Nesta terça-feira (14), o juiz Uziel Nunes de Oliveira, da Vara Regional de Falências, Recuperação Judicial e Extrajudicial de Jaraguá do Sul, decretou a falência da empresa Yeesco, de Brusque. Embora tenha construído um legado incontestável no comércio têxtil do Brasil, a companhia não conseguiu contornar a situação financeira que se alastrava há anos.
Fundada em 2014, a Yeesco conseguiu progressão no mercado com a oferta em alta demanda no comércio eletrônico têxtil. Contudo, em outubro de 2024, entrou com um pedido de recuperação judicial com a finalidade de parcelar as dívidas existentes com credores. Sem um acordo estabelecido, a falência foi decretada após o acúmulo de pendências próximas a R$ 73 milhões.

Por consequência, a administradora designada para o caso começou o levantamento dos bens e ativos da empresa, que podem ser vendidos para pagamento dos credores. Dessa forma, as duas unidades existentes, localizadas em Brusque (sede) e Capão da Canoa (filial), foram fechadas, com a demissão dos funcionários assinada em massa.
Quais os motivos para a falência?
Mesmo com pouco mais de uma década de operação, os representantes da Yeesco não conseguiram estruturar um plano para atender à alta demanda de vendas. Antes mesmo de entrar com um pedido de recuperação judicial, a empresa acumulava problemas com os consumidores. Para se ter uma noção da dor de cabeça, a companhia era líder de reclamações no Procon SC em 2023 e 2024, acumulando 715 reclamações formais.
De acordo com o Procon, todas as reclamações se tratavam de mercadorias compradas, mas que jamais foram entregues. Como reflexo da má gestão, a empresa chegou a acumular mais de 62 mil queixas no site Reclame Aqui e, em abril, o Procon de Brusque impediu que vendas online fossem feitas pela Yeesco.
Apesar de ter assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público em junho de 2024, as reclamações não cessaram, e a empresa continuou com dificuldades em cumprir seus acordos comerciais. Se atolando cada vez mais em dívidas, os representantes da companhia não tiveram outra solução a não ser fechar as portas em definitivo.





