Sem poder jogar em casa, devido ao estado de emergência a qual vive o seu país com o surto de Ebola, a seleção de Serra Leoa tem sido vítima de preconceito nas partidas disputadas pelas eliminatórias da Copa Africana de Nações 2015, que será realizada no Marrocos. Atuando em Camarões contra a seleção local, os Leones Stars sofreram represálias da população presente no Estádio Ahmadou Ahidjo, sendo alvo de gritos que associavam a doença ao selecionado nacional.
"Você se sente humilhado, como lixo e você quer socar alguém. Ninguém quer ter ebola no próprio país. Serra Leoa está sofrendo. E eles jogam isso na nossa cara" afirmou o goleiro John Trye, em matéria veiculada no The New York Times. Na ocasião, os serra-leoneses tiveram que ser transferidos para outro hotel, já que no primeiro em que se hospedaram acabaram sendo retirados pela polícia local.
Nos últimos meses, o elenco do selecionado de Serra Leoa tem sofrido diversos episódios preconceituosos em países que atuaram. Na Costa do Marfim, os atletas locais se recusaram a dar as mãos para o grupo do país da África Ocidental, enquanto que na Republica Democrática do Congo, os jogadores precisaram fazer cerca de 3 a 4 exames por dia para identificar uma possível infecção.
Em contrapartida, a equipe de futebol de Serra Leoa tem se comprometido com campanhas para conscientização sobre a gravidade do vírus do ebola, arrecadando fundos e doando parte de seus salários para a ONG Médicos Sem Fronteiras, alem de doar comida para as pessoas que sofrem com a doença. Além disso, os atletas também seguem atuando pelo país. "Esta é a única forma que temos para fazer as pessoas felizes. Nós devemos essa alegria a eles" afirma Solomon Zombo Morris, goleiro do time africano.



