Que o futebol desperta muitos sentimentos nos torcedores não é novidade para ninguém.
De sonhos de criança a desejos de adultos são levantados pela aura de uma partida, principalmente em decisões.
São justamente esses sentimentos que motivam grupos diversos a embarcarem em uma aventura longa de Campo Grande até a capital uruguaia, Montevidéu, onde amanhã, a partir das 16h (de MS), ocorre a final da Copa Libertadores da América de 2021 entre Palmeiras e Flamengo.
“Estou vivendo um sonho que tenho desde criança. É o meu time do coração que vai estar aqui. Eu sempre via outras equipes na final quando pequeno e, agora, estou tendo o prazer de empurrar meu time, ao vivo, no lugar do jogo”, explica o empresário flamenguista Fabiano Monteiro, que foi de avião até o Uruguai com um amigo.
Ambos saíram quarta-feira da capital sul-mato-grossense, fizeram escala em São Paulo (SP) e desembarcaram ontem no aeroporto de Montevidéu.
Fabiano conta ainda que essa é a primeira vez que ele acompanha uma final de Libertadores no estádio, já que em 2019, quando o Rubro-Negro carioca encarou o River Plate em Lima, no Peru, ele permaneceu no Brasil.
“Então essa viagem, com certeza, é um prazer enorme que não tenho nem como mensurar para você. Repito, é algo que sempre sonhei, então, estar em um lugar desses e poder empurrar o meu time de coração é um sonho incrível que estou conseguindo realizar”.
PALESTRINOS
Já na outra torcida, um pouco de cautela quanto à perspectiva para a final, mas nem por isso houve menos fanatismo.
Entre os vários grupos de palmeirenses que foram a Montevidéu está Felipe Rebelo, também empresário campo-grandense, que está se preparando há um mês, resolvendo questões burocráticas e documentais, para conseguir entrar no país vizinho.
“Bastante tempo para resolver toda essa papelada e tem a questão da vacina também. Foi bastante difícil chegar aqui, mas agora já estamos aqui e vamos nos encontrar com outras turmas”, explica Felipe, que foi de Campo Grande até Porto Alegre (RS) de avião e da capital gaúcha seguiu de carro até a a região metropolitana da principal cidade do Uruguai.
“Os preços em Montevidéu estão exorbitantes, então, eu e meus quatro amigos alugamos uma casa que fica a 40 km da capital uruguaia, para sair mais barato”, revela, apostando ainda em uma vitória do Alviverde por acreditar que o treinador Abel Ferreira tenha algo especial para a final.
“O Flamengo é o favorito, mas espero que o Abel tenha alguma carta na manga, alguma estratégia para esse jogo. Eu tenho um ditado: ‘É melhor se arrepender por algo que você fez do que por algo que você não fez’. Por isso estamos aqui no Uruguai para a decisão”.
SEM FRUSTRAÇÃO
Contudo, nem todos conseguiram garantir uma vaga na grande decisão continental de sábado, seja pelo esgotamento dos ingressos, seja por causa da grana curta ou motivos pessoais – como viagens marcadas, compromissos de trabalho e acidentes às vésperas.
Mas, ainda assim, há quem encontre saídas para esses casos: o palmeirense Gustavo Pagano é um exemplo disso. Ele não vai para o Uruguai, mas também não ficará em Campo Grande. A final será acompanhada por ele nos arredores do estádio do clube do coração em São Paulo (SP), o Allianz Parque.
“A ideia também era ir para o Uruguai, mas acabei desistindo pela logística, que era bastante pesada. Então, resolvi ir para os arredores do Allianz, que fica no bairro com a maior concentração de palmeirenses em São Paulo e, com certeza, estará com uma atmosfera de final também, como se estivéssemos jogando em casa".
"Vai ser algo bem especial ali, principalmente porque o Palmeiras não está morto. Esse cenário, sem favoritismo, é o que mais gostamos”, aposta Gustavo.




