Economia

DESAFIO

Setor produtivo enfrenta escassez de mão de obra em Mato Grosso do Sul

Indústria, construção e serviços apontam alta oferta de vagas e falta de qualificação como principais fatores

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Muito próximo de uma condição conhecida como pleno emprego, conceito de equilíbrio entre oferta e procura de trabalho, setores como comércio, serviços, indústria e construção civil de Mato Grosso do Sul vivem o desafio de encontrar mão de obra disponível no mercado. Para representantes dos segmentos, a situação passa por um momento de escalada por causa do crescimento econômico, agravado pela falta de profissionais especializados.

Ocupando a quinta posição do País, Mato Grosso do Sul está entre os menores índices de desemprego, com 5%, conforme apontam dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em maio deste ano.

O economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems), Ezequiel Resende, relata que a dificuldade relacionada à mão de obra se tornou o principal desafio enfrentado pelos empresários industriais do Estado. “Nossa pesquisa de Sondagem Industrial vem apontando essa situação de forma recorrente, especialmente do segundo semestre de 2022 até agora”,diz.

O setor industrial de MS é a principal fonte de investimentos para a ampliação e diversificação da produção. Crescimento que tem ocorrido de forma praticamente simultânea nos mais importantes segmentos da produção industrial.

“É o que vemos, por exemplo, na agroindústria de transformação de base florestal com a celulose, na indústria frigorífica com a expansão das produções de carne bovina, suína e de aves. Na ampliação das fábricas de processamento da soja e do milho, na bioenergia e até mesmo no segmento extrativo mineral com o minério de ferro”, explica.

O que conforme Resende, tem impactado ainda mais o mercado de trabalho, tanto que Mato Grosso do Sul tem hoje uma das menores taxas de desocupação do Brasil. Outro aspecto que se soma a este contexto é que para além da reduzida taxa de desocupação, MS tem uma das maiores participações da população com idade ativa no mercado de trabalho.

Conforme a Pnad, atualmente 7 a cada 10 pessoas em idade ativa está de alguma forma, atuando no mercado de trabalho em Mato Grosso do Sul. 

“Ou seja, a parcela que não está trabalhando atualmente deve, de fato, permanecer nesta condição ou dificilmente estará, num curto espaço de tempo, disponível para o trabalho. Seja em razão do estudo, de alguma incapacidade temporária ou permanente ou mesmo porque está dedicada ao cuidado do lar”, explica o economista.

O que para Resende, de um modo geral, tem contribuído para uma crescente oferta de empregos formais, porém, mesmo com praticamente metade das pessoas trabalhando na informalidade, a dificuldade de preenchimento das vagas com carteira assinada persiste.

COMÉRCIO E SERVIÇOS

Em meio a um mercado de trabalho considerado como aquecido, fatores diversos como econômicos e sociais podem ser atribuídos a escassez de trabalhadores nos setores de comércio e serviço, como explica o mestre em economia Lucas Mikael.

“Quando uma região está experimentando crescimento econômico robusto, como é indicado pelo baixo desemprego, isso geralmente resulta em uma maior demanda por trabalhadores em vários setores”, detalha.

Para Mikael, alguns setores específicos podem estar experimentando um “boom”, aumentando a demanda por trabalhadores qualificados nesses campos. 

“Condições econômicas específicas de Mato Grosso do Sul, como investimentos em infraestrutura, incentivos fiscais para empresas, entre outros, também podem estimular o crescimento do emprego”, acrescenta.

A diretora de Educação Profissional do Senac Mato Grosso do Sul, Jordana Duenha ressalta que a instituição integra o sistema comércio e atua na identificação das necessidades do comércio, serviços e turismo.

“A gente busca estar sempre em contato, em diálogo com o segmento empresarial, por meio da interação com os sindicatos patronais, baseado no método proposto pela Organização Internacional do Trabalho, onde a gente pode observar a falta de trabalhadores disponíveis”, relata Jordana.

Jordana atribui a ausência de trabalhadores aos setores de serviço e comércio a modificação comportamental das pessoas, que vem ocorrendo ao longo do tempo, fazendo com que muitos optem pela troca de carreira. 

“O Senac tem buscado ampliar as ações, as parcerias e hoje nós temos inúmeras parcerias com o Governo do Estado, levando a oferta de cursos técnicos para alunos da rede estadual de ensino público, da educação básica”, nesse sentido a representante do Senac salienta que o mercado de trabalho está mudando muito.

CONSTRUÇÃO CIVIL

No setor da construção o cenário estadual tem exigido uma maior demanda por trabalhadores, como comprovado nas inúmeras vagas em aberto, diariamente anunciadas, que há meses em aberto não são preenchidas. “As empresas do segmento de construção estão mandando os trabalhadores para as cidades que necessitam de um grande volume”, aponta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Campo Grande (Sintracom), José Abelha Neto.

Abelha, avalia a situação de escassez no Estado como crítica, reforçando o impacto que o “boom” da construção traz empecilhos para os projetos menores. O representante do Sintracom lembra que as grandes obras chegam acompanhadas da reformulação estrutural de municípios, o que aumenta a demanda de trabalhadores que se dividem entre obras públicas e privadas.

O vice-presidente do Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção de Mato Grosso do Sul  (Sinduscon-MS) Kleber Luis Recalde acrescenta que o setor é um dos que mais tem enfrentado desafios para suprir a sua demanda por mão de obra. Contudo, ele salienta que não se trata apenas de algo do momento. 

“Há muitos anos temos essa dificuldade, sendo que pequenas elevações na demanda, já provoca desequilíbrios e fata de recursos humanos para atender o setor”.

Recalde destaca ainda que a falta de trabalhadores pra atender a demanda por mão de obra no setor da construção, atinge não somente as funções que exigem maior qualificação, mas também nas de menor exigência em qualificação, como as funções mais básicas de entrada no setor como servente e ajudante.

O vice-presidente argumenta que a demanda por mão de obra que requer maior qualificação é ainda mais difícil de ser suprida, pois a qualificação requer tempo e esforço muito maior. 

Conforme Recalde, essa carência vem se acentuando ao longo do tempo, por vários fatores, entre eles a oferta de cursos de qualificação que não acompanharam o crescimento populacional e o desenvolvimento da sociedade, tornando-se cada vez mais insuficientes.

Recalde ainda aponta as rápidas mudanças na sociedade, nas últimas décadas, como parte da justificativa pela escassez de trabalhadores. 

“A incrível escalada tecnológica acessível pra todos, surgindo daí várias novas formas de obtenção de renda, além das que já eram tradicionais(Uber, mototáxi, serviços de entrega, trabalhos pela internet) contribuíram para esse cenário”, avalia.

PESQUISA

No País, segundo um estudo do novo Departamento de Pesquisa Econômica do Banco Daycoval, divulgado pelo jornal o Globo metade dos setores monitorados na Pnad, está com a demanda por trabalhadores aquecida e 20% deles já enfrentam escassez de mão de obra.

“Setores como comércio e serviços de alojamento e alimentação parecem ter absorvido o excesso de mão de obra e já sugerem falta de trabalhadores disponíveis, enquanto serviços especializados como informação, comunicação e finanças, além da indústria, ainda não parecem enfrentar escassez, mas apresentam demanda aquecida”, escrevem, em relatório, o economista-chefe Rafael Cardoso, o economista Julio Cesar Barros e o analista Antônio Castro. 

5% de desempregados

Ocupando a quinta posição do País, Mato Grosso do Sul está entre os menores índices de desemprego, com 5%, conforme apontam dados da última Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE em maio deste ano.Apenas três estados brasileiros (Mato Grosso e Rondônia, com 3,7%; e Santa Catarina, com, 3,8%), enquadravam-se na condição de pleno emprego durante o primeiro trimestre de 2024. O quarto menor índice foi do Paraná, com 4,8%, seguido por MS, com 5%.

sem gratificação natalina

Em crise, Santa Casa parcela 13º salário de servidores em três vezes

Décimo terceiro será pago em janeiro, fevereiro e março de 2026

20/12/2025 08h25

Hospital Santa Casa de Campo Grande é o maior, mais importante e principal hospital de MS

Hospital Santa Casa de Campo Grande é o maior, mais importante e principal hospital de MS Gerson Oliveira

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Hospital Santa Casa deixou de pagar o 13º salário integral dos servidores em dezembro. A partir disso, prometeu realizar o pagamento em três parcelas: janeiro, fevereiro e março, o que gerou revolta entre os funcionários.

De acordo com a lei, o 13º salário pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro.

Anteriormente, o Governo de Mato Grosso do Sul aportava a 13ª parcela da contratualização a todos os hospitais filantrópicos do Estado.

Mas, conforme repassado pela assessoria de imprensa do hospital, informou que neste ano não haverá o repasse integral em dezembro, mas sim parcelado em três vezes nos primeiros meses de 2026.

Confira a nota divulgada pela Santa Casa:

"A Santa Casa informa que em anos anteriores o Governo do Estado aportava a 13ª parcela da contratualização a todos os hospitais filantrópicos de MS. Neste ano informou que não haverá o repasse e o Secretario de Saúde, Dr. Mauricio Simões, informou à Federação das Filantrópicas (FHEBESUL) que fará o repasse em três parcelas nos meses de janeiro, fevereiro e março. A Santa Casa transmitiu a informação aos sindicatos e seguirá buscando outros meios para solucionar a questão, mas até o momento sem precisão".

O Correio do Estado entrou em contato com a assessoria de imprensa do governo de MS para saber o porquê o pagamento não pode ser feito em parcela única, mas, até o fechamento desta reportagem, não foi respondido. O espaço segue aberto para resposta.

Os funcionários estão revoltados, inclusive alguns cogitam entrar em greve, como os enfermeiros.

CRISE FINANCEIRA

A Santa Casa está em crise financeira há anos. Conforme noticiado pelo Correio do Estado, a Santa Casa gasta por mês R$ 1 milhão a mais do que recebe.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre governo federal, Prefeitura de Campo Grande e governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Porém, o hospital alega que o valor não seria suficiente para suportar a demanda atual da unidade de saúde, além de não sofrer reajuste desde 2023.

Sem a solução com o poder público, a instituição foi à Justiça pedir que, caso a renovação fosse feita, o repasse mensal precisaria ser corrigido para R$ 45,9 milhões (R$ 550,8 milhões por ano), além da recomposição retroativa referente aos últimos dois anos sem aumento.

Segundo documento que o Correio do Estado obteve com exclusividade, o hospital tinha um teto de R$ 46.907.889,12 para ser gasto em 2024 com internações de alta complexidade – serviços e procedimentos que exigem alta tecnologia, alto custo e infraestrutura especializada.

Porém, a entidade ultrapassou em cerca de R$ 2,5 milhões deste montante, o que resultou em um gasto operacional de R$ 49.484.607,38.

No balanço mês a mês, apenas em setembro a Santa Casa conseguiu operar as internações de alta complexidade dentro do teto, com R$ 3.825.922,38, menos de R$ 100 mil abaixo do limite mensal (R$ 3.908.990,76).

Por outro lado, outubro, segundo as informações do hospital, foi o pior mês, com gasto que chegou a R$ 4,6 milhões. Na média mensal, a instituição operou R$ 214,7 mil a mais do que o estipulado pelo teto.

De acordo com relatório anual divulgado pelo hospital em março deste ano, 2024 fechou com prejuízo de R$ 98,3 milhões, bem distinto do apresentado em 2023, quando fechou com superavit de R$ 27,5 milhões.

Ao longo dos anos, o deficit acumulado da Santa Casa soma R$ 514,8 milhões. Outro fator que ajuda a explicar a conta fechando no vermelho são os constantes empréstimos que a instituição faz.

No mesmo relatório é possível constatar que o hospital ainda teria que pagar R$ 256.916.856,00 por causa de empréstimos e financiamentos, desses R$ 16.141.304,00 em circulantes (12 meses, considerado curto prazo no mundo financeiro) e R$ 240.775.552,00 em não circulantes (longo prazo).

Em relação ao repasse financeiro, 56% (R$ 18,3 milhões) é de responsabilidade do Governo Federal. Os outros 44% são oriundos do Estado (R$ 9 milhões) e do Município (R$ 5,2 milhões).

13º SALÁRIO

Todos os trabalhadores com carteira assinada têm direito ao 13º salário, incluindo os que trabalham em regime de tempo parcial ou intermitente.

O cálculo do 13º salário é feito com base no salário bruto do trabalhador. Para calcular, você divide o salário bruto por 12 e multiplica pelo número de meses trabalhados no ano.

No 13º salário, são feitos descontos de INSS e IRRF. O valor dos descontos depende do salário bruto e da faixa de renda do trabalhador.

O 13º salário pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro. 

Em 2025, como o dia 30 caiu num domingo, o prazo final para depósito foi antecipado para a sexta-feira, 28 de novembro.

A segunda parcela deve ser quitada até o dia 20 de dezembro. Em 2025, o prazo final para o depósito é 19 de dezembro, sexta-feira.

Veja quem tem direito ao 13º:

  • Trabalhadores com carteira assinada (CLT)
  • Trabalhadores domésticos
  • Aposentados e pensionistas do INSS (em 2025, as parcelas para este grupo foram antecipadas para os meses de abril e maio)
  • Trabalhadores afastados por auxílio-doença ou licença-maternidade (recebem valor proporcional)

A empresta/órgão/instituição que deixa de pagar o décimo terceiro dentro do prazo comete uma infração trabalhista e fica sujeita a diversas penalidades, como:

  • Multas Administrativas: A empresa pode ser autuada pelo Ministério do Trabalho, com multa aproximada de R$ 170,25 por empregado prejudicado. O valor pode dobrar em caso de reincidência.
  • Correção e Juros: O pagamento em atraso deve ser feito com correção monetária e juros, conforme previsto na Súmula 381 do TST.

LOTERIA

Resultado da Super Sete de ontem, concurso 787, sexta-feira (19/12): veja o rateio

A Super Sete tem três sorteios semanais, às segundas, quartas e sextas, sempre às 20h; veja quais os números sorteados no último concurso

20/12/2025 08h19

Confira o resultado da Super Sete

Confira o resultado da Super Sete Foto: Divulgação

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 787 da Super Sete na noite desta sexta-feira, 19 de dezembro de 2025, a partir das 20h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 700 mil.

Premiação

  • 7 acertos - Não houve ganhadores
  • 6 acertos - 1 aposta ganhadora, R$ 20.680,91
  • 5 acertos - 21 apostas ganhadoras, R$ 1.406,86
  • 4 acertos - 363 apostas ganhadoras, R$ 81,38
  • 3 acertos - 3.569 apostas ganhadoras, R$ 6,00

Confira o resultado da Super Sete de ontem!

Os números da Super Sete 787 são:

Verifique sua aposta e veja se você foi um dos sortudos deste concurso.

  • Coluna 1: 8
  • Coluna 2: 9
  • Coluna 3: 2
  • Coluna 4: 2
  • Coluna 5: 7
  • Coluna 6: 0
  • Coluna 7: 3

O sorteio da Dupla Sena é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal ofical da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: Super Sete 788

Como a Super Sete tem três sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre na segunda-feira, 22 de dezembro, a partir das 20 horas, pelo concurso 788. O valor da premiação está estimado em R$ 800 mil.

Para participar dos sorteios da Super Sete é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

Como jogar na Super Sete

Os sorteios da Super Sete são realizados às segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 19h (horário de MS).

O Super Sete é a loteria de prognósticos numéricos cujo volante contém 7 colunas com 10 números (de 0 a 9) em cada uma, de forma que o apostador deverá escolher um número por coluna.

Caso opte por fazer apostas múltiplas, poderá escolher até mais 14 números (totalizando 21 números no máximo), sendo no mínimo 1 e no máximo 2 números por coluna com 8 a 14 números marcados e no mínimo 2 e no máximo 3 números por coluna com 15 a 21 números marcados.

Há a possibilidade de deixar que o sistema escolha os números para você por meio da Surpresinha, ou concorrer com a mesma aposta por 3, 6,  9 ou 12 concursos consecutivos através da Teimosinha.

O valor da aposta é R$ 2,50.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com apenas sete dezenas, que custa R$ 2,50, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 158.730, segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 21 dezenas (limite máximo), a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 280, ainda segundo a Caixa.

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