A startup norte-americana Colossal Biosciences recebeu um novo aporte de US$ 120 milhões para avançar em seu projeto de desextinção do dodô, ave extinta há cerca de 350 anos nas Ilhas Maurício.
O investimento faz parte da estratégia da empresa de biotecnologia para consolidar-se como referência em aplicações genéticas voltadas à preservação e à recriação de espécies desaparecidas. Com esse movimento, a avaliação de mercado da Colossal ultrapassou os US$ 10 bilhões, segundo informações divulgadas pela Bloomberg.
Entre os investidores estão o cineasta Peter Jackson, responsável pela trilogia “O Senhor dos Anéis”, além de fundos especializados em tecnologia e inovação, como o US Innovative Technology Fund. A participação de nomes de peso do setor evidencia o interesse crescente de diferentes áreas nesse tipo de pesquisa.

Como a ciência pretende recriar o dodô
A principal aposta da Colossal envolve engenharia genética e reprodução assistida. O ponto de partida é o pombo-nicobar, considerado o parente vivo mais próximo do dodô. A empresa anunciou que conseguiu cultivar células germinativas primordiais desse pombo em laboratório, etapa essencial para a manipulação genética necessária.
Essas células poderão ser modificadas para gerar óvulos e espermatozoides com características do dodô, possibilitando a produção de ovos compatíveis com a espécie extinta. A expectativa é que um exemplar vivo possa ser apresentado em um prazo de cinco a sete anos, o que marcaria um avanço inédito no campo da biotecnologia aplicada à avifauna.
Além da recriação do dodô, parte do capital será usada na construção de um centro de pesquisa no Texas, dedicado exclusivamente ao estudo genético de aves. O projeto também conta com um comitê consultivo das Ilhas Maurício, que avalia impactos ecológicos e culturais de uma eventual reintrodução do animal em seu habitat original.





