o número chegou a 78.419.
É o menor registro de pedidos em 10 anos conforme a série histórica que começa em 2011.
No comparativo com 2014-quando o País enfrentou uma crise econômica-, a queda é de 31,9% na quantidade de requerimentos. Naquele ano foram 115.277 solicitações, o maior índice aferido entre 2011 e 2021.
Para os economistas a geração de empregos formais, o empreendedorismo e a informalidade contribuem para que o número chegue a tal resultado.
“Esse fato de ter reduzido o número de solicitações é em função do saldo positivo. Associado a isso quando você compara lá com 2014 houve algumas mudanças."
"Algumas pessoas usavam de má-fé ficando pouco tempo nas empresas para acessar o benefício. Obviamente o governo mudou as regras nesse período o que também fez com que o número diminuísse”, explica o economista Marcio Coutinho.
Para o doutor em economia Michel Constantino, os números refletem o melhor momento do mercado de trabalho.
“É um resultado importante, a manutenção dos empregos é fundamental para o trabalhador e para a economia, um reflexo positivo do esforço das empresas e governo federal”, diz.
A economista Daniela Dias aponta que o número maior de admissões que demissões tem influenciado na queda dos pedidos de seguro.
“Isso certamente tem interferido nesse cenário. Interfere também o fato que tivemos muitas pessoas que tiveram a redução de suas rendas ou ficaram desempregadas por muito tempo e deixaram de procurar emprego ou buscaram uma fonte de renda mais informal."
"E diante do sucesso desse negócio fizeram a formalização desse empreendimento”, explica.
Em Campo Grande foram 28.212 requerimentos em 2021, queda de 19,4% ante as 35.036 solicitações realizadas no mesmo período de 2020.
PERFIL
Conforme os dados disponibilizados na plataforma do Ministério do Trabalho os homens representam 61,74% dos pedidos e as mulheres 38,26%.
A maior faixa etária é de 30 a 39 anos ou 31,59%. Seguido das pessoas com idade entre 40 e 49 anos (20%) e daqueles que tem entre 20 e 29 anos (19,10%).
Quanto a escolaridade, mais da metade (54,94%) tem ensino médio completo. Aqueles que possuem nível superior completo representam apenas 6,15% do total de requerentes.
A maioria dos solicitantes (42,95% ou 33.682) ganha entre 1 e 1,5 salários mínimos. Outros 23% estão na faixa salarial entre 1,5 e 2 salários mínimos.
Já em relação aos setores, a maior parte dos requerimentos, ou 37% vem dos serviços, seguido do comércio (26%), indústria (16%), construção (10,7%) e agropecuária com 5% do total.
No comparativo entre novembro de 2020 e o mesmo mês de 2021 houve um aumento no número de requisições. Neste ano foram 7.422 solicitações ante as 6.708 realizadas em 2020, alta de 10%.
EMPREGO FORMAL
Os números menores de requerimentos de segundo-desemprego corroboram com o aumento do emprego formal no Estado.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apontam que Mato Grosso do Sul já superou o total de trabalhadores do mercado formal no pré-pandemia.
Em fevereiro de 2020 o estoque de empregos com carteira assinada em Mato Grosso do Sul era de 522.584.
Já em novembro de 2021 o número de trabalhadores chegou a 563.642, aumento de 41.048 postos de trabalho.
Constantino destaca que o emprego formal é um indicador muito importante de recuperação econômica.
“Os empregos formais são bem importantes porque quando o empresário está contratando formalmente ele está confiante da recuperação econômica."
"[Esse avanço do nímero de contratados] indica que os empresários estão acreditando que vai melhorar agora e para 2022 também”, avalia.
Em novembro de 2019 o número de pessoas empregadas com carteira assinada em Mato Grosso do Sul era de 524.606, passou a 522.584 em fevereiro de 2020, caindo a 515.592 em março (mês em que a pandemia chegou ao Estado), e a 527.273 em novembro de 2020.
No mês de novembro 2.206 novas vagas foram criadas no Estado, saldo de 23.568 admissões e 21.362 desligamentos.
No comparativo com o mesmo mês do ano passado houve uma queda de 52%, no ano passado o resultado entre contratações e demissões foi de 4.631 postos de trabalho.
Entre os setores o destaque para o mês foi o comércio, responsável por 1.682 vagas, seguido dos serviços (693) e construção (42). Já os outros segmentos registraram saldo negativo, de -125 na agropecuária e indústria (-86).




