Considerado extinto por 125 anos, o tacaé-do-sul (Porphyrio hochstetteri), ave icônica da Nova Zelândia, ressurgiu em seu habitat natural após décadas de esforços científicos e colaboração com o povo indígena Ngāi Tahu. Recentemente, 18 indivíduos foram reintroduzidos no Vale de Greenstone (Ilha Sul), elevando a população selvagem para cerca de 500 aves – um marco histórico na conservação global.
Declarado extinto no final do século XIX, o tacaé-do-sul foi reencontrado em 1948 nas remotas montanhas de Murchison. Desde então, o programa Takahē Recovery, em parceria com os Ngāi Tahu, implementou medidas como a reprodução em cativeiro para ampliar a diversidade genética.
Também foram criados santuários livres de predadores, como furões e gatos selvagens – espécies invasoras trazidas por colonizadores europeus. O controle rigoroso desses invasores é responsável pela redução de ameaças nas áreas protegidas.
A ave, incapaz de voar devido às asas atrofiadas, constrói ninhos no solo, tornando-a vulnerável. Para contornar isso, técnicas como translocação entre ilhas e monitoramento por GPS foram essenciais para garantir sua segurança.

Significado Cultural e Ecológico
Para os Maori, o tacaé é um taonga (tesouro sagrado), cujas penas verde-azuladas simbolizam conexão ancestral. Sua reintrodução não apenas restaura equilíbrios ecológicos – como a dispersão de sementes –, mas também reafirma a cosmovisão indígena, integrando tradição e ciência.
Estudos indicam que a espécie existe desde o Pleistoceno (2,58 milhões de anos), sobrevivendo a eras glaciais. Hoje, enfrenta um novo desafio: adaptar-se a um mundo transformado pelo homem.
Desafios e Futuro
Apesar do sucesso, a autossustentabilidade da população exige expansão de habitats protegidos e educação ambiental para reduzir conflitos com atividades humanas. Também é preciso que sejam implementadas inovações tecnológicas, como drones para vigilância de predadores.





