A British Petroleum (BP) anunciou recentemente a descoberta de um dos maiores depósitos de petróleo em território brasileiro. O achado ocorreu na Bacia de Santos, a 404 km do Rio de Janeiro, em águas profundas de mais de 2 mil metros.
Trata-se do maior poço explorado pela empresa nos últimos 25 anos, localizado no bloco conhecido como Bumerangue, dentro da região do pré-sal. Embora a descoberta seja nacional, a exploração ficará sob responsabilidade da BP, enquanto a estatal Pré-Sal Petróleo SA (PPSA) atuará apenas como gestora do contrato.
O pré-sal brasileiro é conhecido por suas reservas gigantes, que têm grande potencial para manter o país entre os principais produtores de petróleo do mundo. No entanto, o modelo adotado nas licitações define limites claros sobre os ganhos diretos que o país pode obter.
No caso da BP, a empresa assumiu 100% do direito de exploração após vencer a licitação em 2022. O governo brasileiro receberá apenas 5,9% do chamado “lucro óleo”, percentual calculado sobre o excedente depois da cobertura dos custos de produção.

Implicações e desafios da exploração
Além da participação limitada do Brasil nos lucros, outro fator chama atenção: o petróleo encontrado apresenta altos índices de dióxido de carbono. Esse componente exige análises detalhadas em laboratório, pois pode dificultar parte do processo de produção e encarecer a exploração. Ainda assim, a descoberta tem impacto significativo no setor de energia, reforçando a posição estratégica do pré-sal no mercado internacional.
A situação evidencia uma tensão entre a magnitude dos recursos naturais e a forma como os contratos de exploração são estruturados. O modelo adotado privilegia a empresa vencedora da licitação, enquanto a participação direta do país nos lucros permanece restrita.





