As motos elétricas se tornaram parte inseparável do cotidiano chinês, principalmente nas grandes cidades como Pequim e Xangai. Estima-se que a frota desses veículos já ultrapasse 220 milhões, transformando o cenário urbano em um espaço onde elas dominam o trânsito.
O sucesso não está apenas na contribuição para a melhoria da qualidade do ar, mas principalmente na praticidade que oferecem a trabalhadores e estudantes que precisam se deslocar diariamente.
Diferente de automóveis e motocicletas convencionais, esses veículos não exigem registro, seguro ou licença para condução. A facilidade de compra e uso imediato atrai milhões de pessoas, em especial trabalhadores migrantes que vivem nos subúrbios e precisam acessar regiões centrais.
O transporte público, muitas vezes congestionado ou lotado, não consegue oferecer a mesma agilidade. Nesse contexto, a moto elétrica se consolidou como alternativa acessível, rápida e funcional.
Outro fator que impulsiona sua popularidade é a possibilidade de personalização. Em poucas horas, é possível alterar especificações como velocidade, autonomia e até adaptar baterias removíveis.

O desafio da regulamentação e da segurança
Apesar dos benefícios, o crescimento acelerado das motos elétricas trouxe preocupações com a segurança nas cidades chinesas. A legislação nacional sobre o tema remonta a 1999 e estabelece limites que já não se aplicam aos modelos atuais. Enquanto isso, os veículos circulam em alta velocidade sem as mesmas exigências impostas a automóveis e motocicletas a combustão.
Nas províncias de Henan e Jiangsu, estima-se que cerca de 70% dos acidentes de trânsito envolvem motos elétricas. Para lidar com o problema, algumas cidades criaram regras próprias. Pequim proibiu a circulação em vias importantes, como a Avenida Chang’an, e Shenzhen avançou ainda mais ao restringir a presença desses veículos no centro, confiscando milhares de unidades.





