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Como Muricy, Fiorella e o empresário estão tentando salvar a carreira de Pato

Como Muricy, Fiorella e o empresário estão tentando salvar a carreira de Pato

Cosme Rímoli/R7

01/03/2015 - 23h00
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"Se ele continuar a jogar como está fazendo, fica. Se não, sai do time. Comigo é simples. Não tem frescura."

Esse é o resumo de Muricy Ramalho em relação a Alexandre Pato. O treinador se cansou. Não quer mais saber de teorias sobre as 14 lesões musculares que teve no Milan. No pouco tempo que o Internacional trabalhou seus fundamentos básicos, como cabeceio e chute. Como a sua personalidade instável, sua sensibilidade, falta de reação no maus momentos de um jogo, quando é bem marcado. E menos ainda sua mania de trocar de namoradas como troca de roupa.

O treinador do São Paulo não deseja dribles exuberantes, lançamentos fantásticos, pose para bater lateral. Beijinhos para as tribunas, agora frequentadas por Fiorella Mattheis. Só agora, aos 25 anos, Alexandre Pato entendeu. A fórmula para voltar a ser respeitado é simples: marcar gols.

Mesmo o empresário do jogador, Gilmar Veloz, sabe. Até hoje Pato sofre com a precipitação generalizada. Foi rotulado como craque cedo demais. Nas categorias de base do Internacional, surgiu de maneira avassaladora. Com tanto potencial ofensivo que, com 16 anos, disputou e ganhou o Brasileiro sub-20, contra adversários quatro anos mais velhos. Foi o artilheiro da competição.

Foi escondido pela direção do clube gaúcho até que assinasse seu primeiro contrato como profissional. Na estreia, contra um pobre Palmeiras, em novembro de 2006. Com 17 anos marcou logo com um minuto de jogo, tabelando com Fernandão. Deu três assistências para gols e ainda acertou a trave do desesperado Marcos.

Acabou inscrito com o número 11 no Campeonato Mundial. E quebrou o recorde de Pelé, como mais jovem atleta a marcar um gol em competição oficial da Fifa. Na semifinal da competição, ao abrir o placar contra o Al-Ahly. Tinha nada além do que 17 anos e cento e dois dias.

A partir daí sua vida virou um pandemônio. Campeão mundial, foi vendido no ano seguinte por 24 milhões de euros, cerca de R$ 76 milhões. Na época, a segunda maior transação da história do futebol brasileiro. Só perdia para Denílson, que o São Paulo vendeu para o Bétis por 31,5 milhões de euros.

Foi tratado a princípio com uma grande estrela na Itália. Chegou casado com a atriz global, Stheffani Britto. O casamento durou nove meses. A imprensa italiana alegou que ela não suportou as farras do marido. Pato logo sofreu uma sequência inacreditável de lesões musculares. Foram 14 em quatro anos e meio. Perdeu confiança. Ganhou a filha do bilionário dono do Milan e ex-primeiro ministro italiano, Silvio Berlusconi, Barbara. Com a namorada, sua vida de glamour ofuscava a decepção nos gramados. Virou reserva de luxo no Milan.

Na Seleção, não conseguiu convencer Dunga que mereceria disputar a Copa de 2010. Embora houvesse um enorme lobby da Nike por sua convocação. Chegou até a desfilar em Londres, mostrando o uniforme que o Brasil usaria na África. Mas foi deixado de lado.

No Milan, os dirigentes haviam desistido dele. Por mais que fosse namorado do filha do dono do clube, não era mais útil. Surgiu a oportunidade da Nike o colocar no clube que havia acabado de ser campeão do mundo. O Corinthians. Seria uma excepcional oportunidade de marketing, já a equipe também tinha a fabricante de material esportivo como patrocinadora.

Seria uma estratégia 'excelente'. Com certeza, acreditavam os gestores da carreira de Pato, o atacante se imporia no fraco futebol brasileiro. Marcaria gols e mais gols. A pressão popular obrigaria o técnico que estivesse comandando a Seleção a chamá-lo para a Copa de 2014. Seria muito mais fácil do que ficando na reserva na Itália.

Só que Tite não pediu e não queria a chegada dessa 'estrela' que a Nike assegurava faltar no time campeão mundial. Pato chegou com salários de R$ 800 mil mais 40 mil de auxílio-moradia. Acabou rejeito pelo técnico, pelos jogadores, pelos torcedores. Na fatídica invasão das organizadas no ano passado, alguns vândalos cantavam em coro que iriam quebrar suas duas pernas, pelo péssimo futebol que mostrava no Corinthians. Pato ouviu trancado nos vestiários, tendo bancos de maneira colados à porta, para evitar que as organizadas o encontrasse.

Sua passagem foi deprimente. Virou reserva, marcador de lateral esquerdo. Apesar disso foi convocado por Felipão. Teve a chance de se recuperar da péssima Olimpíadas que disputou em Londres. Ainda assim, fracassou. Perdeu a oportunidade de disputar mais uma Copa do Mundo. A do Brasil.

Ao chegar ao São Paulo, Pato contou todas essas histórias. E mesmo pertencendo ao Corinthians até dezembro de 2016, ele jurou que para o Parque São Jorge não volta. Muricy e Rogério Ceni deram todo o apoio na troca. Só que outra vez, se mostrou inseguro. Não se firmou e ainda perdeu espaço depois que o clube contratou Alan Kardec. E Luís Fabiano parou de se contundir e colecionar infantis cartões amarelos e vermelhos.

Alexandre Pato começou o ano desacreditado. Um pobre garoto milionário. Embolsando R$ 840 mil mensais. Mas esquecido. Clube algum da Europa tentou pagar 15 milhões de euros, cerca de R$ 47 milhões, que valia até dezembro do ano passado. Hoje, já vale, por contrato, um terço a menos: 10 milhões de euros, R$ 30 milhões. Nem assim. Sequer houve sondagens.

A diretoria do São Paulo já poderia exercer o direito da compra. Mas vai decidir apenas em dezembro. Aos 25 anos, Pato finalmente percebeu que conto de fadas está se desfazendo. Gilmar Veloz, Muricy e Fiorella se juntaram. E trataram de encurralá-lo na parede. Ou a reação viria agora, ou que se conformasse com a mediocridade que conseguiu transformar sua carreira.

"Eu nem entendo tanto de futebol, mas a gente conversa bastante, tento ajudar ele no que eu posso fora de campo. Tem o lado psicológico, estou do lado dele, tenho que dar força. Enfim, tento participar um pouco", disse a atriz após a partida contra o Danubio, quando Pato marcou dois belos gols.

Alexandre Pato é paparicado, sempre foi. Talentoso, chegou com uma grande descoberta ao Internacional. Tinha 11 anos quando deixou Pato Branco, pequena cidade paranaense onde nasceu. Protegido por técnicos, dirigentes, preparadores físicos, todos sabiam que ele valeria muito dinheiro. Só pensaram nisso. Deixaram de lado o aspecto psicológico. Por isso tanta dificuldade na hora de ser firmar como jogador. O ego e a insegurança o sabotaram.

Pato está tentando resgatar o tempo perdido. Nos treinamentos está muito mais dedicado, concentrado, focado. Suas deficiências nas finalizações, sua precipitação, a afobação começam a ser dominadas. A aceitação pelo grupo de jogadores do São Paulo e por Muricy têm um peso enorme.

Por enquanto, Carlos Miguel Aidar não cogita comprar Pato. Tem até o final do ano para decidir se gasta ou não R$ 30 milhões com o atacante. O Corinthians já avisou que aceita parcelar. Os dirigentes no Parque São Jorge, principalmente, Andrés Sanchez, não enxergam a possibilidade de uma volta. A rejeição da torcida já era enorme. Ficou insuportável depois de tanto carinho que ele dedica ao São Paulo.

O sucesso neste início de temporada de Pato parece repentino. Mas não é. Foi moldado a muita frustração, lágrimas de arrependimento, sacrifício do próprio ego. Apoio de Muricy, de Fiorella, de Gilmar Veloz. E, principalmente, fim do deslumbramento.

Alexandre Pato olhou no espelho como homem e não mais como menino deslumbrado. Não viu um príncipe. E sim um jogador de futebol que tinha muito futuro e está completamente desacreditado. Precisa dar a vida para mudar essa certeza. Ou aceitar o fracasso...

ESPORTES

PSG chega ao Catar e Luís Enrique se preocupa com desgaste físico

O time desembarcou em Doha por volta das 17h. O zagueiro Marquinhos e o atacante Dembélé, que são dúvidas para as partidas, estão com a delegação

14/12/2025 20h00

Com 22 jogadores relacionados, o PSG enfrenta o Flamengo na quarta-feira, às 14h (de Brasília).

Com 22 jogadores relacionados, o PSG enfrenta o Flamengo na quarta-feira, às 14h (de Brasília). Reprodução: rede social

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Adversário do Flamengo na decisão da Copa Intercontinental, o Paris Saint-Germain viajou, com 22 jogadores relacionados, neste domingo para Doha, no Catar, onde enfrenta o campeão da Libertadores na quarta-feira, às 14h (de Brasília). O time parisiense busca o quinto título de 2025, após as conquistas do Francês, da Copa da França, da Supercopa da França e da Champions League, e a agenda cheia preocupa o técnico Luis Enrique

"Espero que isso não gere muita fadiga, viajamos muito neste fim de ano. Mas não queremos procurar desculpas, viajamos nas melhores condições, ainda que isso possa cansar", afirmou o treinador antes do compromisso no Francês no sábado, para o qual a delegação viajou a Metz enfrentar o time local. "Mas, pelo que vejo nos treinos, a equipe está pronta para encarar esse belo fim de ano que nos espera."

Luis Enrique escalou uma formação alternativa e venceu o Metz por 3 a 2. O goleiro russo Matvey Safonov jogou e foi o titular pela terceira partida consecutiva. Contratado a pedido de Luis Enrique para substituir Donnarumma, Lucas Chevalier ficou no banco pela primeira vez desde que chegou ao clube. O goleiro de 24 anos sofreu uma contusão no tornozelo direito no dia 29 de novembro, contra o Monaco, e perdeu duas partidas, contra Rennes e Athletic Bilbao.

A possibilidade de Safonov ser o titular contra o Flamengo não surpreende a imprensa francesa, que considera que o russo deu conta do recado na ausência de Chevalier. "Ele (Chevalier) está de volta conosco. Pudemos ver Matvey Safonov em ação, e ele mostrou coisas muito boas. E muito profissionalismo. Fico feliz em ver que todos estão prontos para responder quando necessário", afirmou Luis Enrique sobre suas opções para o gol.

O time desembarcou em Doha por volta das 17h. O zagueiro Marquinhos e o atacante Dembélé, que são dúvidas para as partidas, estão com a delegação.

Confira os relacionados e a numeração do PSG para a viagem ao Catar:

4 - Lucas Beraldo

5 - Marquinhos

6 - Illia Zabarnyi

7 - Khvicha Kvaratskhelia

8 - Fabian Ruiz

9 - Gonçalo Ramos

10 - Ousmane Dembélé

14 - Désiré Doué

17 - Vitinha

19 - Lee Kang-In

21 - Lucas Hernandez

24 - Senny Mayulu

25 - Nuno Mendes

29 - Bradley Barcola

30 - Lucas Chevalier

33 - Warren Zaïre-Emery

39 - Matvey Safonov

47 - Quentin Ndjantou

49 - Ibrahim Mbaye

51 - Willian Pacho

87 - João Neves

89 - Renato Marin
 

ESPORTES

Marcênio, de Campo Grande, bate o Corinthians e vence bicampeonato nacional de futsal

O campo-grandense foi um dos heróis do primeiro jogo da final ao empatar a partida que terminou em 3x3, em São Paulo.

14/12/2025 16h00

Marcênio comemorando gol que garantiu o empate em 3x3 no primeiro jogo da final, no Ginásio Wlamir Marques, em São Paulo

Marcênio comemorando gol que garantiu o empate em 3x3 no primeiro jogo da final, no Ginásio Wlamir Marques, em São Paulo Reprodução: rede social

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De Campo Grande para o mundo, Marcênio Ribeiro da Silva, ou simplesmente Marcênio, já é um dos principais nomes do futsal nacional. Neste sábado (13), o ala do Jaraguá conquistou seu bicampeonato da Liga Nacional de Futsal, ao vencer o time do Corinthians, no jogo de volta, por 3 a 0.

O sul-mato-grossense foi fundamental na final, já que garantiu o gol de empate no primeiro jogo da decisão, que terminou em 3x3, diante do Ginásio Wlamir Marques, em São Paulo, lotado de corintianos. O tento marcado pelo jogador foi o quarto dele na competição.

Marcênio comemorando gol que garantiu o empate em 3x3 no primeiro jogo da final, no Ginásio Wlamir Marques, em São Paulo
Marcênio celebra seu bicampeonato com o Jaraguá Futsal / Reprodução: rede social

Ontem, o time catarinense jogou em casa, com a Arena Jaraguá lotada de torcedores que apoiaram o time. Na primeira etapa, quando o jogo se encaminhava para o intervalo sem gol, Bruninho, restando menos de dois minutos, fez rápida tabela e chutou com força para fazer 1 a 0 para explosão do ginásio.

No começo da segunda etapa Igor Carioca por pouco não empatou. Ele perdeu o gol mais feito da partida em contra-ataque livre na frente do goleiro Di Fanti chutando para fora. O castigo veio em seguida. Pedrinho fez grande jogada e foi derrubado por Kelvin. O goleiro alegou simulação, o Vídeo Suporte foi acionado, mas a penalidade foi confirmada após a revisão. Eka bateu firme e ampliou para 2 a 0.

A festa foi maior com o terceiro gol nos segundos finais, marcado pelo fixo Leco, ídolo do clube. Com o título.

Após os títulos de 2005, 2007, 2008, 2010 e 2024, o Jaraguá se consolidou como o maior campeão da competição, superando a Associação Carlos Barbosa de Futsal (ACBF) e conquistando novamente a taça em 2025.

Carreira de Marcênio

Antes de chegar ao Jaraguá, Marcênio vestiu por seis meses as cores do Anderlecht, da Bélgica, e cinco temporadas no Barcelona, da Espanha, um dos melhores clubes do mundo. 

Durante sua passagem no clube espanhol, o atleta campo-grandense conquistou 16 títulos, incluindo sua segunda Champions League da modalidade. Ele também venceu o torneio continental pela equipe russa Gazprom-Ugra. 

Na Capital de Mato Grosso do Sul, onde nasceu, o jogador atuou na Geração 2000, em 1997, e, posteriormente, passou pelo time do Colégio ABC, ficando até 2007, quando foi para o Santa Fé Futsal, da cidade Santa Fé do Sul (SP), já como atleta profissional.

Em 2024, um ano repleto de conquistas para Marcênio, o ala foi campeão por clube e pela seleção brasileira. O atleta venceu a Copa América e fez parte do elenco campeão contra a Argentina. Na competição, marcou dois gols e uma assistência na campanha perfeita da seleção brasileira. Além disso, também conquistou a Copa do Mundo de Futsal de 2024, disputada no Uzbequistão. No Jaraguá, levantou as taças do Estadual e da LNF.

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