Esportes

ENTREVISTA

Luxa sonha com a Tríplice Coroa para Flamengo

Luxa sonha com a Tríplice Coroa para Flamengo

G1

05/04/2011 - 08h51
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Ao dizer com todas as letras que não queria Adriano no clube, Vanderlei Luxemburgo se colocou na linha de tiro. Mas a pressão de parte da torcida não abala a confiança de quem se sente líder de um processo com metas mais do que ambiciosas. O treinador não nega que seu sonho é repetir no clube de seu coração o feito de 2003, quando conquistou o Campeonato Mineiro, a Copa do Brasil e o Brasileiro pelo Cruzeiro. Além da Tríplice Coroa, Vanderlei espera ser lembrado como o técnico que recolocou o Flamengo no mapa internacional, com presença constante na Libertadores e estrutura invejável. Um salto que ele mesmo admite estar bem distante.

Na última segunda-feira, Luxa esteve no GLOBOESPORTE.COM. No papo que durou cerca de 40 minutos, deixou poucas perguntas sem resposta. Disse que considera Adriano melhor do que os atacantes que possui na Gávea, mas ainda acredita que Deivid não passará pelo clube sem deixar sua marca de artilheiro. Explicou por que não escala Diego Maurício, elogiou a evolução física de Ronaldinho e disse não temer a grande chance de o time ficar até a 15ª rodada do Brasileiro somente com o elenco atual.
 

É uma questão de honra ser campeão como técnico pelo clube de seu coração?

Já fui campeão, mas ainda não fui do que eu queria. Está no meu interior querer ganhar sempre. Não tem espaço para perdedor no futebol, quero ganhar sempre. Se for no Flamengo, melhor ainda.

Algumas vezes falaram que você estava desmotivado, que não tinha mais a dedicação de outros tempos...

Isso é uma grande mentira, sou apaixonado por futebol. Vivo o futebol intensamente. Sou o primeiro a chegar, último a sair, faço reunião na Gávea... Está no meu sangue. O Alex Ferguson está no Manchester há 30 anos. Ganhou duas Liga dos Campeões. Será que nas outras não estava motivado? Eu já ganhei cinco brasileiros. Já fui campeão paulista, ganhei campeonato mineiro, a Taça Guanabara agora...É que as pessoas querem que eu volte a ganhar o Brasileiro. Só que o Brasileiro é duro de ganhar, não é assim.

Neste ano, o Flamengo pode pensar grande e almejar a Tríplice Coroa?
 

No ano que vem, temos de disputar a Libertadores e dali não sair mais"Eu já ganhei uma, em 2003. Fui campeão mineiro, da Copa do Brasil e Brasileiro pelo Cruzeiro. É possível, não dá para pensar pequeno no Flamengo. Se não pensarmos grande, o que estamos fazendo no clube? É um projeto que se iniciou neste ano concretamente. Sempre digo que futebol não é uma ciência exata. O que o Flamengo tem que fazer esse ano é ganhar um título importante. No ano que vem, tem de disputar a Libertadores e dali não sair mais. É onde você tem uma receita maior. Aí passaremos a ser de elite mesmo. Não pode disputar uma Libertadores em um ano e depois ficar quatro, cinco anos para disputar outra. Não serve. Tem que estar como São Paulo, como Inter, como Cruzeiro, esse é o ponto. O Flamengo está se estruturando para poder pensar numa coisa maior. Para conquistar a Tríplice Coroa o clube precisa se estruturar, senão vira um castelo de areia: você ganha e depois vai tudo para o espaço.

Mas em que nível está a montagem do grande time e da estrutura?

Estamos com etapas avançadas. Ninguém imaginava que o Flamengo pudesse ser campeão da Taça Guanabara. O favorito era o Fluminense. O Flamengo entrou como candidato porque é o Flamengo. Por isso digo que antecipamos etapas com o título invicto. Em relação à estrutura, estamos melhorando. Em uma ou duas semanas vai ser o lançamento da pedra fundamental das obras no CT. As pessoas vão ver que lá já temos um refeitório para 42 pessoas, um alojamento, parte administrativa, auditório para reuniões... Já dá para trabalhar. Principalmente se compararmos com uma porção de clubes por aí. Mas não é o ideal, está muito no início. Para Flamengo, não pode ser aquilo ali. Nem pensar. Encontrei o Flamengo igual a quando eu sai em 95, não tinha nada. O Rio de Janeiro não mudou. O Muricy veio para o Fluminense, outros vieram, e não mudou a mentalidade. Não conseguimos avançar, entender que é necessário. Claro que um time pode ser campeão. Mas em seguida não se sustenta sem um ambiente de trabalho adequado.

E em relação ao projeto de grande time?

O Flamengo tem um time competitivo. Quem tem um grande time? Por exemplo: o São Paulo perdeu para o Santa Cruz. O Flamengo está no caminho certo para formar uma grande equipe. Faltam algumas coisas, mas trabalhamos sossegados para que não inflacione o mercado.

Como você avalia os atuais atacantes do Flamengo? O Adriano não fará falta?

Estamos apostando neles, que têm dado resultado. Se nós formos analisar os dados, são ótimos. O que você não pode é comparar a qualidade do Adriano com a qualidade deles. Mas o Deivid, por exemplo, é um jogador de alto nível. É o nosso artilheiro. Só que a cobrança é tão grande que esquecem que ele é o artilheiro do time no ano. Ele emagreceu, está bem mais fino. E tem de buscar uma motivação, um enfrentamento maior com essa discussão toda que envolve os atacantes do Flamengo. Se ele encontrar essa motivação de mostrar que é um grande atacante e que não precisamos de outro, estou bem.

SOB NOVA ADMINISTRAÇÃO

Morenão sairá da mãos da UFMS e será concedido ao Estado

Secretario de Esporta e Cultura afirmou que a atual reitora da universidade concordou em ceder o estádio, que não recebe um jogo há quase três anos, por 35 anos

14/01/2025 13h00

Em obras desde 2022, o Morenão deve ter mudança de administração

Em obras desde 2022, o Morenão deve ter mudança de administração Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Parado há três anos, o Estádio Pedro Pedrossian, conhecido apenas como Morenão, deve sair do controle da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e ficar sob respondabilidade do Governo do Estado, segundo Marcelo Miranda, titular da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc).

O interesse foi formalizado em junho do ano passado, quando a Setesc apresentou o ofício ao reitor da UFMS na época, Marcelo Turine. Ainda, foi ressaltado que a administração do Estádio ficaria sob responsabilidade da Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte).

Na manhã desta terça-feira (14), durante o lançamento oficial do Campeonato Sul-Mato-Grossense de 2025, Marcelo Miranda voltou a falar sobre o assunto e afirmou que a concessão está nas tratativas finais, mas ainda em conversas. Porém, salientou que o caso deve ser resolvido de forma definitiva em 15 dias, com provável final feliz para o Governo do Estado.

"Já tinhamos observado o interesse da reitora Camila e sua posição pessoal favorável. No entanto, era necessário passar pelo Conselho Universitário, que aprovou a proposta. Agora, já recebemos uma resposta oficial positiva e estamos em tratativas para definir os detalhes do período de concessão", disse.

"São questões simples, como a manutenção durante esse período em que trabalharemos na viabilidade técnica. Acredito que esses pequenos detalhes poderão ser resolvidos em 10 a 15 dias. Assim, poderemos finalmente iniciar o estudo técnico necessário para planejar uma PPP que transforme o Morenão em um grande centro de eventos e de futebol. Até fevereiro, tudo deve estar resolvido", acrescentou o secretário.

Em nota, a UFMS disse que foi aprovada no dia 5 de novembro de 2024 a possibilidade da assinatura do convêncio de delegação para a concessão do estádio para o Governo do Estado, por um período de 35 anos.

"Essa aprovação pavimentou o caminho para realização de estudos de viabilidade, seguida pela licitação de parceria público privada PPP), os quais serão conduzidos pelo Estado, mediante a assinatura do contrato", diz a nota.

A Universidade diz ainda que aguarda devolutiva do estado para assinatura do referido instrumento jurídico.

 

NASCE UMA JOIA

Brasileiro vence número 9 do mundo em estreia em Grand Slam

Uma das maiores promessas do tênis, João Fonseca, de apenas 18 anos, venceu Andrey Rublev no Australian Open

14/01/2025 10h15

João Fonseca, de 18 anos, venceu russo nono do mundo na estreia do Australian Open

João Fonseca, de 18 anos, venceu russo nono do mundo na estreia do Australian Open Foto: William West / AFP

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Com uma atuação sólida e arrasadora, João Fonseca derrubou o número nove do mundo, o russo Andrey Rublev, nesta terça-feira, em sua estreia numa chave principal de Grand Slam. A jovem promessa do Brasil avançou à segunda rodada do Aberto da Austrália com uma vitória contundente pelo placar de 3 sets a 0, com parciais de 7/6 (7/1), 6/3 e 7/6 (7/5). O jogo, que durou 2h23min, era um dos mais aguardados pela imprensa mundial nesta rodada de abertura em Melbourne.

O triunfo sobre o rival de peso, que já foi número cinco do mundo, no ano passado, confirma o novo status do brasileiro, tido como promessa em nível mundial por diversos especialistas. Não por acaso Fonseca fez sua estreia logo na Margaret Court Arena, a segunda maior do complexo do aberto da Austrália, onde só costumam jogar os tenistas mais vitoriosos e bem ranqueados do circuito.

O carioca de apenas 18 anos não se deixou abater pelo nervosismo e vibrou com a torcida desde o primeiro set. Fonseca esbanjou recursos, exibindo seu repertório de bolas fortes do fundo de quadra (principalmente com sua poderosa direita), saque sólido, voleios e subidas à rede e deixadinhas. Acertou aces em momentos decisivos e não sentiu a pressão de jogar break points.

Com a confiança em alta, ele envolveu Rublev desde os primeiros games. Foram 14 aces e 51 bolas vencedoras, que castigaram o experiente russo nos dois últimos sets. A performance firme fez com que o brasileiro terminasse sua nona partida seguida sem perder sets - ele ainda não sofreu nenhuma quebra de saque nesta edição do Aberto da Austrália, desde o quali.

Ele soma agora 14 vitórias consecutivas. Não perde desde a surpreendente conquista do Torneio Next Gen, antes do Natal. Depois, ganhou embalou com o troféu do Challenger de Camberra, já na Austrália. E manteve as exibições de alto nível nas três partidas do qualifying, a fase preliminar que disputou para poder entrar na chave principal do Aberto da Austrália.

O triunfo desta terça foi o maior vitória de um tenista brasileiro num Grand Slam desde que Thiago Wild derrubou outro russo, Daniil Medvedev, então número dois do mundo, na primeira rodada de Roland Garros de 2023.

Na segunda rodada, ainda sem data e horários definidos, Fonseca vai enfrentar o italiano Lorenzo Sonego, atual 55º do mundo, mas que já foi o 21º, em 2021. Os dois tenistas já se enfrentaram no circuito. E o brasileiro levou a melhor, no ano passado, no saibro do Torneio de Bucareste, na Romênia.

O primeiro set de Fonseca numa chave principal de Grand Slam foi marcado pelo equilíbrio. Apesar do confronto entre um 112º do ranking e o atual nono colocado, o brasileiro jogou de igual para igual com o russo do primeiro ao último ponto.

A parcial contou bons saques de ambos os lados. Fonseca disparou sete aces e só teve o saque ameaçado uma única vez, sem ceder a quebra. Ao mesmo tempo, o brasileiro não conseguiu nenhum break point, o que acabou levando a disputa para o tie-break. No desempate, Fonseca abriu 4/0, esbanjando solidez em seus golpes. Rublev não esboçou reação e o brasileiro aproveitou o primeiro de cinco set points para fechar em 7/1.

Fonseca levou o ritmo do tie-break para o segundo set. E passeou em quadra nos três primeiros games. No segundo, obteve a primeira quebra de saque da partida. E quase repetiu o feito no quarto game, quando Rublev suou para manter seu serviço. Disparando bolas vencedoras de diferentes cantos da quadra, o brasileiro encaminhou o segundo set até com certa tranquilidade.

O terceiro set contou com mais oscilações de ambos os tenistas. Pela primeira vez na partida, Fonseca baixou o ritmo no início. Acabou, assim, perdendo o saque pela primeira vez, no quarto game. Rublev abriu 3/1 e parecia esboçar reação. O brasileiro, contudo, reagiu prontamente e devolveu a quebra logo no game seguinte.

A partir do 4/4 no placar, os dois tenistas passaram a protagonizar uma batalha franca, com bons momentos de ambos os lados. O duelo precisou ser decidido no tie-break, quando Fonseca começou na frente e aproveitou o nervosismo de Rublev, que chegou a jogar a raquete no chão num momento de fúria, para encaminhar o histórico triunfo em sua carreira para a festa da torcida brasileira presente na segunda quadra mais importante do complexo.

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