Um dos episódios mais marcantes do sistema financeiro brasileiro envolveu o Banco Halles, instituição fundada em 1944 e que ganhou destaque nas décadas de 60 e 70. Conhecido por sua rápida expansão e por associar sua imagem a projetos culturais, o banco parecia sólido, mas acumulava fragilidades que foram expostas diante das turbulências econômicas da época.
A dependência de empréstimos externos em dólar, aliada a uma política de crédito arriscada, acabou criando um passivo difícil de sustentar. A crise do petróleo nos anos 70 elevou as taxas de juros e pressionou a liquidez mundial, tornando o financiamento externo mais caro e restrito.
Para o Halles, que se apoiava fortemente em recursos captados fora do país, a valorização do dólar e o aumento das taxas internacionais comprometeram sua capacidade de pagamento. Internamente, o Brasil também enfrentava inflação elevada e desequilíbrios econômicos, fatores que colocaram ainda mais pressão sobre as finanças da instituição.

Banco Halles fecha as portas após intervenção do BC
Diante das dificuldades crescentes, o Banco Central tentou inicialmente conter a crise com injeções de recursos. Estima-se que cerca de Cr$ 8 bilhões foram aplicados, valor que representava uma soma significativa para a época.
O objetivo era manter a liquidez, preservar os depósitos da população e impedir um efeito dominó no sistema bancário. Apesar do esforço, os problemas estruturais eram maiores do que se imaginava, e a intervenção oficial tornou-se inevitável. Com a falência decretada, o governo assumiu o controle do banco e iniciou o processo de liquidação.
O processo de liquidação de um banco ocorre quando a instituição não consegue mais manter suas atividades e o Banco Central determina sua saída definitiva do mercado. No caso do Banco Halles, após a intervenção, foi constatado que não havia condições de recuperação, o que levou à liquidação extrajudicial.





