Aos 68 anos, Almir Sater permanece reunindo multidões com seus shows envolventes diante de composições do gênero sertanejo. Diante do prestígio acumulado em cima dos palcos, o violeiro decidiu investir em outra vertente, com a finalidade de expandir sua fortuna. Em sua fazenda localizada em Maracaju, no Mato Grosso do Sul, a agricultura sustentável e conservação ambiental são os grandes fortes.
Durante toda a sua trajetória na música, o cantor escreveu com maestria músicas sobre o campo e as belezas de estar imerso no ambiente em questão. Como diz o ditado: “a vida imita a arte”, o artista deu uma nova expectativa ao cultivo. Diante de cerca de 2.000 hectares, a fazenda de Sater é um exemplo de como cultura, arte e práticas agrícolas sustentáveis podem existir harmoniosamente.

Assim como a maioria dos cantores de sertanejo, Sater investiu na criação da raça de gado Senepol, uma das que mais se destacam por sua adaptação e qualidade da carne. Embora a empreitada gere discussões, o cantor fez questão de impor iniciativas de preservação ambiental na pecuária, incluindo a manutenção de áreas verdes e a biodiversidade local.
“Eu sou um produtor de boi, a crítica tem que partir da gente. Todo excesso não é bom. O Brasil não pode ser só um grande produtor de commodity, não podemos acabar com as nossas matas, mananciais. É uma crítica construtiva a partir de alguém que trabalha com isso”, afirmou o violeiro, em entrevista cedida à Rádio CBN.
Imersão de Almir Sater em novela da Rede Globo
Os cuidados do instrumentista brasileiro escalaram após sua fazenda ser utilizada como parte do cenário do remake da novela “Pantanal”. Devido à diversidade de animais e à preservação ambiental, os efeitos cinematográficos foram deixados de lado para dar espaço à paisagem natural. Na obra, o cantor deu vida a Eugênio, um sábio chalaneiro responsável por levar os moradores e visitantes ao Pantanal pelo rio.
“Sem dúvida nenhuma foi um divisor de águas [entrar na novela]. Antes da novela, meu público era segmentado, formado por pessoas que gostavam do som da viola instrumental. Depois da novela, meu som foi para o Brasil inteiro e eu viajei pelo país tocando viola. Passei a ser reconhecido e isso facilitou muito. Sinto que foi a partir daquele primeiro Pantanal que a música sertaneja começou a frequentar o horário nobre da televisão”, explicou.





