O Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva votou nesta sexta-feira o recurso pedido pelo Vasco para impugnação da partida contra o Atlético-PR, pela última rodada do Campeonato Brasileiro. Goleado por 5 a 1 na ocasião, o clube cruzmaltino queria os pontos do jogo após uma verdadeira bárbarie ocorrer nas arquibancadas, quando torcedores de ambos os times entraram em pancadaria que paralisou o jogo por 73 minutos. O STJD, contudo, rejeitou a tese, manteve o resultado de Joinville e, consequentemente, o rebaixamento vascaíno.
A advogada do Vasco, Luciana Lopes, começou a defesa do clube afirmando que o time cruzmaltino "não quer tapetão ou virar a mesa". A profissional diz que a partida não poderia ter sido reiniciada por termos de segurança, "indo contra o Estatudo do Torcedor", além de atacar a CBF ao dizer que a entidade deu condições de jogo a um estádio sem as menores condições. Citou, ainda, que a torcida do Atlético-PR proibiu a ida de mulheres e crianças ao jogo por premeditar a briga.
Depois, o promotor Paulo Schmidt argumentou que as federações paranaense e catarinense ainda podem ser punidas pela confusão em Joinville. Schmidt defendeu que o árbitro considerou ter condições de jogo após a intervenção policial. "Não sou psicopata, mas vi um time empatar o jogo, depois não conseguir o resultado em campo e tentar agora impugnar a partida", apontou.
O advogado do Atlético-PR, Domingos Moro, por sua vez, ironizou a tentativa de mudar o resultado do confronto por parte do Vasco. "Na leiteria mineira tem creme de milho e creme de espinafre. São coisas diferentes", declarou. "Ou você anula a partida, ou você muda o resultado. O Vasco quer modificar um resultado, pois anular a partida não adiantaria. Transformar uma derrota numa vitória, seria possível?", acrescentou.
Na hora da votação, o relator Ronaldo Piacente rebateu o argumento da defesa vascaína de que o estádio não apresentava condições dizendo que "não há nenhum laudo que diga o contrário". O profissional ainda retrucou a ideia de que o árbitro excedeu o tempo permitido para retomar a partida. Os demais auditores foram de acordo com Piacente, rejeitando o recurso vascaíno e mantendo o clube rebaixado à Série B.