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Slater bate Taj e abre ano com vitória

Slater bate Taj e abre ano com vitória

globo esporte

09/03/2011 - 08h15
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Durante a semana, Kelly Slater passou mal, tomou susto, caiu para a repescagem. Nesta quarta-feira de cinzas, ressurgiu novo em folha. Nem Taj Burrow, defensor do título, queridinho da torcida australiana e exímio conhecedor local, conseguiu detê-lo. Perdeu por 0,10 pontos - precisava de 7,27 e tirou 7,17. Em uma quase irreconhecível Snapper Rocks, o americano arrancou tudo o que pôde na última bateria, até os últimos segundos. E, depois de dois anos de frustrações na Gold Coast, conquistou a etapa de abertura da temporada pela quinta vez. Trinta e nove anos de idade, 46 vitórias em campeonatos. Um grande passo para o 11º caneco do Circuito Mundial... ou para a aposentadoria.

- Eu me diverti muito, foi até fácil - disse ele, meio brincando, já prevendo perguntas sobre o futuro.

Assim como Slater, Taj também passou pela repescagem durante a semana. Foi depois de um tropeço em Alejo Muniz. O brasileiro parou apenas nas quartas, diante do sul-africano Jordy Smith. Depois dele, o melhor brasuca foi Adriano de Souza, o Mineirinho, derrotado na repescagem justamente por...Taj.

Para o americano, a Gold Coast não trazia boas lembranças recentes. Desde o título de 2008, acumulava resultados pífios. Em 2009, foi derrotado na terceira fase pelo aussie Julian Wilson, então convidado. No ano passado, terminou em nono ao perder nas oitavas para o sul-africano Jordy Smith, vice do mundo em 2010.

A estreia de Slater este ano foi tranquila. Empurrou os aussies Kai Otton e Matt Banting e passou direto à terceira fase. Depois de uma semana de folga, enfim voltou a entrar em ação. De novo encarou Banting e não deu chances.

Na quarta fase, um susto diante de outro Matt, Wilkinson. O australiano, sensação do campeonato, venceu a bateria tripla contra o americano e o taitiano Michel Bourez. O careca tinha dormido mal, sofria com uma problemas no estômago. Segurou uma incômoda lanterna e seguiu com ela para a repescagem.

Lá perto da degola, apertou o botão "reset" e fez as pazes com a vitória, agora sobre o aussie Adrian Buchan. Era hora de dormir. E, nesta quarta, pareceu acordar bem disposto. Nas quartas, uma vitória sobre o havaiano Dusty Payne, que, por sua vez, ainda estava meio sonolento.

Slater apoiou uma paralisação. Tanto os surfistas quanto os organizadores achavam que, com maré baixa, as ondas ficariam melhores. Tinha sido assim nos dias anteriores. Depois das quartas, uma pausa de quase quatro horas. No retorno, porém, se viram diante de uma temperamental Snapper, que ora se abria para uma nota à beira da perfeição, ora deixava um favorito remando, perdido e frustrado.

Nas semifinais, Slater teve de encarar o português Tiago Pires, surfista que o tinha vencido nos três últimos duelos. Conseguiu enfim dar o troco. Estava difícil segurar o careca original. Taj aplicou uma combinação em Jordy Smith.

Quando soou a buzina para a final, Slater achou um microtubo escondido numa direita. Arrancou 5,00. Na segunda onda, girou em uma rasgada, mas não conseguiu completá-la. Sem prioridade, tratou de ir para perto da pedra. Taj se afastou do pico. Ficou mais para o lado esquerdo, perto do inside.

O aussie remou bastante para entrar na primeira onda. Bateu forte numa rabeta, mas a prancha descolou de seus pés. Ganhou um fraco 3,00. Slater acrescentou um 5,27 e ampliou a liderança. Com a prioridade e precisando de 7,27, o aussie entrou numa onda do americano mais para evitar que ele ganhasse uma nota boa.

Slater desperdiçou a prioridade ao cair em uma onda fraca, e Taj entrou a toda na que vinha atrás, mas ela fechou, e ele teve de tentar um floater para escapar. Foi em outra, sua sétima onda, porém novamente caiu. Para quem, pouco antes, tinha tirado 9,23 e 8,33 contra Smith, um mero 7,27 parecia uma missão impossível. Nervoso, Taj só conseguiu reagir a quatro minutos do fim. Foi rasgando uma direita e ficou à espera da nota.

O americano foi na que vinha atrás. Ao perceber que ela não renderia muita coisa, correu para o outside. Desconfiado do que poderia acontecer, deu o troco em seguida. Era o último minuto. As notas demoraram a sair. Um 7,17 para o australiano; Taj pôs as mãos na cabeça; Slater ergueu os braços, comemorando: 11,20 a 10,17.

Final:
Kelly Slater (EUA) 11,20 x 10,17 Taj Burrow (AUS)

Semifinais:
1. Kelly Slater (EUA) 16,77 x 8,20 Tiago Pires (POR)
2. Taj Burrow (AUS) 17,56 x 11,40 Jordy Smith (AFS)

Quartas de final:
1. Kelly Slater (EUA) 15,40 x 9,06 Dusty Payne (HAV)
2. Tiago Pires (POR) 14,64 x 14,40 Matt Wilkinson (AUS)
3. Taj Burrow (AUS) 17,30 x 11,60 Brett Simpson (EUA)
4. Jordy Smith (AFS) 13,03 x 9,95 Alejo Muniz (BRA)

 

SOB NOVA ADMINISTRAÇÃO

Morenão sairá da mãos da UFMS e será concedido ao Estado

Secretario de Esporta e Cultura afirmou que a atual reitora da universidade concordou em ceder o estádio, que não recebe um jogo há quase três anos, por 35 anos

14/01/2025 13h00

Em obras desde 2022, o Morenão deve ter mudança de administração

Em obras desde 2022, o Morenão deve ter mudança de administração Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Parado há três anos, o Estádio Pedro Pedrossian, conhecido apenas como Morenão, deve sair do controle da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e ficar sob respondabilidade do Governo do Estado, segundo Marcelo Miranda, titular da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc).

O interesse foi formalizado em junho do ano passado, quando a Setesc apresentou o ofício ao reitor da UFMS na época, Marcelo Turine. Ainda, foi ressaltado que a administração do Estádio ficaria sob responsabilidade da Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte).

Na manhã desta terça-feira (14), durante o lançamento oficial do Campeonato Sul-Mato-Grossense de 2025, Marcelo Miranda voltou a falar sobre o assunto e afirmou que a concessão está nas tratativas finais, mas ainda em conversas. Porém, salientou que o caso deve ser resolvido de forma definitiva em 15 dias, com provável final feliz para o Governo do Estado.

"Já tinhamos observado o interesse da reitora Camila e sua posição pessoal favorável. No entanto, era necessário passar pelo Conselho Universitário, que aprovou a proposta. Agora, já recebemos uma resposta oficial positiva e estamos em tratativas para definir os detalhes do período de concessão", disse.

"São questões simples, como a manutenção durante esse período em que trabalharemos na viabilidade técnica. Acredito que esses pequenos detalhes poderão ser resolvidos em 10 a 15 dias. Assim, poderemos finalmente iniciar o estudo técnico necessário para planejar uma PPP que transforme o Morenão em um grande centro de eventos e de futebol. Até fevereiro, tudo deve estar resolvido", acrescentou o secretário.

Em nota, a UFMS disse que foi aprovada no dia 5 de novembro de 2024 a possibilidade da assinatura do convêncio de delegação para a concessão do estádio para o Governo do Estado, por um período de 35 anos.

"Essa aprovação pavimentou o caminho para realização de estudos de viabilidade, seguida pela licitação de parceria público privada PPP), os quais serão conduzidos pelo Estado, mediante a assinatura do contrato", diz a nota.

A Universidade diz ainda que aguarda devolutiva do estado para assinatura do referido instrumento jurídico.

 

NASCE UMA JOIA

Brasileiro vence número 9 do mundo em estreia em Grand Slam

Uma das maiores promessas do tênis, João Fonseca, de apenas 18 anos, venceu Andrey Rublev no Australian Open

14/01/2025 10h15

João Fonseca, de 18 anos, venceu russo nono do mundo na estreia do Australian Open

João Fonseca, de 18 anos, venceu russo nono do mundo na estreia do Australian Open Foto: William West / AFP

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Com uma atuação sólida e arrasadora, João Fonseca derrubou o número nove do mundo, o russo Andrey Rublev, nesta terça-feira, em sua estreia numa chave principal de Grand Slam. A jovem promessa do Brasil avançou à segunda rodada do Aberto da Austrália com uma vitória contundente pelo placar de 3 sets a 0, com parciais de 7/6 (7/1), 6/3 e 7/6 (7/5). O jogo, que durou 2h23min, era um dos mais aguardados pela imprensa mundial nesta rodada de abertura em Melbourne.

O triunfo sobre o rival de peso, que já foi número cinco do mundo, no ano passado, confirma o novo status do brasileiro, tido como promessa em nível mundial por diversos especialistas. Não por acaso Fonseca fez sua estreia logo na Margaret Court Arena, a segunda maior do complexo do aberto da Austrália, onde só costumam jogar os tenistas mais vitoriosos e bem ranqueados do circuito.

O carioca de apenas 18 anos não se deixou abater pelo nervosismo e vibrou com a torcida desde o primeiro set. Fonseca esbanjou recursos, exibindo seu repertório de bolas fortes do fundo de quadra (principalmente com sua poderosa direita), saque sólido, voleios e subidas à rede e deixadinhas. Acertou aces em momentos decisivos e não sentiu a pressão de jogar break points.

Com a confiança em alta, ele envolveu Rublev desde os primeiros games. Foram 14 aces e 51 bolas vencedoras, que castigaram o experiente russo nos dois últimos sets. A performance firme fez com que o brasileiro terminasse sua nona partida seguida sem perder sets - ele ainda não sofreu nenhuma quebra de saque nesta edição do Aberto da Austrália, desde o quali.

Ele soma agora 14 vitórias consecutivas. Não perde desde a surpreendente conquista do Torneio Next Gen, antes do Natal. Depois, ganhou embalou com o troféu do Challenger de Camberra, já na Austrália. E manteve as exibições de alto nível nas três partidas do qualifying, a fase preliminar que disputou para poder entrar na chave principal do Aberto da Austrália.

O triunfo desta terça foi o maior vitória de um tenista brasileiro num Grand Slam desde que Thiago Wild derrubou outro russo, Daniil Medvedev, então número dois do mundo, na primeira rodada de Roland Garros de 2023.

Na segunda rodada, ainda sem data e horários definidos, Fonseca vai enfrentar o italiano Lorenzo Sonego, atual 55º do mundo, mas que já foi o 21º, em 2021. Os dois tenistas já se enfrentaram no circuito. E o brasileiro levou a melhor, no ano passado, no saibro do Torneio de Bucareste, na Romênia.

O primeiro set de Fonseca numa chave principal de Grand Slam foi marcado pelo equilíbrio. Apesar do confronto entre um 112º do ranking e o atual nono colocado, o brasileiro jogou de igual para igual com o russo do primeiro ao último ponto.

A parcial contou bons saques de ambos os lados. Fonseca disparou sete aces e só teve o saque ameaçado uma única vez, sem ceder a quebra. Ao mesmo tempo, o brasileiro não conseguiu nenhum break point, o que acabou levando a disputa para o tie-break. No desempate, Fonseca abriu 4/0, esbanjando solidez em seus golpes. Rublev não esboçou reação e o brasileiro aproveitou o primeiro de cinco set points para fechar em 7/1.

Fonseca levou o ritmo do tie-break para o segundo set. E passeou em quadra nos três primeiros games. No segundo, obteve a primeira quebra de saque da partida. E quase repetiu o feito no quarto game, quando Rublev suou para manter seu serviço. Disparando bolas vencedoras de diferentes cantos da quadra, o brasileiro encaminhou o segundo set até com certa tranquilidade.

O terceiro set contou com mais oscilações de ambos os tenistas. Pela primeira vez na partida, Fonseca baixou o ritmo no início. Acabou, assim, perdendo o saque pela primeira vez, no quarto game. Rublev abriu 3/1 e parecia esboçar reação. O brasileiro, contudo, reagiu prontamente e devolveu a quebra logo no game seguinte.

A partir do 4/4 no placar, os dois tenistas passaram a protagonizar uma batalha franca, com bons momentos de ambos os lados. O duelo precisou ser decidido no tie-break, quando Fonseca começou na frente e aproveitou o nervosismo de Rublev, que chegou a jogar a raquete no chão num momento de fúria, para encaminhar o histórico triunfo em sua carreira para a festa da torcida brasileira presente na segunda quadra mais importante do complexo.

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