Vacaria consolida-se como potência agrícola no Rio Grande do Sul, com a fruticultura ocupando o topo de suas atividades econômicas. Líder na produção de maçãs no estado e segunda maior do país, o município alia tradição e tecnologia para manter sua relevância. Também destacam-se grãos, pecuária e serviços, mas é na produção de pequenas frutas (morango, mirtilo, framboesa e amora-preta) que a região ganha projeção nacional.
O carro chefe são as maçãs. Com 6.854 hectares de pomares cadastrados, Vacaria responde por 25% da produção nacional. Em 2014, colheu 300 mil toneladas da fruta, consolidando-se como maior exportadora brasileira. A escala produtiva sustenta cadeias logísticas e comerciais, mas é a diversificação para cultivos menores que amplia o horizonte econômico local.
O título de principal pólo brasileiro de pequenas frutas deriva da combinação entre agricultura familiar e inovação. Nas propriedades rurais dos Campos de Cima da Serra, cultivos especializados ganham espaço, impulsionados por demandas de mercado e adaptações climáticas. Cada espécie apresenta dinâmicas distintas, refletindo os desafios e oportunidades do setor.

Morango: tecnologia a serviço da qualidade
A introdução de técnicas como o cultivo semi-hidropônico e o uso de túneis altos revolucionou a produção morangueira em Vacaria. Esses métodos permitem colheitas prolongadas e frutas com padrão superior, garantindo competitividade frente a regiões tradicionais do Sudeste. A estabilização de preços, antes sujeitos a sazonalidades, reforça a viabilidade do cultivo.
Amora-preta: entre demanda e obstáculos
Apesar do crescimento consistente do mercado industrial para polpas e derivados, a produção regional enfrenta retrocessos. Redução de áreas cultivadas, eventos climáticos adversos e envelhecimento dos pomares pressionam a produtividade. O paradoxo entre preços atraentes e dificuldades operacionais exige investimentos em renovação de parreirais.
Framboesa: estabilidade cautelosa
Cultura sensível ao manejo e mão de obra qualificada, a framboesa mantém-se em equilíbrio precário. Estratégias como o congelamento pós-colheita ampliam janelas de comercialização, sustentando a rentabilidade para produtores organizados.
Mirtilo: potencial em expansão
O interesse por produtos processados (geleias, sucos) e a valorização de propriedades funcionais impulsionam essa cultura. A entrada de pomares jovens em fase produtiva e iniciativas logísticas para escoamento in natura sugerem crescimento gradual. O desafio reside em estruturar cadeias de distribuição que preservem a qualidade da fruta fresca.





