A prática recorrente de solicitar CPF durante o abastecimento em redes como Ipiranga, Petrobras e Shell tem gerado debates sobre privacidade e conformidade legal. Promovida como estratégia para oferecer descontos, a coleta desses dados exige atenção às normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde setembro de 2020.
O CPF é classificado como dado pessoal sensível, demandando consentimento explícito e finalidade específica para seu uso. Empresas que não cumprirem esses requisitos estão sujeitas a multas de até R$ 50 milhões, conforme prevê a legislação.
A ausência de transparência na coleta ou desvio de finalidade configura violação passível de sanções administrativas e judiciais.

Riscos à privacidade do consumidor
A retenção indevida de CPF expõe os titulares a possíveis vazamentos ou uso fraudulento, como abrir contas não autorizadas. A LGPD permite exceções para obrigações regulatórias, mas não para fins comerciais sem autorização.
Postos devem adotar medidas como criptografia e treinamento de equipes para mitigar esses riscos, garantindo a integridade das informações.
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) intensificou a fiscalização sobre coleta excessiva de dados. Em São Paulo, a Lei 17.301/2020 proíbe explicitamente a exigência de CPF sem esclarecer a finalidade e a criação de cadastro para benefícios. Essas regras reforçam a necessidade de alinhamento entre empresas e marcos legais.
Como exercer direitos sobre dados pessoais
Consumidores podem solicitar a exclusão ou retificação de informações mediante contato direto com as redes, geralmente via portais de privacidade. A LGPD assegura acesso gratuito aos dados armazenados e permite questionar usos inadequados. A conscientização sobre esses mecanismos é crucial para evitar abusos.
Responsabilidades empresariais além das multas
Além das penalidades financeiras, o descumprimento da LGPD afeta a reputação das empresas. A ética no tratamento de dados tornou-se um diferencial competitivo, exigindo investimentos em segurança e transparência. O equilíbrio entre ofertas comerciais e proteção de privacidade permanece um desafio central no setor.





