Era véspera de uma grande confraternização. Os preparativos para o aniversário de 39 anos de Bob Burnquist estavam em ritmo acelerado no quintal de sua casa na Ilha da Gigóia, Rio de Janeiro, mas ele ainda não tinha chegado. A recepção foi feita pelo amigo paulista Jean que dava uma força no planejamento da festa e pelo cão Luke. Em lugar de destaque no jardim, o parque de diversões quando está no Brasil: uma mini skate park. É lá que Bob treina diariamente por duas horas para manter o skate no pé.
Acelerado, nosso entrevistado chegou de barco, após rápida viagem até São Paulo para lançar mais um produto com sua marca - ao todo são mais de 50, entre eles, skate, câmeras de ação, caderno, mochila, tênis, roupa e até artigo de festa infantil. Sorriso no rosto, mochila nas costas e skate na mão. Falou sobre a carreira, inspiração, aposentadoria, surfe e do medo que sente de encarar a MegaRampa, desafio que será exibido domingo, no Esporte Espetacular. E ele mesmo admite que, após 10 anos andando na pista, ainda sente um frio na barriga.
- Lá você tem que estar com medo. Todas as partes da pista dão medo, uma dá mais medo que a outra. E quando tudo começa a ficar automático, vira perigoso - conta, lembrando de alguns tombos na carreira, muitos deles acompanhados de fraturas.
- Contabilizando pontos e fraturas eu acho que é melhor te falar o que eu não quebrei, porque se eu te falar o que eu quebrei, a gente vai ficar aqui um tempão. Eu tenho 33 fraturas. Tenho mais fraturas que medalhas - 30 medalhas e 33 fraturas. Mas me considero um skatista de sorte. Porque se fraturar é muito melhor do que você lesionar ligamento. Fraturar é sempre melhor que lesionar ligamento, galera. Machucou, quebrou - sorri.


