Embora hoje seja o meio de locomoção mais seguro do mundo, vários aviões protagonizaram acidentes fatais que jamais serão apagados. Para se ter noção, entre os anos de 1948 e 1955 foram datadas 127 colisões aéreas apenas nos Estados Unidos. Contudo, nenhuma foi tão marcante quanto a de 1956, causando trágica batida sobre o Grand Canyon.
Por volta das 10h30 do dia 30 de junho daquele ano, um Lockheed Super Constellation da Trans-World Airlines (TWA) colidiu com um Douglas DC-7 da United Airlines sobre o Parque Nacional do Grand Canyon, no Arizona. Diante do impacto sem precedentes, as autoridades confirmaram o óbito de todas as 128 pessoas que preenchiam as aeronaves.
O acidente em questão foi o primeiro voo comercial a ultrapassar 100 mortes, demarcando a fragilidade das torres de comando e visibilidade para as respectivas decolagens. Por falta de responsabilidade, os dois pilotos não recuaram e se chocaram por manterem a mesma velocidade e altitude. Em suma, a asa esquerda do DC-7 da UA atingiu a parte superior do estabilizador vertical do TWA Super Constellation, comprometendo a fuselagem.
Com a perda da cauda, não teve como o piloto conseguir manter o controle do Super Constellation, que despencou em direção ao solo em um mergulho quase vertical. Em contrapartida, o TWA Super Constellation caiu em uma área chamada Temple Butte, a uma velocidade estimada de 770 quilômetros por hora e se partiu completamente com o impacto.
Como o acidente aéreo revolucionou a aviação?
A título de curiosidade, as vítimas não foram encontradas tão facilmente, já que não existiam localizadores nas aeronaves. Por outro lado, ficou confirmado que o choque apenas ocorreu porque o espaço aéreo não era controlado e os veículos estavam em pontos cegos um em relação ao outro. Além disso, a última posição conhecida de cada avião não refletia suas localizações no momento da colisão.
Diante do trágico acidente, o estado do controle de tráfego precisou ser recalculado na década de 1950. A incapacidade dos pilotos de se verem mutuamente evidenciou a necessidade de implantar uma forma para que as aeronaves não operassem apenas se baseando nas regras de voo visual. Assim, o rastreamento por radar ganhou forças, deixando de lado o monitoramento por transmissões de rádio.





