Durante uma operação para criação de um poço artesiano na região do Rupununi (Guiana), o geólogo Ygor Sousa identificou reservas petrolíferas a apenas 17 metros de profundidade. O achado ocorreu na bacia do Tacutu, área de difícil acesso situada em terras indígenas, onde duas perfurações realizadas a 30 metros de distância confirmaram a presença do recurso. Esta descoberta acidental reforça o potencial energético ainda não mapeado do território guianense.
Desde 2015, quando a ExxonMobil descobriu reservas offshore no bloco Stabroek, a Guiana transformou-se em protagonista global do setor. As reservas estimadas ultrapassam 11 bilhões de barris recuperáveis, com produção diária atual superior a 600 mil barris através do campo Liza. O país registra descobertas consecutivas, consolidando-se como o maior produtor emergente da América Latina, com perspectivas de expansão contínua até 2030.

Estratégias para gestão sustentável
O governo implementou um fundo soberano do petróleo para administrar os recursos de forma intergeracional. O mecanismo direciona 55% dos royalties para investimentos em infraestrutura, 30% para educação/saúde e 15% para reservas de estabilização econômica. Paralelamente, enfrenta desafios logísticos na região do Tacutu – onde 82% do território é coberto por floresta tropical – e pressões para garantir direitos indígenas durante atividades exploratórias.
A combinação entre descobertas acidentais como a de Sousa e projetos estruturados na costa posiciona a Guiana como caso único na geopolítica energética. Enquanto amplia sua capacidade produtiva, o país busca equilibrar exploração comercial com preservação ambiental, servindo como laboratório para modelos de gestão de recursos naturais em economias emergentes.




