Aguardada pelos corredores de Mato Grosso do Sul e de todo o País, a segunda edição da Maratona de Campo Grande traz novidades em seu formato. Tratado como um desafio de superação, o evento terá um treinador profissional de maratonistas, que guiará os iniciantes na modalidade para chegarem até a reta final dos 42 km.
Ex-atleta da seleção brasileira em provas de corrida de rua, Israel Tiago Pereira Mecabo, de 36 anos, veio de Santa Catarina para correr na Maratona de Campo Grande como pacer.
Segundo o maratonista, o pacer tem como objetivo guiar um pelotão de corredores no devido ritmo que a prova exige.
“Em Campo Grande, vou guiar os corredores amadores e iniciantes que quiserem completar sua primeira maratona abaixo de 4 horas ou, até mesmo, melhorarem seus resultados”, informou.
Com oito maratonas no currículo, Mecabo é um experiente multicampeão das provas estaduais de Santa Catarina, recordista de provas curtas e ainda é campeão sul-americano e brasileiro.
“Como pacer, vou conduzir e incentivar a galera iniciante no percurso. A minha expectativa para correr é a melhor. Já me falaram muito bem da cidade e da prova, e isso me motivou muito a me preparar e a conhecer a cidade. Estou até um pouco ansioso”, confessa.
A Maratona de Campo Grande conta com percursos de 42 km (maratona), 21 km (meia maratona) e 7 km, todas elas a serem realizadas neste domingo.
A largada para a segunda edição do evento será dada às 6h, nos Altos da Avenida Afonso Pena, onde uma estrutura foi montada na antiga Cidade do Natal, que, para o evento, se tornou a Cidade da Maratona.
Nesta edição, o percurso do evento foi alterado. Com a largada na Avenida Afonso Pena, o trajeto passará por pontos estratégicos da Capital, como o Bioparque Pantanal, a Rua 14 de Julho, o Horto Florestal e o Parque dos Poderes.
VISITANTES
No ano passado, a ainda inédita Maratona de Campo Grande fez com que surgisse o interesse de diversos corredores do Brasil na edição deste ano. De acordo com os organizadores, na estreia do evento esportivo, a corrida recebeu cerca de 32% de visitantes de outras cidades e estados.
Entre eles, o consultor financeiro Nilson Paulo Lima, de 70 anos, que veio de Uberlândia (MG) para estar presente na capital de Mato Grosso do Sul.
Nilson Lima teve interesse pelo evento por conhecer amigos corredores em Campo Grande.
“A atração turística na cidade e na região é um grande incentivo para o interesse dos corredores na prova. Desta vez, estou indo com mais amigos comigo. Aliás, alguns deles estenderão a viagem para conhecerem Bonito”, informou.
Superexperiente em corrida de rua, Nilson Lima fará sua prova de número 332 em Campo Grande, porém, desta vez, com um percurso diferente do anterior.
“Não conheço o novo percurso, mas sempre tenho curiosidade de correr em trechos diferentes dentro da cidade. Espero que a mudança seja para melhor”, deseja.
Para o propagandista nascido em Ilhéus (BA) Agenor Netto, de 49 anos, que também correrá na prova campo-grandense, o esporte foi a válvula de escape para melhorar sua qualidade de vida após uma grave doença.
No fim de 2010, Netto foi diagnosticado com esclerose múltipla, complicação pela qual ele perdeu todos os movimentos do lado esquerdo do corpo e sofreu visão dupla e paralisia facial, entre outros sintomas.
Mesmo sem perspectivas positivas de médicos, Netto conseguiu recuperar parte de seus movimentos por meio da fisioterapia. Porém, por ser uma pessoa sedentária, em consultas rotineiras, seu médico sempre o orientava pela necessidade da prática de atividades físicas.
Após quatro anos desde o primeiro diagnóstico, a entrada de sua esposa para um grupo de corrida o estimulou para que ele também fizesse parte da equipe. Aos poucos, Netto pegou o ritmo nas corridas de 5 km até estar confiante para encarar grandes provas.
“Eu vi que o exercício físico me ajudava a estabilizar a doença e os sintomas, como formigamento e fadiga. Coloquei a corrida como aliada, junto à alimentação e à medicação.
É um conjunto que faz de mim uma pessoa que cuida da saúde se exercitando”, disse.
Entre suas realizações, a principal foi quando Netto participou da ultramaratona na Chapada Diamantina, em 2019, se tornando o primeiro brasileiro com esclerose múltipla a realizar uma prova do tipo no Brasil.




