Setor sucroenergético de Mato Grosso do Sul começa o ano de 2019 com expectativa de recuperação no volume de moagem de cana-de-açúcar em relação ao ano passado e tendência de estabilidade no número de usinas instaladas no Estado, após série de fechamentos em anos anteriores.
De acordo com dados repassados pela Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), foram 19 unidades em operação nesta safra, todas com produção de etanol (hidratado e anidro). Desse total, dez delas funcionaram com produção de açúcar e 12 exportando bioeletricidade para o Sistema Interligado Nacional (SIN). O número deve permanecer o mesmo para a próxima safra, projeta a associação.
As usinas em atividade no Estado estão situadas nos municípios de Angélica, Ivinhema, Dourados, Maracaju, Rio Brilhante, Ponta Porã, Bataiporã, Aparecida do Taboado, Costa Rica, Chapadão do Sul, Rio Brilhante, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Vicentina, Fátima do Sul, Caarapó e Sonora.
Além delas, também há unidades classificadas como projeto, situadas respectivamente em Paranaíba (projeto Coruripe) e Eldorado (projeto Rio Paraná). Apesar de haver plantas distribuídas em 19 municípios, a atividade canavieira impacta diretamente 39 municípios sul-mato-grossenses, segundo a Biosul.
SAFRA
Até a segunda quinzena de fevereiro, a produção de cana para a safra 2018/2019 havia alcançado 47,4 milhões de toneladas em MS, volume 5,6% superior ao do mesmo período da safra passada. No entanto, esse resultado superou a produção total do ciclo anterior (2017/2018), que foi de 46,9 milhões de toneladas.
Para o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, o regime de produção estendido, particular ao Estado, contribuiu para tais números. “Consolidamos a produção na entressafra, sinalizando uma recuperação do setor com relação à safra passada e nos aproximando da nossa expectativa inicial de moagem, que é chegar perto de 50 milhões de toneladas”, destacou.
Ainda segundo o presidente da associação, a renovação do canavial está dentro da média do setor para este ano, em MS. “Estamos atentos a esse período, de dezembro até março, que é importante para o desenvolvimento da cana. Preocupou a falta de chuva em dezembro e em fevereiro voltou a chover até um pouco mais que a média. A nossa expectativa é ter uma boa matéria-prima para o próximo ciclo, e isso a gente consegue medir de duas formas: uma é a produtividade de tonelada de cana por hectare e outra é pela quantidade de sacarose contida na cana (ATR)”, comentou.
Em relação aos produtos, a produção de etanol total somou 3,1 bilhões de litros (crescimento de 25,4% em relação ao ciclo anterior), sendo 2,3 bilhões de litros do hidratado e 784 milhões de litros do anidro. Conforme a Biosul, o volume produzido de etanol hidratado teve alta de 41,9%; enquanto o anidro teve queda de 7,3% no total produzido em relação à safra anterior, ou 62,4 mil litros a menos. A produção de açúcar ficou em 934,9 mil toneladas, com recuo de 36,2% no comparativo com o ciclo 2017/2018 (1,4 milhão de toneladas). A safra 2018/2019 será encerrada no dia 31 deste mês. (Com informações da RPANews)