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CBF adia partidas de equipes gaúchas até o fim do mês devido às chuvas no RS

Apesar de pressão para interromper Brasileiro, confederação decide suspender só jogos de clubes rio-grandenses-do-sul

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Diante da situação de calamidade pública que atinge o estado do Rio Grande do Sul devido às fortes chuvas dos últimos dias, a CBF (Confederação Brasileira) decidiu nesta terça-feira (7) adiar todas as partidas envolvendo equipes do Rio Grande de Sul nas competições nacionais, como mandante ou visitante, previstas até o dia 27 de maio.

A decisão atende a pedido feito na segunda-feira (7) pelos três times gaúchos da série A -Grêmio, Internacional e Juventude- para que suas partidas fossem adiadas por 20 dias. No dia 2, a confederação já havia adiado os jogos envolvendo as equipes do Rio Grande do Sul ao longo da semana passada devido às enchentes.

Pela tabela do campeonato, os próximos compromissos previstos envolvendo agremiações gaúchas na Série A seriam entre Atlético-MG x Grêmio, no sábado (11), na Arena MRV, e Internacional x Juventude, na segunda-feira (13), no Beira-Rio.

"A CBF, na condição de entidade organizadora das competições nacionais, e atenta às suas funções institucionais, bem assim ao esforço humanitário que o momento reclama, reafirma seu irrestrito apoio às autoridades para que todas as medidas e ações sejam adotadas em benefício da população gaúcha, cujo socorro é a prioridade máxima", diz a confederação em nota.

Apesar da decisão de adiamento dos jogos envolvendo apenas as equipes gaúchas, cresce a pressão por parte de dirigentes e jogadores para que a competição seja paralisada.
"Acredito que a CBF vai tomar uma medida que vai ser a melhor, que deve ser parar mesmo o campeonato por um tempo. Porque não tem como a gente dar continuidade sendo que três clubes de lá não vão poder jogar as próximas rodadas, não adianta os outros jogarem. Porque lá na frente vai ter que arrumar solução para os três, então vai ter que arrumar para todos", declarou Sérgio Coelho, presidente do Atlético-MG, antes do anúncio da decisão de terça. Ele acrescentou que a decisão cabe à CBF e que o clube seguiria as diretrizes indicadas pela confederação.

O goleiro Thierry, do Brasil de Pelotas, que disputa a Série D do Brasileiro, também pediu a paralisação do campeonato. O jogador fez publicações nas redes sociais em que mostra a casa da família em São Leopoldo, no interior do Rio Grande do Sul, debaixo d'água.
"A mobilização de todos os clubes aqui é no resgate das pessoas. Eu sou totalmente a favor da paralisação. Não por causa do que aconteceu com minha família, mas porque tem muita gente que precisa de ajuda. Só quem está aqui e está vivenciando sabe o que está acontecendo. É muito triste. O Rio Grande do Sul precisa de ajuda", afirmou o goleiro à Rádio Clube News.

O meia Giuliano, do Santos, reforçou o coro em favor da paralisação do campeonato. "Qual o preço de uma vida? Será que um gol paga o preço de uma vida? Estádio cheio e as outras pessoas sofrendo. É um momento de reflexão para nós. O povo brasileiro ama futebol, mas até que ponto vale você não parar o futebol e deixar as pessoas sofrerem? Acho que é um momento de reflexão para o futebol brasileiro, de que temos que ser solidários. O futebol está em segundo plano", afirmou o jogador, na segunda, ao fim da vitória de seu time sobre o Guarani, pela Série B.

Segundo Felipe Crisafulli, advogado especializado em direito desportivo da Ambiel Advogados, embora o RGC (Regulamento Geral das Competições) da CBF não preveja a suspensão e/ou paralisação de torneio por problemas climáticos extremos, isso não deve ser visto como um impeditivo à adoção da medida.

Crisafulli assinalou que, ainda que não trate da suspensão do campeonato como um todo, o regulamento prevê a hipótese de modificação de tabela e alterações de partidas por motivo de força maior. "Nesse sentido, a CBF pode alterar a tabela e, portanto, suspender o campeonato, realocando os jogos ao longo dos meses seguintes, devendo apenas informar aos clubes e às federações a esse respeito", disse o advogado.
Na semana passada, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) já havia anunciado também a decisão de adiar as partidas de Grêmio e Internacional nos torneios continentais com compromissos previstos para esta semana.

O time tricolor enfrentaria o Huachipato, do Chile, fora de casa, na quarta-feira (8), pela Copa Libertadores. O Internacional, por sua vez, mediria forças contra o Real Tomayapo, na terça-feira, na Bolívia. Além de não haver condições de treino (os centros de treinamento também estão alagados), os jogadores não conseguiriam chegar até o local do confronto, devido ao fechamento do aeroporto Salgado Filho até o fim do mês. As partidas ainda não têm novas datas previstas.

"Assim como se passa em âmbito nacional, nem o manual de clubes da Sul-Americana, nem o da Libertadores dispõem quanto à possibilidade de suspensão temporária das competições. Ainda assim, os manuais trazem a possibilidade de a entidade alterar os dias e horários das partidas sempre que considerar necessário", afirmou Crisafulli.
Em 2020 e 2021, certames como o Campeonato Paulista também chegaram a ser paralisados devido à pandemia de Covid-19.

Em 2020, o torneio estadual de São Paulo foi interrompido em março e voltou a ter partidas disputadas somente em julho, sem presença de torcida. Em 2021, a paralisação foi menor -por cerca de 15 dias em março, quando houve uma piora na situação sanitária provocada pela pandemia.

SOB NOVA ADMINISTRAÇÃO

Morenão sairá da mãos da UFMS e será concedido ao Estado

Secretario de Esporta e Cultura afirmou que a atual reitora da universidade concordou em ceder o estádio, que não recebe um jogo há quase três anos, por 35 anos

14/01/2025 13h00

Em obras desde 2022, o Morenão deve ter mudança de administração

Em obras desde 2022, o Morenão deve ter mudança de administração Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Parado há três anos, o Estádio Pedro Pedrossian, conhecido apenas como Morenão, deve sair do controle da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e ficar sob respondabilidade do Governo do Estado, segundo Marcelo Miranda, titular da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc).

O interesse foi formalizado em junho do ano passado, quando a Setesc apresentou o ofício ao reitor da UFMS na época, Marcelo Turine. Ainda, foi ressaltado que a administração do Estádio ficaria sob responsabilidade da Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte).

Na manhã desta terça-feira (14), durante o lançamento oficial do Campeonato Sul-Mato-Grossense de 2025, Marcelo Miranda voltou a falar sobre o assunto e afirmou que a concessão está nas tratativas finais, mas ainda em conversas. Porém, salientou que o caso deve ser resolvido de forma definitiva em 15 dias, com provável final feliz para o Governo do Estado.

"Já tinhamos observado o interesse da reitora Camila e sua posição pessoal favorável. No entanto, era necessário passar pelo Conselho Universitário, que aprovou a proposta. Agora, já recebemos uma resposta oficial positiva e estamos em tratativas para definir os detalhes do período de concessão", disse.

"São questões simples, como a manutenção durante esse período em que trabalharemos na viabilidade técnica. Acredito que esses pequenos detalhes poderão ser resolvidos em 10 a 15 dias. Assim, poderemos finalmente iniciar o estudo técnico necessário para planejar uma PPP que transforme o Morenão em um grande centro de eventos e de futebol. Até fevereiro, tudo deve estar resolvido", acrescentou o secretário.

Em nota, a UFMS disse que foi aprovada no dia 5 de novembro de 2024 a possibilidade da assinatura do convêncio de delegação para a concessão do estádio para o Governo do Estado, por um período de 35 anos.

"Essa aprovação pavimentou o caminho para realização de estudos de viabilidade, seguida pela licitação de parceria público privada PPP), os quais serão conduzidos pelo Estado, mediante a assinatura do contrato", diz a nota.

A Universidade diz ainda que aguarda devolutiva do estado para assinatura do referido instrumento jurídico.

 

NASCE UMA JOIA

Brasileiro vence número 9 do mundo em estreia em Grand Slam

Uma das maiores promessas do tênis, João Fonseca, de apenas 18 anos, venceu Andrey Rublev no Australian Open

14/01/2025 10h15

João Fonseca, de 18 anos, venceu russo nono do mundo na estreia do Australian Open

João Fonseca, de 18 anos, venceu russo nono do mundo na estreia do Australian Open Foto: William West / AFP

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Com uma atuação sólida e arrasadora, João Fonseca derrubou o número nove do mundo, o russo Andrey Rublev, nesta terça-feira, em sua estreia numa chave principal de Grand Slam. A jovem promessa do Brasil avançou à segunda rodada do Aberto da Austrália com uma vitória contundente pelo placar de 3 sets a 0, com parciais de 7/6 (7/1), 6/3 e 7/6 (7/5). O jogo, que durou 2h23min, era um dos mais aguardados pela imprensa mundial nesta rodada de abertura em Melbourne.

O triunfo sobre o rival de peso, que já foi número cinco do mundo, no ano passado, confirma o novo status do brasileiro, tido como promessa em nível mundial por diversos especialistas. Não por acaso Fonseca fez sua estreia logo na Margaret Court Arena, a segunda maior do complexo do aberto da Austrália, onde só costumam jogar os tenistas mais vitoriosos e bem ranqueados do circuito.

O carioca de apenas 18 anos não se deixou abater pelo nervosismo e vibrou com a torcida desde o primeiro set. Fonseca esbanjou recursos, exibindo seu repertório de bolas fortes do fundo de quadra (principalmente com sua poderosa direita), saque sólido, voleios e subidas à rede e deixadinhas. Acertou aces em momentos decisivos e não sentiu a pressão de jogar break points.

Com a confiança em alta, ele envolveu Rublev desde os primeiros games. Foram 14 aces e 51 bolas vencedoras, que castigaram o experiente russo nos dois últimos sets. A performance firme fez com que o brasileiro terminasse sua nona partida seguida sem perder sets - ele ainda não sofreu nenhuma quebra de saque nesta edição do Aberto da Austrália, desde o quali.

Ele soma agora 14 vitórias consecutivas. Não perde desde a surpreendente conquista do Torneio Next Gen, antes do Natal. Depois, ganhou embalou com o troféu do Challenger de Camberra, já na Austrália. E manteve as exibições de alto nível nas três partidas do qualifying, a fase preliminar que disputou para poder entrar na chave principal do Aberto da Austrália.

O triunfo desta terça foi o maior vitória de um tenista brasileiro num Grand Slam desde que Thiago Wild derrubou outro russo, Daniil Medvedev, então número dois do mundo, na primeira rodada de Roland Garros de 2023.

Na segunda rodada, ainda sem data e horários definidos, Fonseca vai enfrentar o italiano Lorenzo Sonego, atual 55º do mundo, mas que já foi o 21º, em 2021. Os dois tenistas já se enfrentaram no circuito. E o brasileiro levou a melhor, no ano passado, no saibro do Torneio de Bucareste, na Romênia.

O primeiro set de Fonseca numa chave principal de Grand Slam foi marcado pelo equilíbrio. Apesar do confronto entre um 112º do ranking e o atual nono colocado, o brasileiro jogou de igual para igual com o russo do primeiro ao último ponto.

A parcial contou bons saques de ambos os lados. Fonseca disparou sete aces e só teve o saque ameaçado uma única vez, sem ceder a quebra. Ao mesmo tempo, o brasileiro não conseguiu nenhum break point, o que acabou levando a disputa para o tie-break. No desempate, Fonseca abriu 4/0, esbanjando solidez em seus golpes. Rublev não esboçou reação e o brasileiro aproveitou o primeiro de cinco set points para fechar em 7/1.

Fonseca levou o ritmo do tie-break para o segundo set. E passeou em quadra nos três primeiros games. No segundo, obteve a primeira quebra de saque da partida. E quase repetiu o feito no quarto game, quando Rublev suou para manter seu serviço. Disparando bolas vencedoras de diferentes cantos da quadra, o brasileiro encaminhou o segundo set até com certa tranquilidade.

O terceiro set contou com mais oscilações de ambos os tenistas. Pela primeira vez na partida, Fonseca baixou o ritmo no início. Acabou, assim, perdendo o saque pela primeira vez, no quarto game. Rublev abriu 3/1 e parecia esboçar reação. O brasileiro, contudo, reagiu prontamente e devolveu a quebra logo no game seguinte.

A partir do 4/4 no placar, os dois tenistas passaram a protagonizar uma batalha franca, com bons momentos de ambos os lados. O duelo precisou ser decidido no tie-break, quando Fonseca começou na frente e aproveitou o nervosismo de Rublev, que chegou a jogar a raquete no chão num momento de fúria, para encaminhar o histórico triunfo em sua carreira para a festa da torcida brasileira presente na segunda quadra mais importante do complexo.

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